26/12/2004

2004 em Números e Letras.

Ahhh, 2004, 2004, ano em que fiz minha primeira lipo e minha plástica no nariz.

Haha, ok, ainda não foi neste ano. As conquistas não foram tão subcutâneas. Digo, conquistas conjunturais apenas, nenhuma mudança significativa no que eu sou e no que o mundo é pra mim. Foi só o ano de constatar que ninguém presta, muito menos eu. Ah, sinceramente, não aconteceu nada de importante para mim este ano, só dei prosseguimento ao que já havia sido começado brilhantemente em 2003.

Mas foi ótimo lançar "A Morte Sem Nome". E só.

E já que é final de ano, época de agradecer presentes, fazer retrospectivas, etc, coloco aqui a lista dos livros que gentilmente me enviaram, na ordem em que estão empilhados aqui do meu lado. Eu li todos, me senti na obrigação, já que me enviaram. Como eu disse no Itaú, às vezes eu tenho a sensação de que estou em frente aqueles brinquedos de parque de diversão, que os sapinhos colocam a cabeça pra fora e você tem de acertar cada um com marteladas na cabeça.

Vai aí os livros:

"Lâmina do Tempo" do Moacyr Moreira, um livro de contos delicados, bem suaves, destaque para "Pelada na Várzea". O Moacyr também deu uma ótima palestra no Lazar Segal e é gente boníssima. Eu comentei sobre esse livro dele no JB.

"Falo de Mulher" da Ivana Arruda Leite, uma das pessoas mais queridas da literatura atual. O conto que eu mais gosto dela está na revista "Ficções 11", "Mércurio Cromo", mas preciso ler mais.

"Domingo", romance do Francisco Slade. Já falei desse aqui, não? Uma história de crise afetiva de um matador. Bom saber que tem outros jovens fazendo romances, e romances bons.

O poeta Donizete Galvão me deu vários livros, mas só vou mencionar os dele próprio "Mundo Mudo" e "Do Silêncio da Pedra". Coisas lindas.

O Flávio Viegas Amoreira me mandou também vários livros dele, "A Biblioteca Submergida", a antologia "Caleidoscópio 2003" e o "Contogramas". Ele é quase impenetrável (ops!) mas, me esforçando para digerir os contogramas, descobri coisas interessantíssimas. Fora que ele me chamou de "o estilista belo", numa entrevista. Humm...

O Denny Yang eu ensaiei para conhecer pessoalmente, a gente fica na dança das cadeiras e nunca dá certo. Mas o destino tem de ser assim. Recebi o seu "Isabelle", romance bem "mal do século", e aí está sua beleza. Menino com formação cultural excepcional.

Tony Monti me mandou "O Mentiroso", título que mantém sempre uma dúvida sobre os contos "orgânicos" do livro. Valeu.

Também da coleção rocinante, o Julián Fuks me deu seu "Fragmentos de Alberto, Ulisses, Carolina e Eu". Na verdade, eu abri a porta aqui de casa e dei de cara com o Julián e seus 2,15m. Eu só não fiquei completamente surpreso porque é isso que eu faria (só que tenho 1,77m). E o livro tem coisas ótimas.

Ah, ah... esse Valério Oliveira... Me mandou "Sobras do Subsolo", que eu adorei, apesar de não entender nada de poesia. Mas ele é um patife...

Hum, e o "Livro Zero" do Alexandre Plosk, hein? Um dos melhores romances que li este ano. Enfim alguém que tem uma HISTÓRIA pra contar, e uma história completamente absurda. Recebi da Planeta.

O Marcelo Moutinho me mandou o seu "Memórias dos Barcos", um primo carioca do livro do Moacyr Moreira. Contos delicados, suabilíssimos...

O amigo do Moutinho, Flávio Izhaki, me mandou o "Prosas Cariocas", organizados pelos dois. São contos sobre bairros do Rio de Janeiro. E como eu não entendo nada do Rio e sou avesso ao regionalismo, não gostei de tudo. Mas os que transcenderam...

O Heitor Ferraz me deu o livro de contos da Verônica Stigger, "O Trágico e Outras Comédias". A Verônica inclusive participou da mesma mesa que eu no Itaú Cultural. Bem, é um livro divertido...

E a querida Vange Leonel me mandou o seu "Balada para as Meninas Perdidas". Apesar de eu ser praticamente uma menina perdida, não me identifiquei muito. É um livro para "meninas que amam meninas", lindinho para as tais.

O grande Nelson de Oliveira eu só conheci pessoalmente neste final de ano. Mas recebi dois livros dele em 2004 "O Pequeno Dicionário de Percevejos" e "Sólidos Gozosos & Solidões Geométricas". É um mestre.

No começo do ano ganhei o "Vida Dura", da Cláudia Tages. Enfim uma mulher que escreve sobre universo masculino de forma convincente.

Acabei de ler "A Razão Selvagem" do mineiro Francisco de Morais Mendes. Tem contos ótimos, ótimos mesmo. O conto "Apartamentos" podia até entrar nos meus "favoritos de todos os tempos.

E por último, recebi o "Vida de Gato", da Clarah Averbuck, o diário de uma garota esperta.

Não coloquei aqui os livros que eu TIVE de comprar, só os que recebi de presente. Também não coloquei os que recebi em originais (porque ninguém que ler aqui vai poder comprar) e nem os de autores estrangeiros e/ou mortos. Mas agradeço especialmente ao Lú Gastão por ter me apresentado ao Macedo Miranda.

O que fica evidente? Veja quantas, quantas, quantas pessoas estão lançando livros de contos. Essas pessoas têm de se puxar para não passar despercebidas. Pessoalmente, eu prefiro ler romances, mas adorei receber todos esses livros aqui. Podem continuar mandando.

De Natal, o Daniel (Luciancencov) foi quem me deu os melhores presentes, um livro do Giger, aquele do Dráuzio que eu não queria comprar, mas queria ler, e o cd da Björk, que eu só tinha em MP3, além de outras coisas que eu não posso dizer...

Minha mãe me deu neste Natal alguns inéditos e alguns que eu já tinha lido, mas ainda não tinha em casa. "O Beijo da Mulher Aranha", do Manuel Puig, "Trópico de Capricôrnio", do Henry Miler e "O Desconsolado" do Kazuo Ishiguro.

Eu, como estou paupérrimo e sem esperanças, dei a todos flores e mudas que germinarão trazendo frutos.

Ah, o destino também me trouxe um animal de estimação, a Creolinda, uma lagartixinha que agora mora no meu apartamento. Ela até já derrubou um dos meus quadros, quebrou o vidro. Ah, que peraltinha...


TIREM AS CRIANÇAS DA SALA

(Publicado na Ilustríssima da Folha deste domingo) Do que devemos proteger nossas crianças? Como não ofender quem acredita no pecado? Que ga...