02/07/2007

COMENDO GENTE


"If you're coming back, when you're coming back, wake me up."

Hoje um rapazinho chegou até mim dizendo: “adorei aquele seu livro, ‘Comendo Gente’”. Tudo o que eu pude pensar foi: “Putz, como não pensei nisso antes?”

Com meu coração seco e minha mente esvaziada, não sobra muita coisa para dizer. Eu poderia contar dos meus dilemas morais ao traduzir uma versão juvenil de “Moby Dick”. Sinceramente, pensei até em escrever para a editora abdicando do trabalho, para não ser conivente com a matança de baleia, mas no final decidi seguir com o livro, para poder comprar outra garrafa de Jack Daniels. E Deus abençoe os cachalotes!

Digo também que resgatei uma obsessão brit pop (ou pré-emo) da minha adolescência: “Marion”, conhecem? Tudo recomeçou com aquela propaganda de celular com trilha de The Killers. Lembrei que o Jaspion (meu ex, sósia de Keanu Reeves) era fanático pela banda, e que o Rufus dedicou uma música ao vocalista e fui atrás de tudo o que o Killers lançou. Com os miados deles em meus ouvidos, comecei a pensar que já tinha ouvido isso antes, e em melhor forma: Marion, uma banda brit-pop (ou pré-emo) de sonoridade parecida e punch muito mais vigoroso. Então ressuscitei meus cds do Marion e agora é tudo o que ouço no meu Ipod.

Dá uma olhada no pitéu máximo em:

http://www.youtube.com/watch?v=k8UgYaB5GLQ


É tudo o que eu quero na vida.

Pois é, o britpop fez sentido na minha vida. Estudei na inglaterra em 94, no início do movimento, e passei o resto da adolescência sonhando em retornar. Só o fiz em 2002, quando (musicalmente) a Inglaterra não tinha mais nada a oferecer (bem, podemos considerar o elektro...).

E para quem não sabe, o britpop foi um “movimento” musical britânico de meados dos anos 90, com bandas querendo resgatar os valores, o sotaque e a sonoridade do pop-rock da região (influenciado por Beatles, Smiths, Bowie, Jam, etc). Os precursores foram Stone Roses, Suede, Blur e Manic Street Preachers, completados por grandes sucessos de Radiohead, Oasis e Pulp. Mas teve, obviamente, uma avalanche de bandas esquecidas, como Menswear, Gene, Strangelove, Salad e (uma das minhas favoritas e hoje relembrada) Marion.

Placebo? Não. Isso veio bem depois, e foi uma versão anfetaminada (alguns dizem melhorada) de Suede.

De resto, tenho comido peixe, tofu e arroz (arroz) polido.

TIREM AS CRIANÇAS DA SALA

(Publicado na Ilustríssima da Folha deste domingo) Do que devemos proteger nossas crianças? Como não ofender quem acredita no pecado? Que ga...