21/05/2009

Recebi hoje o PDF do meu livro novo diagramado...

Deu 343 páginas, tamanho bom. Agora é a última olhada e... gráfica!

O lançamento: Falei junho? Junho/julho, ok? Junho/julho... começo de julho... Mas ainda estou pensando na (e "se") noite de autógrafos... "se" noite de autógrafos... Você faz questão? Não prefere comprar em silêncio, ler sozinho e manchar as páginas em seu próprio colchão?

O livro começa assim:

O menino emergiu do quarto como um inseto envenenado. Segurando-se nos móveis, nas paredes, apoiando-se no batente, chegou até a sala tentando reconhecer o tempo e o espaço em que caminhava, desequilibrava. O prédio estava inclinado. Mas a isso ele já estava acostumado. O problema era o horário em que dormira, o horário em que acordara, com uma luz indecisa alaranjando a janela. Final da tarde ou começo do dia? Sempre era difícil se situar, quando dormia fora do horário...

O prédio estava inclinado. Mas a isso ele já estava acostumado. O problema era o horário em que dormira, o horário em que acordara, fora de hora. Isso acontecia cada vez com mais freqüência, agora que ele não tinha aulas. O menino ficava em casa, jogado pelos cantos, escorando-se na cama, deixando o cabelo crescer. Crescia além de sua masculinidade, cada vez mais branca, cada vez mais magra. Com uma compleição tão delicada que – aliada a seu longo cabelo escuro – os amigos não podiam evitar de chamá-lo de andrógino. Ele não se importava.

TIREM AS CRIANÇAS DA SALA

(Publicado na Ilustríssima da Folha deste domingo) Do que devemos proteger nossas crianças? Como não ofender quem acredita no pecado? Que ga...