14/04/2010

VIRTUOSO CONTIDO

Capa horrível, título horrível, e o som...

Rufus Wainwright acaba de lançar álbum novo de estúdio - "All Days Are Nights: Songs for Lulu." Na contramão do álbum anterior - "Release the Stars", seu trabalho mais pop - esse é um disco seco, apenas voz e piano, de doze canções melancólicas.

Fui ouvir ontem pela primeira vez e dormi no meio...

Mas o disco é lindo. Pianos virtuosos, um vocal contido, letras extremamente pessoais, seguidas de sonetos musicados de Shakespeare. Pretensioso? Não exatamente em se tratando de Rufus Wainwright, que já gravou com orquestras, uma big band e está estreando sua primeira ópera ("Prima Donna") em Londres.

Ainda preciso ouvir direito para identificar as faixas individualmente. Por enquanto me soa como um disco inteiro, um álbum de conceito, com uma sequência fluida e natural (não é a toa que ele tem tocado o disco inteiro, sem interrupções, nos shows mais recentes, seguido depois dos "sucessos" pedidos pelo público). Mas não posso deixar de admirar um artista que vai na contramão de seu próprio trabalho, da tendência de mercado de desfragmentação dos discos, e ainda tem seu espaço, ainda tem seu público e, com as propostas mais absurdas (de gravar um show com repertório da Judy Garland a escrever uma ópera e depois fazer um disco só de voz e piano) ainda consegue fazer exatamente tudo o que quer.

TIREM AS CRIANÇAS DA SALA

(Publicado na Ilustríssima da Folha deste domingo) Do que devemos proteger nossas crianças? Como não ofender quem acredita no pecado? Que ga...