06/07/2010

DORIAN AGAIN

Melhor do que eu pensava...


Há algumas semanas, quando escrevi aqui sobre a (péssima) edição bilingue de "O Retrato de Dorian Gray", uma leitora me comentou sobre a nova adaptação cinematográfica. Estava em cartaz em Barcelona, e fui conferir semana passada entre um chachachá e outro.


Gostei.


Dirigida pelo inglês Oliver Parker, e estrelada pelo pitéu Ben Barnes (o Príncipe Caspian das Crônicas de Nárnia) tem algo de cafoninha e um clima de filme para TV, mas consegue manter-se bem fiel ao romance ainda fazendo um filme genuinamente de terror, psicologicamente pesado.


A essência do texto de Wilde está lá (e várias de suas melhores frases); Dorian Gray é o jovem que vende sua alma para manter-se eternamente belo, enquanto que o quadro com seu retrato revela sua degradação física e moral. Barnes é lindo, mas longe da perfeição que se pode imaginar ao ler o romance - de qualquer forma, encontrar um ator para isso pode ser uma missão impossível. Muito do que é apenas insinuado no romance - as órgias sadomasoquistas, a bissexualidade do protagonista - é mostrado de maneira incisiva no filme. E o horror do relacionamento com o quadro mantém uma tensão constante.


Vale a pena conferir.


E aproveitei os vôos para conferir também aquelas bagaceirices que todo mundo já tinha visto, menos eu:


Avatar: Divertido. Como disse meu amigo Nicolas: "É um brinquedo de parque de diversão" (embora eu não tenha visto em 3D). O visual é bonito e o CG é realmente de primeira, que nem me incomodou. Agora o roteiro... é um roteiro primário, né? Uma coisa infantil, Disney, desavergonhadamente previsível. (Ainda não entendi o que o Galera comentou sobre "questões profundas do filme", na última mesa que tivemos juntos.) Pra falar a verdade, nem vi o filme até o fim, porque o avião aterrissou antes, mas não me deixou com curiosidade. Não é um filme que exija que se veja até o final... o que também pode ser uma qualidade.


Lua Nova: Esse eu não entendi. Achei muito complexo. Haha... Nah, não entendi qual é a graça. Sério. Filme com rapazinhos bonitos, bacana. Não acho Robert Pattinson grande coisa, mas tá valendo. Prefiro aquele lobisomem. Mas nem por isso, nem por isso o filme vale. É de um aburrimento só, lento, chato, sem ritmo, sem roteiro. Eu também não vi até o fim, porque não aguentei. Uma hora desisti, e pulei pro Avatar.


O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus: Esse amigos tinham me dito que era bom. Pode ser. Mas esse não entendi mesmo. Comecei a ver em inglês sem legendas, não estava entendendo nada; passei a ver dublado (porque não tinha opção com legendas), continuei sem entender. Achei o visual interessante, me senti numa viagem de ácido - e pode ter sido porque tinha tomado dois comprimidinhos pra dormir... Mas não foi uma viagem boa. Me esforcei, me esforcei... E dormi. Outro que não consegui assistir até o fim.


Ainda assisti pedaços de "Edward Mãos de Tesoura" e "A Fantástica Fábrica de Chocolate," Na seleção de filmes havia uma opção "Festival Tim Burton", com seis filmes dele. Devo dizer que o serviço da Tam está de parabéns.

TIREM AS CRIANÇAS DA SALA

(Publicado na Ilustríssima da Folha deste domingo) Do que devemos proteger nossas crianças? Como não ofender quem acredita no pecado? Que ga...