21/01/2011

INVERNO EM MEU CORAÇÃO


Na praia, correndo das nuvens, das calorias, da maturidade...



Sexta-feira chuvosa, nublada; ao menos esfriou um pouco aqui na Ilha.


É meu primeiro final de semana em mais de um mês sem hóspedes em casa. Fiquei mal acostumado. Tenho uma garrafa de vodca fechada no congelador, essa varanda imensa, e ninguém para convidar. Meus (pouquíssimos) amigos daqui moram longe, no centro, é praticamente outra cidade.

E a vilinha aqui é literalmente outra, no verão. Praia cheia, argentinos por todos os lados, alguns europeus, mas ninguém para chamar de meu – Oh! Sem visitas perde um pouco o sentido ficar morgando na areia, sozinho. E agora ainda está chovendo...

Minha mãe (que tem uma visão extremamente pessimista da velhice – ou talvez da vida em geral) diz que com o passar do tempo fica cada vez mais difícil conhecer pessoas, fazer amigos e tudo mais... É verdade. Eu já fui feliz... Oh! Já fui bem feliz. E passa o tempo a gente vai ficando mais chato, mais seletivo, os hormônios adestrados... Já fui feliz. Já tive os melhores namorados (e namoradas) da praça, então agora fica difícil. A gente já conhece o gosto de tudo...

(Minha mãe também disse: “Agora você está bem, não está tão magro,” o que me fez redobrar a corrida na praia, todos os dias, na hora do almoço. Mas ainda não abri mão das caipirinhas e dos churros... Como diria The Clash: “Churros Stay or Churros Go?”)


Enfim, estou precisando mesmo de um final de semana chuvoso e sozinho – estou precisando, estou precisando – ainda preciso terminar de reler a prova do PORNOFANTASMA, tenho três traduções na fila, um livro para fazer o parecer, fora os dois livros novos que estou escrevendo.

E ainda me peguei essa madrugada em horas e horas no (Nintendo) DS – joguei Simon's Quest (emulado do Nintendinho) de cabo a rabo (também, jogo isso há mais de VINTE ANOS!) e ainda recaí no meu vício de Tetris. Alguém já terminou Tetris? Tem final? Geralmente eu perco porque minha mão fica anestesiada, com mais de uma hora jogando seguida; talvez eu devesse dar um Pause... Mas tem algo viciante naquela coisa de encaixar as pecinhas, de fazer as linhas desaparecerem...


Oh, what a horrible night to have a curse...


Ah, mas o horário que eu perco no DS é o que você perde assistindo Futebol, Big Brother, novela, sei lá...

Fazendo linhas desaparecerem mais rápido do que Fábio Assunção.


Bem, também me peguei assistindo essa novela nova. Para ver Florianópolis. Mega divertido os comentários no site do Diário Catarinense, dos manézinhos reclamando que “ainda não mostraram quase nada da nossa Ilha” ou “não tem de mostrar mesmo, já tem gente demais aqui neste verão” ou “os cariocas têm é inveja e competem com a gente pelo turismo.” Verdade é que cansa aquele universo carioca da novelas da Globo, mas não é uma rápida ambientação em outra capital que vai dar jeito. A produção cultural brasileira ainda é essencialmente carioca – vide os “caraca” e “maneiro” com forte sotaque que se ouve até em desenhos e filmes dublados. Eu sou o paulistano mais paulistano que conheço. Aprendi a andar de bicicleta no Ibirapuera. Tenho certidão de nascimento do Jardim América - oh! Embora agora já tenha anos de vivência no sul...

Mas o que eu estou divagando...?

Acho que vou gastar as divagações num romance novo que estou escrevendo (sem pressa, nem previsão de publicar). Fique aqui com o que tenho mais ouvido, das minhas bandas favoritas, que só eu gosto.



TIREM AS CRIANÇAS DA SALA

(Publicado na Ilustríssima da Folha deste domingo) Do que devemos proteger nossas crianças? Como não ofender quem acredita no pecado? Que ga...