13/05/2012

RESENHANDO O CUMPLEAÑOS

Jantar de aniversário no Bareback Obama Mountain, com Paulinho, Luis Fernando, Laerte, Cesar, Fabiano e Marcelino.


Grandes comemorações de aniversário. Estou descobrindo que é possível ser feliz na terceira idade. Sexta eu estava bem bonzinho em casa, pensando em passar a virada tranquilo, mas decidi ir ao Sonar. Evento muito legal, principalmente pelo show do Kraftwerk, com um telão em 3D atrás, pontuando com imagens o som matemático do grupo.

Foi também uma ótima opção de comemoração, porque pude encontrar TODO MUNDO por lá, por acaso. Fui solito-solito, e acho que muitas vezes é melhor sair sozinho mesmo. Não entendo essa crise de auto-estima que o povo tem, de não poder ser visto sozinho em público. Eu encontrava o pessoal, vinha a pergunta: "veio com quem?" Eu dizia que tinha vindo sozinho e o povo se compadecia: "Fica com a gente então." Eu ficava meia hora em cada "núcleo", até ouvir um "preciso ir ao banheiro" ou "vou pegar uma bebida, você fica aqui?" Daí eu dava um perdido e ia para o próximo círculo. Deu para colocar muita conversa em dia, rever muita gente querida.

Só fica um pouco difícil acompanhar esse ritmo da "noite paulistana" a seco. Esse povo todo é muito chapado, muita bala, muita cocaína, e eu já tive mais do que a minha cota e hoje em dia tenho meio pânico em passar por essa "montanha russa de sentimentos". Se eu tomo alguma coisa, fico destruído (é a idade, é a idade). Prefiro a felicidade e o desânimo em parcimônia. Sexta nem beber eu estava bebendo, e foi interessante conversar com aquele povo todo pastilhado numa "superioridade sóbria"; preciso fazer isso mais vezes.

Os excessos ficam no prato.

Sábado que foi propriamente meu aniversário, convidei os amigos mais próximos para um jantar. Queria uma coisa comidona, gente falando alto e cantando parabéns, então tive a ideia do Outback. Eu nunca tinha comido lá, e não achei a comida muito boa não. É gorda e não muito saborosa. Mas valeu bem pelo clima todo do lugar - a cada cinco minutos alguma mesa cantava parabéns - e pelos amigos, é claro.

De lá esticamos de novo para o Sonar, mas dessa vez não foi tão divertido. Eu já tinha comido muito, bebido muito, não estava lá com muito pique e não durei muito. É a idade, é a idade...

Encontrando a Lívia, querida amiga do sul que eu não via há séeeeeeculos.


Aos poucos vou reencontrando meu lugar em São Paulo. Bem ou mal, é aqui que morei a maior parte da vida, é aqui que estão minhas raízes e a maior parte dos meus amigos. Também é muito legal poder sair sozinho - não só na noite, mas até numa volta no quarteirão - e encontrar gente querida. Sempre cruzo com alguém que me chama para um café, ou ao menos rende uma conversa de dez minutos numa esquina. A solidão é mais viável em São Paulo.

TIREM AS CRIANÇAS DA SALA

(Publicado na Ilustríssima da Folha deste domingo) Do que devemos proteger nossas crianças? Como não ofender quem acredita no pecado? Que ga...