21/10/2012

BEAUTIFUL


Suede. 

Foi exatamente como esperado. E foi lindo. Suede tocou ontem no Planeta Terra durante apenas uma hora, apenas os hits, um atrás do outro, sem pausas, com Brett Anderson energético como sempre. 


Antes do show.

O show começou pouco depois das 18h, e estava razoavelmente vazio. Foi bom porque deu para ver de perto sem esforço, mas eu acharia mais lindo uma massa de fã cantando junto. Fui com irmãozinho Nico, e com certeza a gente era os mais empolgados cantando, de onde a gente estava. 


Durante o show

A comunicação com o público foi limitada a um "Oi, São Paulo", "obrigado" e uma despedida. Brett Anderson também se deixou agarrar em "Saturday Night", mas não parecia particularmente feliz. O conhecido "calor do público brasileiro" não o sensibilizou, até porque foi um público miado. Deve ser muito frustrante também você estar abrindo para bandas que estavam começando e abriam para você, quando você estava no auge.


Uma amostra, com a música que abriu o show (e Brett surtando com o roadie). 

Geralmente Suede termina com "The Beautiful Ones", dedicando à plateia "Because you're beautiful", diz Brett Anderson. Mas brinquei com o Nico que, vendo a plateia, Brett diria. "Bem, geralmente dedicamos a última música a plateia... Então vamos tocar "We are the Pigs" de novo." Hahaha

We are the pigs. (as capas dos álbuns e singles eram projetadas durante o show)

Fiquei ressentido em ver a coisa completamente lotada e o público mais empolgado com o Garbage, que é uma banda que até simpatizo, mas é bandinha de produtor, sem dúvida. Mas é isso aí, melhor ter nossos ídolos exclusivos. Minha veneração pelo Suede também me deixa mais confortável (ou resignado) com minha posição de underdog na literatura.  A gente não precisa ser o maior nome, ganhar os maiores prêmios e ser unanimidade para ser o mais importante para alguém. E nos últimos meses tive amostras comoventes de leitoras (sempre meninas). Ontem por sinal tinha uma menina com Mastigando Humanos na bolsa, para eu autografar. "Porque eu sabia que ia te encontrar aqui." Lindinha. 


Apesar de eu ter visto Suede algumas outras vezes (o show da Rússia, por exemplo, eu gostei mais), foi especial vê-los no Brasil (inclusive na coletiva de sexta), assistir o show com amigos (com os aditivos certos), ter esse universo Suede no meu habitat. Agora espero que eles voltem para um show menor, num lugar menor, com o disco novo. 

Setlist


She 
Trash
Filmstar
Animal Nitrate
We Are the Pigs
The Wild Ones
The Drowners
Kiling of a Flashboy
Can´t Get Enough
Everything will Flow
So Young
Metal Mickey
Heroine
Saturday Night
New Generation
Beautiful Ones


The Beautiful ones.



Quanto aos outros shows do festival, só vi mesmo o Garbage (competente) e o Gossip, de que não gosto do som, mas tive de tirar o chapeu (literalmente) para a vocalista Beth Ditto. Uma fofa, em todos os sentidos, foi a mais comunicativa com o público, a que mais se jogou, entrou no palco cantando "Oi, oi, oi" (aquela da Avenida Brasil), tomou caipirinha o show inteiro, tentou falar português, se enrolou na bandeira do Brasil e terminou agarrando e beijando o público da grade na boca. 

Agora deixo os próximos shows para vocês. Madonna, Lady Gaga não me empolgam. Lollapalooza também não (o que eu mais gosto lá são bandas de amigos, como Ludov e Stop Play Moon). Das bandas da minha vida, Blondie está devendo bem um show no Brasil. Nunca assisti. E Debbie Harry já está lá com seus setenta (!) anos. É agora ou nunca...

Depois do show. 




TIREM AS CRIANÇAS DA SALA

(Publicado na Ilustríssima da Folha deste domingo) Do que devemos proteger nossas crianças? Como não ofender quem acredita no pecado? Que ga...