29/12/2014

DO QUE MORREM OS ESCRITORES



Aqui: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/12/1567614-pesquisa-informal-mostra-que-poucos-escritores-se-sustentam-pela-venda-de-livros-no-brasil.shtml


A capa da Ilustrada da Folha este sábado foi uma pesquisa que fiz com 50 autores brasileiros sobre venda de livros e renda mensal. Foi aquela velha pergunta: "Do que você vive?", que confirmou a impressão que eu tinha de que os autores estão vivendo de literatura, mas não exatamente da venda de livros. Atividades correlatas, como oficinas literárias, debates, prêmios, venda de direitos etc rendem mais do que a venda de livros em si, a exceção fica para os autores de literatura juvenil, ou de entretenimento.

 A ideia da pauta foi minha - depois de ler sobre a questão da lei de preço fixo para os livros - imaginei que o preço de livro fosse mais uma discussão de livreiros e editora do que de autores. Criei um questionário com perguntas como "de onde vem sua renda principal", "o que acha do preço dos seus livros", "qual está a situação do autor hoje em relação há vinte anos", "qual é a sua ambição como autor". Mandei para 60 autores, 50 me responderam - procurei distribuir em diversos gêneros e me concentrar no autor de público médio (ou seja, que vende a média brasileira); não teria sentido encher de bestsellers/exceções, tampouco lotar de autores desconhecidos.

Os questionários renderam dados sintomáticos e consegui tirar aspas interessantes para as discussão. A queridíssima Raquel Cozer editou. Infelizmente, mesmo sendo capa, é um espaço bem limitado para aprofundar a discussão; pelo menos se estendeu pelas redes sociais e rodas de bar, com os chatos de plantão - que não devem ser nomeados - dizendo que não é bem assim, ou querendo apenas polemizar por terem sido deixados de fora.

Impressionante como qualquer lista envolvendo escritores no Brasil gera birras e inimizades - mesmo uma dessas, em que os autores não ganham objetivamente nada. Eu mesmo não deixo de assumir meu desapontamento em ser deixado de fora de tantas essas, mas não deixo de reconhecer boas seleções que me excluem (como a de Frankfurt e de Paris, ambas que considero bem equilibradas).

É por isso que não fiz minha lista de "melhores do ano" na literatura. Trabalho com isso, li grandes autores que divulguei este ano aqui ou no Facebook, mas ainda estou em dívida com tantos outros que lançaram livros; seria uma lista muito relativa se eu colocasse apenas os que li, prefiro não fazer. (Dia desses vi uma lista vergonhosa de algo como "homossexualidade na literatura contemporânea" que tinha um punhado de autores jovens e excluía gente como Glauco Mattoso, João Silvério Trevisan, João Gilberto Noll, Hugo Guimarães, acho que até o Marcelino Freire entrou no segundo tempo. Se é pra fazer, pesquisa direito, porra.)

Enfim, criar listas e criar inimizades...

Tenho visto BIOFOBIA em algumas seleções de melhores do ano, fico honrado em ser lembrado, mas também são visões muito parciais. Melhor esperar os júris me excluírem ano que vem...


No mais, sigo hoje para a praia, encontrar meu loirin em Santa Catarina. Boas viradas por aí.


26/12/2014

ENTÃO É NATAL


Eu, como um dandizin no fantasma de um Natal Passado. 

Deixei o Natal passar para não ejacular na sua cidra, mas fiquei remoendo aqui as dores e delícias desse feriado tão pouco brasileiro.

A menina se senta no colo do Papai Noel e pergunta: "Papai Noel, você rói unha?" ao que ele responde: "Hohoho." Vamos ao post. 

Eu odeio e amo o Natal... acho que mais odeio do que amo, penso depois de criar esta lista - a segunda foi bem mais difícil - é um segundo inferno astral no ano


Com a rena, em 2012, na Lapônia. 

Não querendo dar uma de Grinch, mas... Bem, vamos lá: 


DEZ COISAS QUE ODEIO NO NATAL:


- Se você vive de frilas, como eu, é um mês perdido... ou um mês e meio. Tudo para. Os trabalhos param. O financeiro entra de férias e só te paga em meados de janeiro. E a esperança do ritmo voltar ao normal é só depois do carnaval.

- É um período de festas, então você já está comendo e bebendo há vários dias e não pode ou não deveria se jogar em mais uma.

- É um período de festas, então você já está gastando com as festas e tem de pensar nos presentes, tem de pensar nos presentes, mas gasta nas festas, e viagens e etc; tudo acontece ao mesmo tempo.

- É um período de festas, mas no Brasil é verão, então você não pode se vestir decentemente para as festas.

- É um período de festas, mas a maioria das festas você passa com gente que não vê o ano inteiro, com quem não tem intimidade, então não pode ou não deve afundar o pé na jaca. Tem de sorrir e ser civilizado.

- Você vê gente que não vê o ano inteiro - que vai então dizer que você engordou, ou está magro demais, que está abatido; só com muito esforço vão te achar melhor, porque sem dúvida você estará um ano mais velho.

- É a conclusão do ano. Você tem de dar sorte de esse ser seu melhor mês, porque ficará como um saldo do últimos doze. Se for um mês apertado ou de acontecimentos infelizes deixará a impressão de que foi assim o ano todo.

- Você também precisa ter grandes perspectivas para os próximos meses, o próximo ano, do contrário parecerá o fim do mundo.

- Não importa quão bom seja, não haverá Papai Noel, não haverá a completa satisfação com um simples brinquedo da Estrela. Seu Natal de hoje nunca será como o de ontem.

- E por melhor que seja, mesmo que você seja criança, sempre parecerá uma versão pirata e requentada do “Verdadeiro Natal” com neve. 



Quandos os presentes eram maiores do que eu. 


DEZ COISAS QUE ADORO NO NATAL:


- Os presentes.

- As comidas.

- Você tem desculpa e convites para farrear todas as noites.

- É horário de verão. Então você pode ter passado o dia de ressaca, mas ainda vive com alguma luz.

- Pratos, ingredientes e combinações que são estranhas ao brasileiro o ano inteiro são obrigatórios, tipo peru com fios de ovos, nozes e romã.

- E os Panetones.

- Você pode se permitir relaxar um pouco no trabalho, porque nada acontece (ou é OBRIGADO a relaxar um pouco).

- Apesar do clima sufocante você pode se refrescar um pouco com toda a ideia de neve e renas e bonecos de neve.

- O clima mais tranquilo que a cidade fica entre Natal e ano novo (no caso de São Paulo, claro).

- Por pior que tenha sido, você sente que está chegando ao fim.


Em 2011 fizeram um autêntico gingerbread com meu nome, na Finlândia.
 
No mais, feliz ano novo para vocês. Passei esta semana aqui com minha coelha e passarei a próxima semana de reveillon em Santa Catarina com meu loiro. Bjs 

18/12/2014

PASSIONAIS


A série que escrevi para o +Globosat, Passionais, agora está disponível inteira "on demand" no site, aqui: http://globosatplay.globo.com/globosat/passionais/

Apesar de não ter sido exatamente autoral - foi uma encomenda - gostei bem do resultado. A produtora Pródigo me procurou em meados de 2012, depois de terem lido meu Pornofantasma, e me convidou para desenvolver esse projeto de histórias de crimes passionais, livremente inspiradas em casos reais. Eu já havia trabalhado em alguns projetos de longa, colaborado em alguns roteiros, mas nada que tivesse dado muito resultado, então tinha pouca experiência. Me colocaram em dupla com a Paula Szutan, uma roteirista experiente que eu não conhecia, mas que acabou se revelando a melhor parceira. Criamos todas as tramas juntos. Ela deu muito da estrutura, do andamento, eu contribuí com o universo trevoso e o humor negro dos diálogos. No meio do processo entrou também a queridíssima Mirna Nogueira, que arredondou as versões finais dos roteiros. Os episódios foram dirigidos por Henrique Goldman (de "Jean Charles") e Marcela Lordy.


Com a Paula, no set do episódio da Betty Faria (2). 

A série tem núcleo central com uma história que segue em paralelo (o bar), mas os episódios podem ser vistos de forma independente. (Meus favoritos são o 4, 5 e o 10.) É muito louco você ver frases da sua vida, personagens imaginados por você ganharem vida na tela, às vezes de forma surpreendentemente positiva.


Micro-resenha na coluna da Patricia Kogut no Globo - "roteiros inteligentes", sabe como é.
Destaco algumas curiosidades.

- O título original da série era "Amor Mata", mas o produtor achava que criava um cacófago com "a marmota". Após várias discussões ("Entre Quatro Paredes", "Amor e Morte", "Cale-se Para Sempre"), eu sugeri o básico por se tratar de uma série de crimes passionais: "Passionais"; ganhou meu título.

- Procuramos variar o máximo no perfil de casais, novos, velhos, lésbicas, e nas formas de se matar. Havia também um roteiro centrado num casal gay masculino, mas ficou um pouco pesado para o canal e tivemos de adaptá-lo. Acabou se tornando um casal sadomasoquista (episódio 5, dos que mais gosto).

- Aliás, as obras de arte da dominatrix desse episódio (lindamente interpretada pela Rachel Ripani Rachi) são do meu irmãozinho Alexandre Matos, por indicação minha.

- Com uma judia no roteiro (a Paula) e outro na direção (o Henrique), tínhamos de ter um episódio da "colônia". Acabou sendo o do casal de lésbicas, que tem até uma rápida aparição do rabino Henry Sobel.

- Apesar de carregado no humor negro e no tom kitsch do roteiro, muito disso veio da direção, como as máscaras de bicho do primeiro episódio.

- Outro dos episódios de que mais gosto é o da lua de mel no navio (4). Por questões de produção, foi complicado definir o cenário, que passou de navio para resort, de resort para hotelzinho na serra e voltou para navio quando se saiu do realismo e se apostou num ar mais onírico e minimalista.

- Uma das histórias que criamos girava em torno de um casal incestuoso de pai e filha; mas também exageramos um pouco na dose e foi vetado.

- Eu só não participei efetivamente dos últimos dois roteiros, porque já tinha viagem marcada para Espanha para a turnê de lançamento de Masticando Humanos por lá.

Agora já comecei o trabalho no roteiro de BIOFOBIA (que será escrito por mim com supervisão do Marçal Aquino) e tenho outros dois projetos de série aguardando aprovação. Assim vai se abrindo uma carreira paralela que só me acrescenta como escritor.


 Assistindo a um episódio com parte da equipe. 




08/12/2014

O INCOLOR TSUKURU TAZAKI

Assinei mais uma resenha do Murakami, na Folha deste sábado:



Durante a adolescência, cinco amigos inseparáveis definem suas próprias

personalidades através do relacionamento entre eles. Com apelidos derivados de 

seus sobrenomes, Vermelho é o estudioso, Azul o esportista, Branca é a bela e 

Preta a extrovertida. Como uma quinta perna dispensável ao equilíbrio há 

Tsukuru Tazaki, o protagonista, que não tem o nome relacionado há nenhuma 

cor e nem consegue definir sua própria personalidade. É o elemento neutro, 

sobrando entre dois casais, que teme ser expulso do grupo a qualquer momento. 


Isso de fato acontece pouco depois que ele ingressa na universidade. Os 

quatro amigos o rejeitam sem explicações e Tsukuru mergulha numa depressão 

de seis meses, que o leva quase até a morte, seguido de anos de vazio que se 

estenderão até que ele decida resolver seu relacionamento com os amigos, já 

chegando à meia-idade. Para isso, ele volta à sua cidade natal, redescobre quem 

seus amigos se tornaram depois de adultos e chega até uma cidade de veraneio 

na Finlândia, onde um deles reside atualmente.


“O Incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação” é o romance mais 

recente do escritor Haruki Murakami, um dos autores mais importantes do Japão 

atual, que vendeu um milhão de cópias só no mês de lançamento desta obra. 

Escrita numa prosa objetiva com diálogos didáticos, que a assemelha a um fábula 

realista, é digerida facilmente e parece bem menor do que suas trezentas e 

poucas páginas. 


Na história da literatura não faltam protagonistas apáticos – talvez uma 

projeção idealizada de tantos autores emocionalmente derramados – mas o 

“incolor” de Murakami cumpre o seu papel exatamente ao investigar seu lugar e 

sua responsabilidade no mundo. Ao longo da narrativa, nem todas as perguntas 

são respondidas, mas a chave para a conclusão parece estar no próprio título, 

fundamentando a existência do romance durante os anos de peregrinação de 

Tsukuru. Se seus personagens monocentrados só poderiam ter nascido no Japão, 

suas buscas não deixam de ecoar verdades universais. 


Avaliação: Ótimo.

01/12/2014

O ANO DO COELHO


Tirando coelho do chapéu. 

2014 foi um bom ano. Não foi incrível, o dinheiro foi apertado, não teve nada de sensacional, mas tive algumas conquistas importantes e consegui movimentar novamente minha vida profissional e literária.

Ascendendo sem entusiasmo. 


Demorou a começar, é verdade. Até maio praticamente nada aconteceu, eu segui nas traduções, resenhas para a Folha, nas preparações para o lançamento de meu oitavo livro.


Nas gravações do trailer, com Murilo, Marcelino e Mutarelli. 

BIOFOBIA saiu no começo de maio, sem grande alarde, repercussão limitada, mas boas críticas, muitas entrevistas, um lembrete do que faço de melhor, de que ainda estou no jogo, não entreguei os pontos nem fiquei relegado à literatura juvenil.


Gravando ótima entrevista no Metrópolis. 

Os lançamentos em São Paulo, Rio e Florianópolis foram os mais bacanas, pela quantidade de público e o carinho dos leitores. Consegui também viajar bastante para festivais literários, dos quais destaco o Fliaraxá, o Flu de Uberaba e o encontro com leitores no Festival de Extrema; Minas Gerais foi mesmo o palco mais frequente neste ano, por algum motivo aleatório.

Com Murilo, em Punta. 


Tive também duas viagenzinhas internacionais (mantendo minha média anual) e consegui cumprir a meta de conhecer um país novo por ano. O deste foi o Uruguai, que há tempos era uma carta na manga. Viajei com Murilo para Cabo Polônio, Punta e Montevidéu, que foi bem gostoso, ainda que não exatamente surpreendente.


Fervendo no México. 

Voltei ao México em outubro, convidado da Feira do Livro de Zócalo, na Cidade do México. Fui muito bem recebido, pude debater bem minha obra por lá com pesquisadores, tradutores e estudantes que já conheciam o que faço, e acho que mantive portas abertas para um futuro próximo. Mas também não foi uma viagem de grandes surpresas ou cenários.


A pré-equipe do filme de BIOFOBIA. 

Agora em novembro tive a melhor notícia do ano: a aprovação do projeto de BIOFOBIA para o cinema. Já começarei o ano fazendo o roteiro para o filme, com Marçal Aquino, Renato Ciasca e Beto Brant. A série de TV que escrevi ano passado - PASSIONAIS - foi finalmente ao ar no +Globosat e, ainda que com ressalvas, gostei bem do resultado. É muito louco você ver frases da sua vida, personagens da sua história transformados e reproduzidos no ar. Tem sido gostoso e importante me desenvolver como roteirista. Parece que é um caminho viável para minha sobrevivência como autor.


Entrevista com o Dr. Kurtzman, no Canal Brasil. 

Mas a grande novidade de 2014 com certeza foi a chegada de ASDA, minha coelhinha que adotei no final de abril.

Com Murilo, no dia em que chegou em casa, ainda bebê. 

Há anos não tinha um animal de estimação (o último tinha sido um iguana, que não é lá um bicho muito "companheiro"); Asda exigiu que eu reorganizasse minha vida, desorganizasse a casa, me adaptasse para cuidar dela. Coelho é um bicho muito carinhoso, limpo, apegado, mas dá trabalho. Eles roem tudo o que vêem pela frente. E ela roeu tudo o que encontrou no meu apartamento: livros, fios, móveis, rodapés... parede! Gastei bem mais do que havia previsto, mas não sei se poderia dizer que fiquei no prejuízo. Ter um bicho desses em casa realmente muda o clima, o ânimo, hoje já não posso mais pensar em ficar sem a Asda aqui.

Agora, já mocinha. 

Tenho boas expectativas para 2015. Não haverá livro novo (graças!), mas o trabalho no filme já está garantido, e tem também a peça de teatro e outras possibilidades para cinema e TV. Também já está certa uma grande viagem ainda no primeiro semestre, que fará parte da pesquisa para meu livro novo (que ficará para 2016... 2017...). Então está tudo certo. O importante é o movimento. E a vida segue.

Com jovens leitores em Extrema. 

19/11/2014

BIOFOBIA, O FILME

A pré-equipe do filme. 


Há alguns meses, numa festa na casa da Márcia Tiburi, conheci o Beto Brant. Já conhecia e admirava grande parte da produção dele no cinema - adoro "Cão Sem Dono", "Os Matadores", "Crime Delicado", "O Invasor" - e aditivado pela bebida "intimei-o": "Quando vai fazer um filme do meu livro?"

Mandei o BIOFOBIA para ele e um mês depois ele veio me sondar sobre os direitos. Ele me avisou sobre um edital para desenvolvimento de roteiro, fiz todo o projeto (argumento, sinopse, justificativa, objetivos), mandei para eles e semana passada tivemos o resultado. BIOFOBIA foi contemplado no Proac, com uma boa grana para ser roteirizado.

Renato Ciasca deverá ser o diretor. Beto Brant já está com um filme para dirigir e ficará na produção. E ainda teremos Marçal Aquino supervisionando o roteiro, que será escrito por mim, por ideia deles. Esta semana nos encontramos todos novamente para comemorar e começar a planejar o trabalho.

A ideia é terminar o roteiro no primeiro semestre de 2015 e tentar o financiamento para começar as filmagens em 2016. Eu que nunca tive muita sorte no cinema ("Feriado de Mim Mesmo" está rolando como projeto passando de produtora a produtora desde 2004) estou confiante que desta vez vai. Pelo menos já vou ter uma grana para o roteiro. E os direitos ficam com o Beto pelos próximos anos.

O livro teve boas críticas, saíram muitas entrevistas e pude voltar a circular pelo Brasil em lançamentos, debates e festivais. Então já cumpriu o seu papel. Vamos ver o que se desdobrará em 2015. Também estou adaptando para o teatro e já comecei a rascunhar um livro novo, mas será algo para daqui a dois, três anos. Minhas conquistas sempre foram relativas, nunca pude contar com grandes poderes por trás, mas aos poucos as coisas vão acontecendo. Tudo o que conquisto é por muita insistência, teimosia, parece que o acaso nunca me favorece. O importante é que continuo fazendo sempre só o que acredito.


“Santiago escreve com a liberdade e irreverência de costume. (...) Suas virtudes como escritor nunca estiveram tão à tona, da bem dosada morbidez pop ao simbolismo potente de certas cenas.” Daniel Galera, O Globo

“Biofobia é o melhor livro de Santiago Nazarian. O título, uma única palavra que já leva o leitor para um claustro, vai se concretizando como medo da natureza, mas da natureza humana que mesmo tentando domesticar a selva mais densa, é o animal que ainda escolhe o inimigo.” – Andrea del Fuego

“Com narrativa ágil, cinemato­gráfica em imagens sutis e bem resolvidas e reivindicando outro lugar para o “existencialismo bizarro” ao qual o autor é enredado, Biofobia confirma a força do discurso de Nazarian. Nada é excessivamente estranho no oitavo livro do escritor, mas enormemente inquietante. – Mauro Morais, Tribuna de Minas

“Biofobia: livrão do Santiago Nazarian. O estilo dele está todo lá, mas mais depurado: as associações originais de ideias, as alfinetadas na vida real, o gore. Pense em "A morte sem nome" com um protagonista masculino e mais focado. (..) Tudo no livro é muito convincente, de maneira mais emocional que racional. Recomendadíssimo.” – Simone Campos

“Um romance a ser lido em diversas camadas: diverte na superfície, mas reafirma sua força em reflexões pertinentes ao leitor mais atento.” – Raphael Montes


“O autor fez um tipo e exorcismo. Mas sem perder a ironia. Além do pop e do trash, não falta humor.” – Cadão Volpato, Folha de S. Paulo

“Um thriller pop que lança mão de tantas referências externas e traz um retrato tão existencial e crítico.” – Fernando Albuquerque, Revista O Grito

“Esse é um dos grandes trunfos do livro – a incerteza. (...) Eu, como leitora, aprecio demais e, como escritora, invejo.” – Cafeína Literária

“Nazarian arma um mergulho com muitas referências musicais e literárias, que ajudam a definir a ambientação geral. O leitor é levado a uma (por vezes incômoda) intimidade com a sanidade.” – Christian Peterman, Rolling Stone

“Alguns podem classificar Biofobia de alternativo ou underground, mas isso desmerece uma das vozes mais originais da literatura brasileira contemporânea. No entanto, se Santiago Nazarian continuar com essa mesma pegada e qualidade indiscutíveis, que continue sempre sendo adjetivado dessa maneira. “ - Ney Anderson, Angústia Criadora

“BIOFOBIA parece ser um marco de guinada na carreira de Santiago. A morte, tradicional argumento de seus livros, aparece agora de forma melancólica produzindo sentimentos de isolamento, reflexão, exibindo a finitude humana como limitação presente. Nazarian nunca esteve tão Nazarian.” – Liandro Lindner

“Um livro para ser lido com calma, desfrutando as palavras e buscando nas situações vividas pelo personagem principal, reflexões sobre nossas próprias vidas e existências. Recomendo a todos que gostem de uma leitura um pouco mais profunda e reflexiva.” – Capa e Título

“Biofobia nos deixa tenso, nos arranca risadas, deixa a boca amarga com certas reflexões, nos dá esperança e nos tira, nos deixa loucos” – Rafael Noris, Coisas Horrorosas

“Daqueles livros que sequestram o leitor, você não vê mais nada, o mundo todo desaparece... incrível!” – Cléo de Páris. 


"Biofobia é um livro denso. Mistura existencialismo, humor, ironia e ainda traz a natureza como espelho para o medo e questões internas do personagem. É literatura rica, construída em períodos curtos e certeiros. E, como se não bastasse, tem um compasso que instiga até a última página." - Anita Deak. 


"Santiago volta com tudo naquilo que ele faz de melhor. Personagens solitários, nesse limite entre morte e vida. Entre a lucidez e a loucura. A natureza quando mete medo. Os personagens estão longe das cidades, mas o urbano pulsa no livro. O rock está lá. Vai virar filme, vai ser do caralho." - Ismael Caneppele, Melhores Livros do Ano no Ornitorrinco. 


“Com "Biofobia" Santiago Nazarian retoma, com toda a força narrativa, os aspectos ficcionais que marcaram seus romances anteriores. E com algumas novidades. O aprofundamento nas neuroses, nas psicoses, na solidão, no "existencialismo bizarro" que promove a desorientação social e os pequenos e grandes vícios humanos - tudo isso está lá - com o plus de uma dose generosa de ironia cáustica” – Rodrigo Lopes da Fonte

“Suspense psicológico do autor paulistano que depurou seu estilo reiterativo estruturado em frases curtas enoveladas em ritmo hipnótico. Avaliação: Ótimo.” – Ronaldo Bressane, Guia da Folha

15/11/2014

SAINDO DO SUL


Na estrada. 

Amanhã volto a São Paulo depois de uma curta turnê sulista. Fui convidado pela Feira do Livro de Porto Alegre e resolvi esticar em Florianópolis, organizando um lançamento por lá em parceria com o grande escritor catarinense Carlos Henrique Schroeder.

Irmãzinhas Letícia e Taina, no obrigatório almoço no Baalbek. 


Como coloquei aqui, adoro Porto Alegre, já morei lá, tenho grandes amigos, mas não é um amor muito correspondido... Todos os lançamento que fiz por lá foram um pouco frustrantes, vazios, desmotivam de fazer um próximo.

Valeu por conhecer a Bianca, leitora gatinha que acabou de fazer uma tatuagem igual a minha, tirada de  Mastigando Humanos, inclusive com minha assinatura. Responsa. 


A Feira do Livro tem grandes qualidades, uma programação variada e se orgulha de ser a maior feira de livro a céu aberto da América Latina, mas não faz muito bom uso disso. Os debates muitas vezes ficam perdidos na avalanche de eventos, espalhados em lugares de difícil acesso. Minha mesa com Tailor Diniz, por exemplo, poderia ter acontecido numa tenda em meio a Feira, para aproveitar o movimento, os passantes. Aconteceu escondida numa sala no terceiro andar do Santander Cultural, aonde só quem soubesse e quisesse mesmo chegaria (ainda mais às 18h de um dia de semana, com chuva).


Com Luiz Paulo Faccioli e Tailor Diniz. 

De toda forma, o bate papo mediado por Luiz Paulo Faccioli foi ótimo. Ele se ateu bem aos nossos livros mais recentes, e pudemos discutir em profundidade, inclusive com participação da (parca) plateia.

Meu último sarau. 

Um dia antes participei do Sarau Elétrico, no Ocidente, também em Porto Alegre. Confesso que a palavra "sarau" me provoca urticária. Me soa como um fluxo ininterrupto de "vendedores de poemas" interrompendo a noite de quem quer beber e conversar. Porém o Sarau Elétrico é bem tradicional e fica evidente que o povo que está lá foi de fato para ouvir literatura... mas ainda assim não é nada a minha praia.

O Sarau dessa semana tinha o tema de "literatura latino-americana"e eu fui jogado meio de paraquedas. Enquanto os outros convidados liam trechos de Borges, Bolaño e Cortazar, eu apresentei BIOFOBIA e convidei para o debate na feira do livro. Bem constrangedor. O pessoal do sarau foi carinhoso (ou compreensivo), mas mesmo assim só serviu para confirmar para mim mesmo: não participo nunca mais de saraus.
O lindo lançamento na Ilha. 

Todavia, se Porto Alegre valeu mais pelas amigas e um ou outro leitor querido, Florianópolis continua linda.

Schroeder lendo para nossa plateia. 



Conheci o querido Tobias, que apareceu com uma pilha de DEZ livros para eu autografar. 

O lançamento em si foi bem além do que eu esperava. Não esperava grande coisa, de fato. Achei que se vendesse uma dúzia de livros já estava de bom tamanho (foi um lançamento + debate numa livraria, sem grande promoção, sem um grande evento por trás). Mas estava bem cheio, vendemos bem, o pessoal foi muito querido e o papo com o Schroeder sempre é ótimo. Valeu por toda a viagem.

Pira e Gabriel, amigos das antigas. 

E ainda rendeu página inteira no Notícias do Dia. 

Daí estiquei o final de semana na ilha, nas praias, em longa pedaladas da Barra até a Lagoa do Peri, até os Ingleses. O clima estava ótimo e a recepção de minha mãezinha Ida fez toda a diferença.

Na Barra.

Assim vão se encerrando os lançamentos este ano, que foi bem mais movimentado literariamente do que os últimos, basicamente porque me esforcei muito para criar oportunidades. Ano que vem não terá livro novo, mas continuarei os trabalhos em adaptações, roteiros e teatro... 2015 promete.

Morro das Pedras. 

10/11/2014

CORAÇÃO SULISTA


 
Com Leticia em Porto Alegre, no início do século.

No começo de 2000, eu tinha vinte e dois anos, estava terminando a faculdade de comunicação da FAAP em São Paulo e queria mudar de ares, sair da casa da minha mãe, morar sozinho.

Escolhi Porto Alegre meio aleatoriamente - talvez acreditando, como paulistano jeca, que iria para um Brasil loiro com temperaturas amenas. Encontrei algo melhor, uma terra acolhedora, com ótimo nível cultural e mulheres que se tornariam amigas para a vida toda. 

Com irmãzinha Taina, no meu primeiro lançamento por lá, em 2004. 

Na época eu trabalhava com redator publicitário em SP, e tinha um dinheiro guardado. Pedi demissão, aluguei um apartamento no Floresta e fui procurar emprego nas agências de Porto Alegre. Acabei trabalhando quase dois anos na Escala, de onde novamente pedi demissão em 2002 para ir à Europa (onde fiz mochilão e trabalhei um tempo como barman). 

Então Porto Alegre foi onde comecei de fato minha vida adulta, minha independência, onde morei pela primeira vez sozinho e caí na vida. Não teria conseguido se não tivesse sido adotado pelos colegas de trabalho, a Taina, Letícia, Telmo, Renata, Miltinho, Márcia... Foi lá também que escrevi meus dois primeiros livros (que seriam publicados anos depois). Até hoje acho que minha escrita está muito impregnada da literatura sulista. 

Isso tudo para dizer que amanhã estarei de volta por lá, para lançar BIOFOBIA no Sarau Elétrico do Ocidente e na Feira do Livro, nos horários abaixo. 

Divulguem, apareçam, comprem. 


De lá eu sigo para outra paixão, Florianópolis, simplesmente o lugar que mais gosto NO MUNDO.


Lá eu morei por um ano, de 2010 a 2011, também numa busca de mudar novamente de ares, de vida, ficar mais em contato com a natureza e ser garoto de praia enquanto ainda restava algo de "garoto" em mim. Foi lindo, mas era uma aposentadoria. E a falta de vida cultural e de trabalho local me fez ter de abrir mão da ilha depois de um ano - mas permaneço com o coração lá, e a ilha tatuada no braço. 

Na varanda da minha casinha na ilha, na minha vida de surfista em 2011.

Minha família em Floripa foi a Ida Andersen, dona da pousada em que passei algumas semanas até conseguir alugar uma casa. Seus filhos foram meus irmãozinhos, e a capa do BIOFOBIA inclusive foi feita por um deles, o Taiya.


Taiya e Ida, anos atrás. 

Então quinta-feira terei o prazer de lançar o livro por lá, em parceria com o grande escritor catarinense Carlos Henrique Schroeder. O convite é esse: 



Assim conto com os amigos de Porto Alegre, de Floripa. Apareçam, divulguem, comprem, não me deixem só. Quero continuar sempre com um pé no sul, com histórias para contar. 

Barra da Lagoa. 

06/11/2014

SUCO DE ESCANDINÁVIA


Na próxima segunda o duo norueguês Röyksopp lança seu quinto (e supostamente último) álbum de estúdio, "The Inevitable End" ("O Fim Inevitável"), que já pode ser baixado pelos mais ansiosos ou ouvido em streaming em links como este: http://noisey.vice.com/pt_br/blog/ouca-o-ultimo-lp-do-royksopp-the-inevitable-end

Estou longe de ser um especialista ou entusiasta de música eletrônica. Mas o Röyksopp está longe de se limitar por isso. Em quinze anos de carreira eles foram do elektro ao ambient, passando por várias vertentes do pop e do experimental. Sendo basicamente uma dupla de produtores noruegueses, recorreram a grandes artistas escandinavos para dar voz às suas composições, mas também conseguiram completar sozinhos várias faixas instrumentais e cantadas que não ficam nada atrás.



Meu álbum favorito provavelmente é o "Senior", de 2010, totalmente instrumental, que deixou de lado qualquer intenção pop em favor de faixas climáticas, longas e lentas, que eu demorei a entender mas hoje me soam geniais. É um disco para se ouvir com atenção às texturas, aos andamentos, aproximando-se da música erudita.



No começo do ano eles lançaram um EP de cinco músicas com a Robyn - cantora sueca que eu detesto - que não me empolgou, mas confirmou o talento deles no experimentalismo na bela faixa "Monument". E agora eles voltaram para um disco inteiro.



A versão original-encurtada de "Monument"

"The Inevitable End" não é o melhor disco do Röyksopp, nem para quem curte o lado mais pop, nem para quem curte o lado mais experimental, mas é um bom caminho entre os dois. Funciona como uma coletânea de tudo o que eles fazem de melhor (e de pior).

Abrindo com "Skulls", cumpre a promessa de um som mais sombrio, com vocoders e distorções reconhecíveis, e não deixa de ter um ritmo delicioso. Segue com "Monument" e "This Sordid Affair", a melhor surpresa do disco, um pop suave que lembra "Poor Leno" (do primeiro disco) com vocal de Ryan James.


A melhor do disco?

O disco tem várias faixas lentas, bem lentas e minimalistas com vocal de Jamie Irrepressible (basicamente um Antony mais alternativo ainda do que o dos Johnsons) e faz a Robyn passar recibo de tosca com o vexame de "Rong". O ponto alto são as duas faixas com a (genial cantora norueguesa) Susanne Sundfor - "Save Me", um elektro-pop meio bagaceiro, mas divertidíssimo, e "Runing to the Sea", que já havia sido lançada como single há quase dois anos, e é das coisas mais lindas que eles já escreveram (que de certa forma destoa um pouco do disco pela elaboração e afetividade). Resumindo: conseguem ser divertidos sendo toscos, conseguem ser toscos sendo toscos, conseguem ser profundos sem divertir, conseguem divertir sendo profundos, e tudo o que resta entre isso.


Não dá para fazer elektro pop melhor do que isso. 


Talvez o que me atraia no Röyksopp seja o que sempre me atraiu na Escandinávia em geral, o clima melancólico,  onírico-etéreo, que já visitei tantas vezes como turista e breve morador na Finlândia, Dinamarca, Suécia e Noruega. Talvez por estar tão longe ou talvez tão próximo do meu espírito latino, continua me inspirando muito mais do que qualquer samba daqui. "The Inevitable End" não é sempre prazeroso - é amargo, azedo, com um toque de frutas vermelhas - mas é como tomar um suco concentrado de Escandinávia. E faz efeito.


(Amo essa foto, na fronteira da Finlândia com a Noruega, em outubro de 2011. Dá uma olhada no mapa para ver como é norte pra caralho, fim do mundo mesmo.)

01/11/2014

FÓRUM

Minha mesa com Raphael Montes, Simone Campos e Júlio Ludemir, no Fórum das Letras de Ouro Preto. 

Já estou no aeroporto voltando de Ouro Preto. O debate que mediei ontem foi sério, profundo e tranquilo, ainda que um pouco frio. O belo Cine Rica intimida um pouco e no começo de uma tarde de sexta ainda tinha um público meio aéreo. Mas valeu.

O melhor desses eventos muitas vezes acontece nos bastidores mesmo, os encontros em mesas de bar, de restaurante, nos hotéis e translados. Pude reencontrar muita gente querida - como o Ferrez, Ana Paula Maia e o Lucas Bandeira, meu editor - aprofundar noite à fora e falar muita bobagem também.

O Fórum continua até amanhã, mas volto mais cedo porque estou quase há um mês indo e voltando de viagens, e preciso arrumar a casa, cuidar da minha coelha, terminar traduções e, quem sabe, descansar.

Mas daqui a dez dias já volto à estrada. Estarei em Porto Alegre dia 11 (terça) no lendário Sarau Elétrico do Ocidente, e no dia 12 num debate na Feira do Livro, às 18h. Dia 13 lanço BIOFOBIA em Florianópolis, às 19h, na Saraiva do Shopping Beira Mar, com a parceria e debate do grande escritor catarinense Carlos Henrique Schroeder, que também estará lançando seus Fantasias Eletivas. Até.


30/10/2014

CONFINS E CONEXÕES

 Altos papos na estrada com Manuel da Costa Pinto e Ferrez. 


Voltei do Uruguai e já estou em Ouro Preto. Vim mediar uma mesa no Fórum das Letras com Simone Campos, Júlio Ludemir e (para variar) Raphael Montes. Não por acaso, foi uma sugestão minha (e basicamente todas as mesas que sugeri com o Raphael emplacaram; haverá mais uma ainda este ano). Acho bem bacana fazer mediação – leio bem os contemporâneos, gosto de assistir mesas e acompanhar tendências e discussões, então acaba sendo uma atividade natural. É a oportunidade que tenho para questionar, trazer debates realmente. E é o que pretendo fazer amanhã – me cansam as mediações preguiçosas que só levantam os currículo dos autores.


Com Murilo, em Punta. 

Uruguai foi gostoso – longos passeios de bicicleta, boas refeições, muitas fotos. Gostei bastante de Montevidéu, que tem certo charme decadente, e Cabo Polônio, que é outro mundo. Punta del Leste é bem sem personalidade, não me atraiu. O país todo está muito caro e o povo não é exatamente simpático, mas valeu bem a visita.


O cão e o lobo marinho. 

Outubro foi um mês intenso de viagens e minha coelhinha Asda sofreu com minha ausência. Quando viajo à trabalho, Murilo fica com ela. Viajando juntos, tive de recorrer aos serviços de uma Pet Nanny. Recomendo bem. Ela deu comida, limpou a bandejinha higiênica e distraiu um pouco a diaba em visitas diárias. Mandava relatórios com fotos e mostrou um carinho além do profissionalismo. E o preço foi bem ok (cerca de 300 reais – mas varia conforme as necessidades do animal e o tempo das visitas). O site é: http://www.mypetsnanny.com.br/

 Montevidéu.

Por último, mas não menos importante, estreia amanhã finalmente no canal +Globosat a série PASSIONAIS, que roteirizei com Paula Szutan e Mirna Nogueira, para a Pródigo. A cada episódio, uma história cabulosa de crime passional, numa montagem artística e lúdica. Foi um trabalho gostoso de fazer, em que participei desde o começo, da criação dos argumentos e acompanhei algumas filmagens. Não chega a ser uma obra exatamente minha, porque tem a visão dos diretores, a produtora, interferência do canal, a interpretação dos atores, mas tenho orgulho de fazer parte.


Nos bastidores com Betty Faria, que faz um dos episódios mais legais. A série também tem participação de Marcelo Tas, Luis Miranda e grande elenco.

Horários: 

EPISÓDIOS INÉDITOS
SEX 19h
SEX 19:30
REPRISES
DOM 11h
DOM 11:30h
TER 12h
TER 12:30h
QUI 6h
QUI 6:30h


Na piscininha do hostel em Punta. 

TIREM AS CRIANÇAS DA SALA

(Publicado na Ilustríssima da Folha deste domingo) Do que devemos proteger nossas crianças? Como não ofender quem acredita no pecado? Que ga...