20/06/2014

A MORTE SEM NOME

Capa da edição portuguesa de A Morte Sem Nome. 


"Só com o sangue derramado foi que percebi o quanto o chão estava sujo..."

Assim começava meu primeiro romance, escrito entre meus 22 e 23 anos, publicado aos 26 (depois de Olivio, que na verdade foi escrito posteriormente). A Morte Sem Nome é um delírio romântico que só um moleque "pós-gótico", como eu era, poderia escrever. Recebeu críticas entusiasmadas na época, vendeu pouco, foi lançado também em Portugal sem grande repercussão. 

Narrado em primeira pessoa por uma "suicida serial" - Lorena é uma depressiva crônica, canalha, de moral duvidosa, que existe apenas para se matar (e ferrar a vida dos homens ao seu redor). Cada capítulo é um suicídio. No seguinte ela está viva para se matar novamente. 

É dos meus favoritos. Um livro de grande carga poética - mas sem a menor estrutura. Talvez por isso muitos não tenham conseguido ler até o fim. Também não é necessário. O livro pode ser lido em pedaços - como a protagonista - cada capítulo como um fragmento de uma história que está sempre chegando ao fim. 

O livro há muito está esgotado (foi publicado originalmente no Brasil pela Planeta). E embora eu esteja lentamente levando meu catálogo para a Record, não tem previsão de ser reeditado. (O próximo da fila certamente seria Feriado de Mim Mesmo, se as reedições continuarem.). Então, comemorando dez anos da publicação, resolvi soltar capítulos aleatórios aqui, toda sexta feira, a partir de hoje, porque eles podem ser lidos assim. (Criei uma aba específica para isso; veja aí em cima, será atualizado por lá). É uma forma também de aproximar mais este blog de fato da minha literatura, porque ele fica sempre mais no clipping, nos eventos e nas obras que ando consumindo. Dificilmente colocarei o livro todo aqui (levaria anos!), mas também não é necessário. Talvez eles tragam uma mexidinha ou outra, mas basicamente será o mesmo texto. E quem sabe eu não me inspiro e escrevo uns capítulos inéditos? Sempre há novas maneiras de continuar morrendo....

 Na foto da orelha original. Ainda com tanto a derramar...

TIREM AS CRIANÇAS DA SALA

(Publicado na Ilustríssima da Folha deste domingo) Do que devemos proteger nossas crianças? Como não ofender quem acredita no pecado? Que ga...