Terminei esses dias a leitura do último livro que havia comprado em Helsinque. Ou melhor, comecei e terminei em dois dias. She´s Never Coming Back, do sueco Hans Koppel (que dizem ser um pseudônimo do sueco Petter Lidbeck) é um "page turner", um thriller desses que você não consegue largar até chegar ao fim. A premissa: uma mãe de família é sequestrada e mantida num porão na casa em frente à sua, conseguindo ver seu marido e filha apenas por um televisor que transmite 24 horas por dia o que se passa na fachada de sua casa. Desde o começo sabemos que a mulher não é lá tão inocente, mas aos poucos vamos conhecendo a história que a leva a passar por todo tipo de tortura, incluindo, é claro, estupros sistemáticos.
30/04/2012
Terminei esses dias a leitura do último livro que havia comprado em Helsinque. Ou melhor, comecei e terminei em dois dias. She´s Never Coming Back, do sueco Hans Koppel (que dizem ser um pseudônimo do sueco Petter Lidbeck) é um "page turner", um thriller desses que você não consegue largar até chegar ao fim. A premissa: uma mãe de família é sequestrada e mantida num porão na casa em frente à sua, conseguindo ver seu marido e filha apenas por um televisor que transmite 24 horas por dia o que se passa na fachada de sua casa. Desde o começo sabemos que a mulher não é lá tão inocente, mas aos poucos vamos conhecendo a história que a leva a passar por todo tipo de tortura, incluindo, é claro, estupros sistemáticos.
25/04/2012
O QUE TEM LIDO?
Com TábitaMaurenValentini, cabeleireiraNazarian: Hum, e foi como a vida é mesmo?
Valentini: Bem, é a vida que muitos têm, mas q nunca confessariam ter...
Nazarian: Confessa que é a sua? Haha
Valentini: Aiaiai... Não me comprometa que agora sou uma mulher séria, mãe e tudo mais...
Nazarian: Haha, ok. Então digamos que você pode viver no livro uma outra realidade... Hehe. O que mais gostou no livro?
Valentini: Claro que sim... E o que mais gostei foi como o narrador trata as coisas com profunda naturalidade, como se tudo fosse absolutamente normal, possível e aceitável...
Nazarian: O livro é uma coletânea das colunas de jornal do Nelson...
Valentini: Isso mesmo. São 100 contos. Dá para se divertir bem...
Nazarian: "Diversão" não é uma palavra que as pessoas hoje em dia associam com leitura...
Valentini: Mas eu associo porque em alguns momentos não consigo conter as minhas gargalhadas, por mais estranha que a história seja...ou pareça... Devo ser louca…
Nazarian: Não foi o Presidente Lula que falou que ler era "como correr na esteira" da academia, chato, cansativo, mas importante…?
Valentini: Bem, se ele disse isso, faz jus a tudo que penso dele... Quer saber qual o conto de que menos gostei?
Nazarian: Sim.
Valentini: O conto que menos gostei foi “Cemitério de Bonecas”... Porque é tenebroso demais, o final é horrível...
Nazarian: Hum, não é algo aconselhável para uma mulher grávida...
Valentini: Não por isso... Mas é que o velho personagem da trama é um nojento, um falso bom samaritano... Acharia horrível em qualquer circunstância...
Nazarian: Mas você menos gostou por não ser tão bem escrito ou por ser bem escrito "para o mal"?
Valentini: Por ser algo para o mal...
Nazarian: Hum, melhor assim, não? Eu mesmo acho que a literatura mal escrita em si é para o mal, mesmo que fale de anjos, amor e "a chave para a felicidade".
Com o verdadeiro JT LeRoy, a autora Laura Albert. Gravei entrevista com ela. Aguarde...
22/04/2012
PRA LÁ DE BOGOTÁ
18/04/2012
O QUE TEM LIDO?
Michel Laub.Comecei este mês uma coluna mensal na revista de literatura Metáfora (http://www.revistametafora.com.br/). É um bate-papo soltinho, coloquial, sobre o que as pessoas estão lendo. Para a revista, o bate-papo deverá ser primordialmente com escritores, mas a coluna se desdobrará semanalmente (todas as quartas-feiras) aqui no meu blog, com todo tipo de gente. A intenção é não apenas saber o que as pessoas estão lendo, e dar dicas de leitura, mas seguir com discussões paralelas ao tema do livro, da leitura ou da literatura em geral.
Comecei esse projeto com o grande e querido Michel Laub (http://michellaub.wordpress.com/). Já foi publicado na revista. Reproduzo abaixo.
Quarta que vem tem outro. E assim eu movimento um pouco mais esta bagaça.
Nazarian: E aí, Laub, o tem lido?
Laub: O último foi “Viagem ao Fim da Noite”, do Céline acabei semana passada, estava para ler há anos.
Nazarian: E valeu a pena toda essa espera?
Laub: Sim, muito; além de tudo, é um livro engraçado, coisa que eu não esperava
Nazarian:Por que levou tanto tempo para ler?
Laub: Não tinha tempo ou não lembrava. E leio cada vez menos esses clássicos, acabo lendo muito lançamento e coisas de trabalho
Nazarian:Ah, essa é a praga dos escritores contemporâneos...
Laub: É difícil parar tudo e ter concentração para pegar um clássico e ficar lendo só isso durante um mês; é uma praga mesmo. Fora o tempo para escrever, coisa que às vezes não combina com leitura, em especial a leitura de clássicos.
Nazarian: Hum, você acha? Para mim isso não compete. Tipo, ler só ajuda para escrever, nas épocas que mais leio, é quando mais escrevo...
Laub: Eu também; mas em geral com um outro tipo de texto, uns pedaços de livros aqui e ali, muita coisa ruim, inclusive, mas que por algum motivo me ajuda
Nazarian: E o livro do Céline, entrou na categoria "livros da minha vida"?
Laub: Sim, é muito bom mesmo e muito moderno; ou contemporâneo (poderia ter sido escrito agora) o que é raro em clássicos.
Nazarian: E raro também a gente encontrar hoje em dia "livros da vida", não? Parece que eles ficaram todos na adolescência ou começo da nossa vida adulta...
Laub: Sim, de ficção mesmo, é um a cada dois, três anos.
Nazarian: Uau. Você tem mais sorte do que eu. Haha
Laub: Não-ficção é mais fácil, depende mais do tema, nem precisa ser bem escrito, basta ter informação.
Nazarian: Bacana.
Laub: Mas talvez não seja a categoria “livro da minha vida”, talvez nem o Céline esteja nela. É só aquela coisa de dizer, pqp, que foda é este cara, o que é muito raro. Mas este ano eu até que estou com sorte.
“Viagem ao Fim da Noite” , do francês Louis-Ferdinand Céline, foi publicado originalmente em 1933, como uma crítica à sua época, e foi considerado um romance maldito. A Cia das Letras lançou no Brasil uma edição de bolso da obra.
12/04/2012
Oh it's hard to
be a boy
when
all the men have
lost their joy
and they can't find the ones they left behind .
Harder still to think
of being a man
in this world of
no lessons or love ,
it's only war that men be thinking of .
Should you stay
or should you come down with me ?
Is that the question
you are asking of me ?
And do you think that you can
take the answer ?
As it turns ,
you have to wear life well .
Come down with me ,
come down
when you need me
but for now I want you
to be happy .
Sometimes life does
things to you
that will hurt you
and confuse you ,
but when you're left behind
you're sure to find .
I am with you though I can't
come with you .
I am in you and I'm
always part of you ,
and all you ever have to do
to bring me to you
is ...
Come down with me ,
come down
when you need me ,
but for now I want you
to be happy .
So you must go back home ,
that's where you belong.
You must go back home .
You must go back home ,
that's where you belong .
You must go back home ,
and I can't come along ...
04/04/2012
Sim, estou de volta a São Paulo (a um mês, na verdade, apesar de ter passado alguns dias em Floripa). Algumas pessoas me perguntaram sobre as atualizações mais esporádicas do blog, a falta de ânimo, de fotos, de neve... Você quer mesmo ver fotos de eu pedalando na Avenida Paulista? Subindo a Augusta? Indo e vindo no minhocão? (Não responda!)
Eu criei este blog para divulgar meu trabalho – embora eu saiba bem que isso é o que menos interessa a grande parte do povo que vem aqui. Com o tempo, fui pegando gosto também por essa função de diário, registro de momentos importantes para mim mesmo, e uma forma de dividir com os amigos. “Como está na Finlândia?” muita gente me perguntava. E eu podia simplesmente responder: “Leia no blog. Lá tem fotos e tudo mais.”
Além disso, sempre posso divulgar coisas bacanas que ouvi, assisti, li. Divulguei incontáveis peças, filmes, livros, discos – de amigos e desconhecidos. E mais do que um universo noir (ou trevoso), que caracteriza mesmo meu gosto e interesse principais, acho que a linha constante aqui foi sempre fazer a diferença, trazer algo diferente, deixar de lado o que está todo mundo comentando. Embora o que se espera hoje dos escritores seja um olhar diferenciado sobre o mundo em que vivemos, minha busca é sempre trazer um olhar diferenciado sobre um mundo diferente. Um mundo próprio, talvez. Ou um mundo alienado, se preferir.
Essa é a integridade que procuro manter tanto no Jardim Bizarro quanto no meu trabalho. E isso para deixar claro, Jardim Bizarro não é meu trabalho. Eu não ganho um tostão para escrever aqui. Já recebi convites para mudar de hospedagem, para colocar link de patrocínio, mas nunca tive pretensões de bombar de acessos, preferi sempre me manter independente, para manter minhas postagens pessoais e bizarras. Por esse motivo também nunca fechei uma coluna fixa em veículo algum – nunca me acertei com o que queriam de mim e o que eu queria fazer.
Enfim, isso não é uma despedida. Não estou terminando com o blog, não. E não estou me suicidando (ainda). É só para reforçar que este é um blog pessoal, que escrevo quando quero escrever, quando tenho o que dizer, quando quero guardar o momento para mim mesmo, e quando a vida me inspira...
Eu poderia dizer que São Paulo não me inspira, mas a verdade é que tenho escrito um livro novo bastante paulistano, no pior sentido. São Paulo me inspira terror. Sábado passado eu voltava para casa de uma peça de teatro, lá pelas duas da manhã, e fiquei chocado com todo aquele povo verde no baixo-augusta, lotando a rua, bebendo, cheirando; aquela rua suja. Eu NUNCA gostei de boteco, e hoje sinto que não tenho nem mais idade nem mais saúde para isso, embora todos meus amigos continuem lá, bebendo, cheirando, fazendo sexo antes do casamento... (haha, ok, ok, menos, menos).
Acho isso uma miséria de final de semana.
Não estou imune, claro, não estou acima. Mas sempre tento escapar... Claro que São Paulo tem coisas imbatíveis. A diversidade de pessoas, talvez de vidas. A cena cultural. Acho fenomenal isso de ter centenas de peças para assistir todos os dias da semana. Sábado passado fui assistir à meia noite, no Espaço Parlapatões, a estreia de “A Máquina de Dar Certo”, do Roberto Áudio. É um espetáculo experimental, quase um espetáculo de dança, que de certa forma lida muito com a “máquina” dessa cidade. Recomendo bem.
Aqui, por enquanto, não tenho muito mais a contar. Vou levando o cotidiano como sempre, e cada vez mais faz menos sentido.