17/11/2023

POBRE PAULISTA




Esta semana participei das gravações de uma série sobre a relação de escritores e suas cidades. Enfim, representei São Paulo em algo.

Foi bacana rever minha trajetória, dos Jardins ao baixo augusta – um percurso que retratei tanto alegoricamente em Mastigando Humanos (o jacaré que sai de sua vidinha confortável para conhecer os esgotos), quanto de forma direta em Fé no Inferno (o protagonista que faz o percurso inverso: sai do baixo augusta para trabalhar de cuidador de idosos nos Jardins).


No Hitch, com o João, meu antigo chefe de bar. 

A gente visitou muito desses lugares – a antiga casa dos meus avós no Jardim América (hoje uma concessionária Mercedes Benz), a boate Aloka, o Parque Augusta... Também pude realizar um sonho de infância: entrar no fosso das cobras do Instituto Butantan (postei vídeos e fotos no Instagram).


No fosso das cobras (Serpentário). 

Tivemos participações especiais de pessoas importantes no meu relacionamento com a cidade – o João, dono do Hitch, que já foi meu patrão quando trabalhei de barman; o meu vizinho-amigo-escritor-editor Alexandre Staut; minha sobrinha Valentina...


Com o querido Staut. 

Muita coisa que me perguntavam sobre os livros – como São Paulo aparecia na minha ficção – eu não lembrava exatamente, mas foi bacana reler passagens (com certa dificuldade, AINDA sem óculos) e ver que São Paulo está mais presente na minha obra do que eu pensava. (Eu sempre busquei inspirações em outros lugares, outras cidades, na natureza – por isso os períodos que morei em Porto Alegre, Londres, Florianópolis, Helsinque, Maresias...).

Meu dia a dia parece sempre tão restrito, isolado, as conquistas sempre tão relativas... Mas quando a gente vê no macro, todo o percurso que eu fiz – nesses mais de 20 anos de carreira na escrita, mais de 40 de vida -, tudo em que já trabalhei, as pessoas que conheci (e comi!) a vida ganha algum sentido... mas não muito.


Me sentindo o Veado Popstar...

Aproveito para agradecer ao pessoal da Olé Produções, que está realizando a série. Gente queridíssima, foi gostoso passar a semana com eles. Quando eu souber de datas de estreia, plataformas, etc, aviso.


Gente linda. 

16/11/2023

AGENDA: FLIP 2023



Segue minha programação na Flip, semana que vem. Vejo vocês lá:


- Quinta, 23/11 - Estarei no grasnar de uma gaivota.
- Sexta, 24/11 - Poderei ser visto no prisma furtivo do óleo no mar.
- Sábado, 25/11 - No último gole de cachaça, eu estarei lá.
- Domingo, 26/11- A cada vômito nos paralelepípedos, você sentirá um beijo meu. 

13/11/2023

HASTA LA VISTA, BABY



Depois da tradução, agora a IA está acabando com a dublagem. Os programas já conseguem colocar a própria voz dos atores, nas mais diferentes línguas, Schwarzenegger falando português...

Confesso que acho uma solução melhor do que a dublagem. Sempre ABOMINEI dublagem - e passei a abominar ainda mais depois que comecei a TRADUZIR para dublagem, que vi como é feita.
 
O sindicato dos dubladores no Brasil é fortíssimo. E sempre levantaram essa bandeira de que "a dublagem do Brasil é a melhor do mundo, blábláblá"; pode até ser, porque o nível mundial deve ser muito ruim. Mas não dá para comparar: pegam os melhores atores do mundo, que ficam meses se preparando para seus papéis, aprendem sotaques, passam dias gravando uma mesma cena. Daí, quando é pra ser dublado no Brasil colocam o Zezin das Couves, com seu sotaque carioca, que grava todas suas falas numa tarde.
 
(E os dubladores sempre adoram se vangloriar dos personagens que interpretam, como se todas as soluções em português fossem dadas por eles, como se não existissem TRADUTORES que tivessem feito isso, adaptado falas, criado bordões - NUNCA se vê dubladores dando crédito aos tradutores.)

Agora a dublagem por IA pelo menos vai manter o timbre, o tom do ator (mas não resolve problemas de adaptação, por exemplo, trocadilhos, piadas, sotaques - nisso, a legenda ainda ganha, porque pode ser sempre cotejada com a fala original, para quem tem certo conhecimento da língua original).

Pensando bem... Agora tenho medo é que a dublagem por IA venha a acabar de vez com as legendas..
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MESA

Neste sábado, 15h, na Martins Fontes da Consolação, tenho uma mesa com o querido Ricardo Lisias . Debateremos (e relançaremos) os livros la...