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Galheta.
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Sempre falo isso, quem não me conhece acha que sou o mais urbano dos animais - e na verdade sou; não fui criança de apartamento, porque sempre morei em casa, mas fui criança total paulistana trancada na frente da tv-videogame, brincando com bonequinhos (ou "action figures", as bonecas dos meninos), nunca tive isso de brincar na rua, nunca quis, na real, fui uma criança terrivelmente asfaltada...
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Lagoa da Conceição.
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Talvez seja por isso que hoje tenho essa fascinação pela natureza, a vida em cidade pequena, o contato com o mato. A cidade já vive em mim. Para mim, de férias, praia, trilha, bicicleta, pé descalço é sempre muito mais interessante do que metrópole-museu-compras-cultura.
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Um bicho mimoso que vi nesse domingo.
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E por isso que Florianópolis é meu lugar favorito no mundo.
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Chegando à Barra da Lagoa. |
Dia desses via um amigo postando fotos nas Ilhas Maldivas, aquele "paraíso" de águas cristalinas, mar azulejado, um cenário absurdamente imaculado. Achei lindo. Mas ao voltar a Florianópolis percebi bem a diferença, como me sinto muito mais em casa num cenário bruto... Acho que preciso colocar fotos para explicar:
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Isso é Maldivas (numa foto que achei no Google) |
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Isso é a Barra da Lagoa, onde já morei, numa foto que tirei agora.
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Olhando as duas, para mim não há dúvida em que lugar eu preferia morar-morrer, e eu tentei (viver, digo). Infelizmente não tinha como eu ser produtivo em Florianópolis, mas ainda sinto como minha segunda casa. E acho que muito disso de "lugar favorito no mundo" passa por aí, um lugar não só que você gosta muito, mas que se sente em casa, e para isso é preciso ser um lugar que dê para voltar sempre (que fale a mesma língua...), que te aceite...
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No Canal da Barra.
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Eu morei na Barra da Lagoa há dez anos, durante um ano, mas já frequentava havia muito anos, e continuei muito depois. E se agora fiquei um bom tempo sem voltar por causa da pandemia-crise-casamento-separação, sempre é lindo voltar e ver que pouco mudou... pelo menos o que há de bom.
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Ida e sua filha Trishya.
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Ainda arrumei tempo para ficar de babá do Igor (neto da Ida), na piscina.
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Formei uma família lá na Pousada Marujo, da Ida Andersen, mulher negra-dinamarquesa (isso existe), que renderia uma baita biografia, e sempre me recebe como (mais) um filho (desgarrado). Na verdade me recebe bem até demais - e sempre tenho de dar um jeito de fugir no almoço e jantar, para conseguir também comer da culinária local. O turismo gastronômico faz parte. Desta vez comi muito bem, bebi muito bem (fim de semana poooode); sou taurino, todos os prazeres são orais...
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Ida me recebeu com um jantar manézinho-oriental de primeira.
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Moqueca de Lagosta.
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Comidinha de praia (lula).
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E a sequência de camarão foi de primeira.
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Para queimar, muita trilha, longas pedaladas pelo Parque Florestal do Rio Vermelho, caminhadas pela praia, Barra, Mole, Galheta... que é uma praia de naturismo opcional. Não tenho mais pudor em nadar pelado, o problema é que não dá para deixar minha bunda pálida exposta ao sol, ou nunca mais consigo sentar...
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Galheta
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Mesmo com muito protetor deu para queimar.
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Não estou na mesma forma de quando morava na Ilha, é claro, mas estou bem melhor do que um ano atrás. Então foi ótimo ver que ainda aguento o tranco de atividade intensa sem problemas. Ainda tenho uns quilinhos para perder do final de quarentena, mas sem neuras. Tá dando bem para ser feliz...
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E pensar que subia essa lomba todo dia quando morava aqui...
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Foram só 4 dias, mas o suficiente para um belo respiro dessa vida enclausurada, deu até para viver um amor de (pré)verão. Espero poder voltar logo. Espero que voltemos todos a viver. Ainda não sei o que será da minha virada (de ano), ainda não sei se sobreviverei a 2020, mas já dá para morrer feliz..
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Delicinha.
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