27/08/2021

OS MELHORES GAMES DE TODOS OS TEMPOS

Castlevania - Lords of Shadow. Meu vício atual. 

 


Tá, o título do post foi puro clickbait, faz parte do jogo... 

Mas voltei a uma fase gamer e achei que merecia um post. Eu poderia analisar a influência dos games na literatura - minha geração cresceu há mais de 40 anos mergulhada nos "videojogos", e isso já está presente de maneira clara em obras que vão de Salmon Rushdie a Dennis Cooper, Daniel Galera e Simone Campos (essa última talvez possa analisar o movimento bem melhor do que eu.)

Mais do que temáticas - que já vieram dos quadrinhos, dos filmes, da literatura - os games trouxeram estruturas que também influenciaram essas artes. A divisão em fases. Os chefes de fases. A possibilidade de morrer, renascer e seguir adiante... Isso está presente em muitas obras contemporâneas, como está presente em várias obras minhas, desde "A Morte Sem Nome"; "Pornô fantasma" (a novela no livro de contos) é total inspirada em Silent Hill; e "Fé no Inferno" tem muito disso também, não só na parte contemporânea, com Cláudio jogando seu PSP, mas principalmente na parte histórica (a vila queimada do protagonista se chama "Lurplur" - literalmente traduzido do armênio: Montanha Silenciosa - Silent Hill - basicamente um easter egg pra ninguém.) Meu sonho era que fosse adaptado para game (mais do que para o cinema). Acho que daria um belo "survival horror" - canto a bola no próprio livro, inclusive. Alguém tipo Rodrigo Teixeira bem que podia lançar uma coleção de "games expressos", baseados em obras nacionais. 

Esses dias meu namorado trouxe seu PS3 aqui, e voltei a jogar como louco. É um prazer único. E ainda que a gente (eu) se sinta culpado, ainda que se esteja queimando horas e horas em movimentos repetitivos, em que a gente poderia estar lendo, trabalhando, a gente também poderia estar roubando, a gente poderia estar matando, a gente poderia estar se drogando; já gastei pior minhas horas e os games já salvaram minha vida, como você vai logo ver...

Estou longe de ser um gamer inveterado ou especialista. Sou de fases. Não tenho nenhum console recente. Mas quando começo...

Então decidi colocar aqui os 10 games/franquias que mais joguei na vida. Tudo coisa das antigas, que sou velho. Vão aí: 


- CASTLEVANIA

De longe a série que mais joguei na vida, desde o Nintendinho até "Lords of Shadow" (que estou jogando só agora). É basicamente uma adaptação bem livre de "Drácula", um herói que tem de matar o vampiro, com todos os elementos que um moleque gótico como eu adoraria. Ainda prefiro os 2D (Symphony e Rondo no topo). (Ah, detestei a série de animação da Netflix). 


- SILENT HILL 

Tenho boas lembranças de virar a noite jogando o original em Porto Alegre, logo que me mudei para lá, com amigos novos. Depois joguei continuações do PSP, vi os filmes; mas o melhor sempre foi o clima. "Silent Hill" estabeleceu o padrão da cidade fantasma (no qual um protagonista busca por alguém desaparecido) melhor do que qualquer filme. (Nessa pegada gosto bem de "Obscure" também, que é um survival mais... obscuro. De "Resident Evil" nunca consegui gostar.)


- MONSTER HUNTER










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O Monster Hunter Freedom Unite pro PSP talvez seja o game que mais joguei na vida, porque é vício puro. Você tem de caçar monstros, fazer armas para caçar monstros, cultivar alimentos para caçar monstros; um game que exige horas e horas de cultivo, de planejamento, para uma caçada que pode levar quase uma hora. Tem algo de predatório - porque enquanto você caça coisas parecidas com tiranossauros, também caça unicórnios, golfinhos, veadinhos... Mas se você se dispõe e pega o jeito... é um vício terrível. (Por isso tenho evitado os mais recentes...)

- LIMBO

Jogo de plataforma bem simples - um garoto tentando sobreviver no limbo- que é elevado não só pela arte absurda (em preto e branco) como pelos quebra-cabeças que é preciso resolver. É uma beleza de visual e clima. Também gosto bem da pseudo-sequência, "Inside". 


- TETRIS 

Adoro jogos de quebra-cabeça tipo Tetris e Lumines. No Tetris cheguei a ficar bem bom. Lembro de uma época em que estava bem viciado (não só no game) e depois de uma noitada de pó, em que estava surtado, com a cabeça rebootando, foi jogar Tetris no Nintendo DS que me fez fixar na realidade. O videogame salvou minha vida. 


- PATAPON

Nessa franquia você tem que conduzir uma tribo por batalhas, seguindo a cadência de ritmos de guerra. Daqueles bem viciantes também. E adoro as músicas. Mas só consegui mergulhar no primeiro (também do PSP). 


- FRIDAY THE 13th

Tem uma versão mais recente bem bacana pra PC e Xbox, que é tudo o que eu queria quando criança. Mas o que mais joguei mesmo foi o do nintendinho, que é considerado por muitos como um dos piores games de todos os tempos. Discordo. Acho um belo game de estratégia, com temática de horror, mas se torna muito fácil depois que você pega os truques. (Quando criança eu adorava esses jogos baseados em filmes de terror - do Jason, do Freddy, Tubarão, etc - grande parte lançada pela LJN, e grande parte não presta mesmo). 


- FROSTBITE

Provavelmente o primeiro jogo que joguei e me viciei, quando era bem pequeno. Esse jogo de Atari é bem simples: você controla um esquimó que tem de saltar em placas de gelo e ir construindo um iglu, enquanto desvia de ursos, peixes, etc. Mas é uma delícia de jogar. 


- SUPER MARIO

Dos grandes jogos da minha infância - principalmente o primeiro e o terceiro. Ainda me lembro de jogar pela primeira vez, na casa do meu primo, quando ninguém tinha Nintendo ainda no Brasil. Os gráficos, a extensão do jogo, a possibilidade de pular fases, tudo me parecia revolucionário. O mais recente que tenho é o do DS, mas não gosto tanto. 


- HUNGRY SHARK

Único jogo de celular que já joguei. Um ex baixou e foi um vício que durou algumas semanas. Mas é daquelas coisas que fica sempre tentando te arrancar dinheiro...


E como menção honrosa...


O GAME DO HOMEM COXINHA (PC), claro. 






12/08/2021

NOTAS SOBRE O APOCALIPSE






Sempre me lembro desse trecho do livro do Mike Sullivan (“O Inferno É Logo Ali”). A diferença é que não tenho escrito nada...

A covid passou suave por mim, mas acho que deixará sequelas em toda a população. Alguns hábitos nunca mais voltarão, e nem todos eram maus hábitos...

O que será do cinema, do teatro, por exemplo? O povo já se acomodou tanto com streaming, o povo já se acostumou tanto a ficar em casa...

Esses dias fui o ver o (ótimo, eu achei) novo do Shyamalan (no cinema, vazio), de uma família que vai para uma praia deserta e começa a envelhecer a cada minuto. O filme começa com eles chegando ao hotel e me deu uma nostalgia... fiquei com uma vontade que o filme ficasse duas horas só naquilo, eles fazendo check-in, eles tomando café da manhã, eles na piscina... E isso porque viajei três vezes desde que começou a pandemia (a última há três meses, no meu aniversário, para um hotelzinho bem bacana em Juquehy).

Em maio, com Klauz no litoral norte, ainda havia sol...


Tive também essa nostalgia com o (excelente) “Paris Brest”, do meu amigo Alexandre Staut, (que tem alguns anos, mas só fui ler agora), as memórias dele no começo do milênio quando morou na França, trabalhou como cozinheiro, camelou, se fodeu, viveu... Saudades dessas viagens, das possibilidades, da juventude... (Mais ou menos na mesma época eu trabalhava como barman numa boate em Londres).

Do livro do Staut. 

E ainda com o novo do Galera, “O Deus das Avencas”, que é uma reunião de três novelas. A primeira é puro Galera – que eu sempre adorei, como escritor, como pessoa – sobre um casal prestes a dar à luz, às vésperas da fatídica eleição. Deu uma saudade dele, que não é um amigo próximo, mas a gente sempre se encontrava por aí nas viagens, nos festivais. Saudades de toda a classe, na verdade, dessa troca com os colegas...

O novo do Galera. 

Quando a gente envelhece nosso círculo de amizades se restringe muito a colegas de profissão, porque todo mundo tem família, todo mundo tem trabalho, e os encontros profissionais são mais importantes do que os sociais. Mas agora todo mundo trabalha de casa, ou “só” em casa (porque eu trabalho em casa desde 2003) e tem a melhor desculpa-justificativa para evitar encontros.

Não estou tão sozinho porque estou namorando há quase seis meses, um namoro tranquilo. E sempre me fecho muito no relacionamento, deixo tanta gente de lado. Mas o trabalho que foi intenso nos últimos... três anos, quase, agora deu uma parada. Temo pelo futuro... futuro próximo... próximos meses...


De um conto novo, a única coisa autoral fiz este ano. 

Não tenho escrito nada, ou quase. Dia desses fiz um continho para uma revista literária – uma espécie de sucessor espiritual de meu “Apocalipse Silencioso”, contemplando esses tempos de pandemia (não é o que todo mundo está fazendo?). Não tenho muito mais a dizer, na verdade. Parece que está todo mundo na obrigação de xingar o presidente, tirar sarro dos tanques, lamentar a morte do Tarcísio Meira – eu sinto como todo mundo, penso como tudo mundo. E se eu concordo com tudo, fico quieto, e passo por alienado; comento quando tenho algo diferente a dizer, e pago de polêmico...

“Mas eu amava seu diário da quarentena”, me disse meu amigo Clayton Brandão. Eu queria comentar sobre um ou outro livro, um ou outro filme , então ao menos resolvi fazer mais esse... Agora não tenho mais nada a dizer.


Cara de quarentena. 

NESTE SÁBADO!