Saudades de Porto Alegre...
Tenho acompanhado as notícias como todo mundo,
compartilhado, doado, ajudado como dá, com medo de falar algo mais e me
transformar na Juliana Didone no chuveiro. Não tem como todo mundo ter algo a
acrescentar. Não tem como todo mundo ter a solução. Mas fico pensando naqueles
cenários, como foram, como estavam, como ficarão...
Foi em Porto Alegre que comecei minha vida adulta, na virada
do milênio. Morei dois anos, fiz grandes amigos (bem, AMIGAS, principalmente,
que as gaúchas sempre foram bem melhores). Apesar de todo o inegável bairrismo,
me receberam muito bem, me levaram para conhecer a cidade, as praias, Gramado. Tornou-se
uma parte do que eu sou.
Lembro como era uma cidade boa para caminhar. Com uma vida
ao ar livre muito mais forte do que São Paulo, por causa do rio, dos parques. A
gente saía domingo na Redenção e encontrava todo mundo...
Para além da minha vida pessoal, é inegável a influência, a
consistência e a força da produção gaúcha na nossa música, na literatura,
vários de nosso maiores nomes, muitos dos meus favoritos.
Eu não vou a Porto Alegre há um bom tempo (talvez uns DEZ
anos?!), estava planejando uma visita. Agora nem sei o que iria reconhecer. Queria
só ver se os amigos estão bem.
Uma grande amiga, que mora perto de onde eu morei, no
Floresta, disse que saiu assim que a casa começou a alagar. Foi para a praia.
Não sabia como ficou a casa. Os amigos todos parecem estar em segurança, se é
que se pode chamar assim. Mas como fica uma cidade em trauma? Como evitar que
aconteça de novo?
Tava agora revendo um álbum inteiro de fotos que fiz por lá;
tantas lembranças. Eu tinha isso, de fazer álbum de fotos (físicas, impressas).
Sempre achei a forma mais segura de preservar: as fotos digitais se perdem, HDs
se vão, redes sociais são desativadas. Mas imagino agora todas as fotos e as
lembranças que ficaram debaixo d’água...
#tbt #portoalegre