Em Ouro Preto. |
Tristeza imensa pela
morte de Antonio Cícero, escritor, filósofo, poeta e um dos maiores letristas
do país. Era também das pessoas mais doces que conheci.
Entrevistei-o há uns vinte anos para a Joyce Pascowitch.
Ele marcou num restaurante japonês no Rio, caríssimo, e eu fui me perguntando
se a revista me reembolsava, se eu devia pedir só uma aguinha. Nem lembro do que
pedi, lembro que o papo foi ótimo e ele fez questão de pagar tudo. Depois
disso, nos encontramos em eventos literários, em bares, ele topou participar de
um proto-podcast que eu tinha no blog, nos tornamos amigos.
Num lançamento meu no Rio. |
Lembro bem de uma vez que voltamos juntos de um evento
literário em Ouro Preto, numa van, e o motorista tocava o pior sertanejo universitário
a todo volume. E eu pensando: “Tô com um dos maiores letristas do país do meu
lado e tenho que escutar isso...”
Com a irmã Marina, em São Paulo. |
(Vou fazer uma playlist com minhas letras favoritas dele.)
Fiquei feliz quando se tornou imortal, mas para mim ele já
era. E agora se une ao time dos lendários que tive o prazer de encontrar, junto
ao Noll, Jô, Millôr, Scliar, Guzik, Victor Heringer, Fernanda Young, Lygia, Ziraldo...
A carta que ele deixou: mais do que digno. |