06/09/2025

ANTIDEPRESSANTS

 

Suede lançou mais um, décimo disco, e como manda a tradição, registro aqui. 

É a banda mais importante da minha vida, que descobri na adolescência e foi muito responsável pela descoberta da minha homossexualidade. Brett Anderson, o vocalista, é culpado até hoje de eu só me apaixonar por meninos andróginos. 
Esse show em Londres vi na grade (2002). 

Vi ao vivo quatro vezes, duas em Londres, uma em SP e uma na Rússia! Já conversei com eles em bastidores, em coletiva de imprensa; é uma banda que nunca vou deixar de acompanhar, mas esse disco novo... 

Tá complicado. 

Com o baterista, Simon Gilbert, em 2002, em Londres. 

É pesado, segue a vibe punk do anterior, Autofiction (que eu adoro), mas os vocais tão muito zoados... Faz um tempo que o Brett tá investindo na desafinação, talvez para assumir uma deficiência, e funciona nos momentos mais punk. Mas agora nem em estúdio ele tá dando conta dos momentos mais líricos. E o disco tá muito gritado...

Com o primeiro guitarrista, Bernard Butler, em Londres, 2002 (ele foi o mais querido). 

June Rain, Disintegrate e a faixa título, Antidepressants, são minhas favoritas. "Sweet Kid" também é bacaninha, mas sofre muito com o que falei, merecia um vocal melhor. 

Brett Anderson de olho em mim... 

De qualquer forma, já encomendei a edição física deluxe (junto a vários outros CDs que faz tempo que eu queria ter... vamos ver a pedrada que vai ser de imposto quando chegar). Segue meu ranking dos dez álbuns deles: 

1. Suede
2. Dog Man Star
3. Coming Up
4. Autofiction
5. Night Thoughts
6. Blue Hour
7. A New Morning
8. Head Music
9. Bloodsports
10. Antidepressants

Em São Petersburgo, 2012. 










01/09/2025

ABRINDO O CANAL

 


Veja só como sou vanguardista, em pleno 2025 viro youtuber… Abri o canal (ops!) pra poder falar um pouco do que falo já nos vídeos do Instagram, nos textos aqui do blog, estender as reflexões…. Vamos ver se consigo manter. Me sigam lá.

https://www.youtube.com/@santiagonazarians

28/08/2025

PREMIO SESC

 

Saiu o resultado do Prêmio Sesc de Literatura.

Eu tive a honra de ser jurado da fase final da categoria romance, junto à Luciany Aparecida e o Godofredo de Oliveira Neto. Tinha muita coisa boa... ou tinha algumas coisas boas, mas o vencedor foi uma unanimidade: “Goiás”, que descobri agora que é do poeta paulista Marcus Groza.

O livro é uma prosa poética em fluxo de consciência canina, estranhíssimo, sem muita pontuação, contando a vida de cães farejadores; foi daqueles que eu comecei a ler e pensei: preciso ter esse livro na minha estante.

Fiquei bem feliz que foi uma unanimidade entre nós jurados, porque é um livro muito diferente, que até trata de pautas fortes, questões ambientais, mas não é nada panfletário e mantém a tradição de alta literatura do Prêmio.

Eu mesmo comecei a publicar por  um prêmio, vinte e poucos anos atrás, e sei como é importante já chegar no mercado com essa chancela. Tem gente que falsamente menospreza prêmios, mas para o autor se manter num mercado tão restrito como o mercado literário brasileiro, continuar publicando e mesmo conseguir trabalhos relacionados ao livro, é importante contar com prêmios, precisa ser finalista, precisa ganhar; é uma batalha sangrenta.

E infelizmente para ganhar prêmios não basta só a qualidade literária, tem um tipo de livro com perfil para prêmio. Tem que ter sofisticação literária no estilo, mas também tratar de temas importantes do momento...

Para ganhar os prêmios de livros já publicados, como Jabuti ou Oceanos, ajuda muito ter publicado por uma editora de renome, com tradição literária, como a Companhia e a Todavia, não só pela grife, por deixar claro que já passou por um crivo editorial, mas porque o livro já chega nos prêmios conhecido de grande parte do júri, então já começa a corrida com vantagem.

Por tudo isso fico feliz bem feliz com a premiação e publicação de um livro nada óbvio como Goiás, parabéns também ao Leonardo Piana e o Abáz, que ganharam nas categorias de poesia e contos (eu só li os 50 finalistas de romance).

Aqui os vencedores e finalistas: 

https://www.sesc.com.br/noticias/cultura/premio-sesc-de-literatura-anuncia-os-vencedores/

25/08/2025

I'VE SEEN IT ALL



Só com os óculos no rosto enxerguei o quanto estava velho.

Há anos que eu venho adiando, protelando, procrastinando usar óculos. Eu achava que só precisava pra perto, pra ler, principalmente no papel, porque no computador nunca senti necessidade ou pra ler legenda, pra ver filme... Tava trabalhando normal.

Mas o oftalmo me receitou lentes multifocais, pra longe, pra perto, pro meio.... E agora parece que eu estou sempre num barco, sempre meio tonto. Não me atrevi ainda a andar assim na rua, porque tenho medo de ser atropelado...

Eu não adiei por uma questão estética, porque eu sempre gostei de menino de óculos; acho que traz uma... fragilidade, uma fraqueza, deixa claro que ele tem defeitos, que é sexualmente passivo...

Mas eu adiei porque fui levando como dava, aumentando as fontes na tela... comprimindo os olhos. Também esperava que os gnomos da assistência pudessem me ajudar. Aqui em casa tudo é assim: tem uma torneira pingando, eu deixo um tempo e ela para de pingar; até a televisão, tinha uma época que ela diminuiu o brilho, ficava escura e tinha que “esquentar” para voltar ao normal; passou um tempo e ela se arrumou sozinha. Mas minha vista não... foi só piorando...

Ler livros impressos tava cada vez mais difícil, principalmente de noite... até quando pediam para eu ler trechos dos meus...  Eu tava me preparando para fazer a Björk em Dançando no Escuro...

Enfim, cedi... Isso não quer dizer que vai ser mais fácil eu ler o SEU livro. Eu vou ter é que cobrar mais caro pelas leituras críticas... Gastei uma fortuna nesses óculos, mas são Emporio Armani; espero que eu consiga me adaptar. Deve me trazer mais qualidade de vida, vai ser bom... eu poder ver minhas rugas... meus melasmas... minhas imperfeições... eu estava precisando mesmo perder minha autoestima...

26/07/2025

VEADO ARGENTINO




Grande notícia! Meu VEADO ASSASSINO ESTREIA EM AGOSTO, em BUENOS AIRES! (Por enquanto só nos palcos. Mas a mesma equipe está com os direitos pra cinema, que parece que também está avançando…) (E aqui no Brasil, minha versão pro teatro tá na geladeira, como sempre…)


UN RENO MATÓ AL PRESIDENTE. Y QUERÉS VERLO.
Rodolfo es gamer. Es queer. Es mestizo. Es un asesino. Pero no te confundas: Venado Asesino no es sobre la muerte. Es sobre todo lo que ignorás hasta que te estalla en la cara.
La obra que nadie pidió pero todos deberían ver: una historia entre el glitch, el deseo, y la rabia contenida. Escrita por Santiago Nazarian y dirigida por Maruja Bustamante, esta es la voz de quienes se cansaron de callar. Protagonizada por Max Sauen y Lisandro Rodríguez, esta pieza de teatro queer distorsiona el lenguaje escénico como Rodolfo distorsiona la lógica del mundo.
ESTRENO: 3 de agosto – Domingos 20 hs – Estudio Los Vidrios MONTEVIDEO: 28 al 31 de agosto – Teatro Solís
Seguinos en Instagram, Tiktok y X como: @venado_asesino
+ INFO Y PRENSA:
Mail: venado.asesino.teatro@gmail.com
Instagram, Tiktok, X: @venado_asesino
Equipo para Colab IG: @yosoymaruja lisandro_rodriguez_no @max.suen @estudiolosvidrios

Etiquetar: @marriodurrieu @waltertiepelmann


25/07/2025

 






Eu gosto muito do que você escreve. Gosto dos seus livros. Mas me peguei separando nossas fotos juntos, salvando para quando você morrer, pensando em tudo o que eu teria pra postar sobre você. Postei agora... porque nem revelei seu nome. Mas você curtiu com um coraçãozinho.

30/06/2025




Vamos falar sobre SEU livro?

Você que está começando um romance, tem as primeiras páginas, um projeto, manda pra mim, que a gente vai discutir os temas, os caminhos e a estrutura do seu romance.

Estruturando Seu Romance é um curso que eu criei no início do ano, derivado das minhas leituras críticas, para a gente falar mais sobre como armar uma estrutura e seguir com a escrita, com fluxo de consciência, escaleta, escaleta reversa e a abertura do romance.

Com frequência sou jurado de concursos e prêmio literários (comecei a publicar por um prêmio, inclusive) e eu vejo como é importante fisgar o leitor já nos primeiros parágrafos, já na frase de abertura. E dá tranquilamente para fazer isso com seu texto.

É uma oportunidade de a gente avaliar suas primeiras páginas, trocar com outros autores e fazer exercícios para destravar. (Mais barato do que uma leitura crítica.)

Vai ser nos sábados de agosto - 9, 16 e 23, das 10h às 12h, por Zoom. Deve ser meu último curso este ano!

As informações básicas estão no flyer e o email para saber mais e se inscrever. Primeiros inscritos têm desconto, para viabilizar a turma. 
Todas as 

24/06/2025

COMO IDENTIFICAR IA NA FICÇÃO LITERÁRIA



Esses dias eu comentava sobre Inteligência Artificial na escrita, que não vejo graça, porque a graça de escrever um livro é escrever um livro.

 
Mas eu tenho visto cada vez mais, lido cada vez mais, revisando traduções e mesmo em leitura crítica. Fica tudo com a mesma cara e tô me tornando um especialista em identificar.

 
Esses dias peguei um livro que tinha todos os maneirismos de IA; o autor tinha me pagado para a leitura crítica, então fiz meu trabalho, fui lendo e marcando artesanalmente: “isso parece IA”, “isso parece tradução mal-feita...”

 
(Depois o autor me escreveu confessando que tinha usado a ferramenta...)


Daí tava pensando nos três pontos principais que me fazem identificar um texto de ficção feito por IA:

 
1. Falsa coloquialidade: parece que a IA quer mais parecer humana do que escrever corretamente. Então abusa das contrações – o pra, tava, prum -, não só nos diálogos, mas na narração também. Ao ponto de soar falso.


2. Má tradução: a IA usa expressões em português que parecem tradução direta e dura do inglês. E usa a tradução mesmo quando não é necessário – tipo, para nomes de drinques. Esses dias eu peguei um personagem com o nome de Enferrujado, que parece uma tradução direta de Rusty. Mas em português ninguém chamaria alguém de Enferrujado, seria Ferrugem. São coisas como essas que entregam.

 
3. Português de Portugal: A IA às vezes escorrega em expressões e construções que são mais próprias do português de Portugal, como eliminar os gerúndios: “Eu estava a andar quando o encontrei”.
E esses são só os três pontos mais flagrantes.

 
Eu ainda não consegui encontrar utilidade e graça pra IA. Mas fico pensando se não serviria, por exemplo, quando estou reescrevendo por extenso todos os numerais que encontro numa leitura crítica.

De toda forma, acho que essa expertise que estou criando de IDENTIFICAR IA em ficção já é bem-vinda. Como jurado de prêmios, se pego uma coisa dessas, você está desclassificado...

23/06/2025

ORGULHO (DE MIM MESMO)



A primeira parada dela. 

Essa semana do Orgulho (gay) foi intensa e importante para eu reafirmar minhas escolhas, meus orgulhos, perceber que há caminhos para eu ser quem eu sou...

Raphael sempre foi um querido e merece o sucesso que faz. 

Começou com a Feira do Livro do Pacaembu, onde assisti a várias mesas, encontrei editores, recebi propostas e pude refletir sobre minha trajetória de escritor. Encontrei também amigos queridos - o Raphael Montes e a Tati Bernardi – que defendem propostas mais comerciais de literatura e sempre me estimulam a seguir esse caminho. Mas eu nasci para ser alternativo. Nunca gostei do que todo mundo gosta e não poderia ser esse tipo de escritor. Tati Bernardi fala que o histórico dela de publicidade é que a levou a fazer uma literatura que vende. Comigo foi o contrário, eu larguei a publicidade para fazer o que acredito, trazer a minha visão de mundo; se fosse para fazer o que vende eu ficaria na publicidade... que rende mais.

A Tati fazia tempo que eu não via. 


Isso tem muito a ver com a minha formação. Na minha família, a arte nunca foi um meio de ascensão financeira, pelo contrário. Tanto minha família paterna quanto materna tinham grana, e a arte foi meio que uma maldição, um voto de pobreza... Eu não consegui escapar disso. 

(E ainda assim, vez ou outra, as minhas propostas mais absurdas – como um livro narrador por um jacaré de esgoto – até que vendem bem...)

E para seguir no Orgulho de ser quem eu sou, pude levar minha sobrinha pela primeira vez na Parada LGBT+. Ela está com treze, é uma aliada forte dessa geração fluida, e estava na hora de ela ver o que é realmente essa parcela da população.


Pode ser aliada, mas se aparecer com namorada eu deserdo!

Chegamos cedo para ela ver a parte mais política, engajada (e o povo ainda não tão louco e colocado). Ela durou pouco, mas se divertiu, comprou uma bandeira, e encontramos alguns amigos queridos, como o Marcelino Freire com o Gero Camilo.

Marcelino e Gero. 

Depois de levá-la para almoçar e entregá-la em casa, voltei para a outra parada, do final do dia, em que o povo já tá tudo se pegando, mijando e vomitando pelos cantos. Acho que nunca fui tão paquerado. O chifre deve ter ajudado, porque traz certo humor e uma entrada para o povo se aproximar, porque eu não sei sorrir e sempre passo como carão...

Então, enfim, tirei a seca... Povo não acredita, mas fazia quase TRÊS ANOS que eu não dava nem um beijo. Tem a ver com a idade, com estar de saco cheio dos gays, mas também com minhas próprias escolhas... Gay gosta é de padrãozinho – homem fantasiado de homenzinho -, e um cabelo comprido, um olho pintado não são atrativos. Mas essa é outra concessão que não faço. É assim que eu gosto de ser e assim que vai ter que rolar (ou não). O que eu posso fazer é me esforçar para emagrecer, malhar, até para eu mesmo ter a autoestima que ajuda as coisas a acontecerem. (Até porque, não tenho pelos suficiente para passar por urso. Eu não me depilo nada e os poucos pelos que eu tenho mal registram em foto...)

De qualquer forma, ontem, funcionou, com o cabelo comprido, com os cabelos pintados, e com os chifres... Acho que a mágica estava nos chifres. Agora só vou sair de casa com chifres.

O Veado ontem tava matador...

17/06/2025

CHOQUES E PRIVILÉGIOS

 

Com Leonardo e Camila. 


Surpreendente o debate ontem na Feira do Livro do Pacaembu. Foi uma mesa paralela, numa noite de segunda, achei que não ia ter ninguém e até questionei do que valia. Mas teve um público ótimo, reencontrei amigos e colegas queridos, e o debate rendeu horrores.



Pudemos conversar sobre a atual censura mercadológica nos livros, as pautas e as polêmicas - meu lugar de privilégio como escritor branco e minha cota como autor gay. Camila Dias mediou muito bem - sem condescendência, dando as devidas alfinetadas e intimadas. Leonardo Garzaro foi a voz da ponderação e agradeço muito a ele pelo convite. 


No sábado, vi a pré-estreia do documentário Palavra Expressa, com a Veronica Stigger, do qual sou personagem em um dos episódios. 

Fora a mesa de ontem, andei circulando pela feira também no fim de semana, vi diversas mesas, tudo de graça e do lado de casa. Eu não tenho sido convidado para muitos eventos, não costumo ir na Flip, então foi uma oportunidade cada vez mais rara de ser visto, ver o que está acontecendo e acompanhar as discussões do momento. 

Ganhei a noite de ontem quando o Fábio Massari veio me dizer que era meu leitor. Cresci vendo o Lado B da MTV. E ele ainda me deu um livraço. 


Recebi propostas bem interessantes para novos livros, tirei muitas fotos... mas não comi ninguém!


Meu vizinho Staut, sempre presente 

Cruzei por lá com o querido Alexandre Staut, Pedro Balciunas, Ricardo Ramos Filho, Tati Bernardi, Celso Suarana, Sergio Keuchgerian, Wellington Furtado, Veronica Stigger, Henrique Borlina, Cristhiano Aguiar, Simone Paulino, Noemi Jaffe, Luciany Aparecida, João Anzanello Carrascoza, Fábio Massari, Cadão Volpato, Bernardo Ajzemberg... enough name-dropping!


Meu mestre, Wellington Furtado, que foi meu fotógrafo oficial. 


12/06/2025

FEIRA DO LIVRO

 



Começa neste final de semana mais uma Feira do Livro no Pacaembu, aqui em SP. Eu sempre acabo indo, é perto, dá pra ir a pé, e gosto de encontrar os amigos e ver o que está rolando... 

Sempre falo isso, como é fundamental para a formação do autor participar de eventos literários, não ficar apenas trancado em casa alimentando vaidades ou paranoias.

Quem não está na programação oficial sempre pode ir assistir, ver o que os outros autores têm a dizer. Às vezes é melhor do que ficar inventando mesas paralelas para tentar atrair meia dúzia de gatos pingados.

Mas eu estarei numa mesa paralela, a convite do Leonardo Garzaro, debatendo censura, limites e possibilidades da ficção, mediados pela Camila Dias. 

É segunda, 17:30, no Tablado Literário das Bancadas. 

Além disso, estarei no sábado, na estreia do documentário Palavra Expressa, que foca na relação dos escritores com suas cidades. Cada episódio é um escritor - e eu estou no de São Paulo. Mas a apresentação da Feira do Livro será com a querida Veronica Stigger. 



17/05/2025

SEMANA DE ANIVERSÁRIO

Segunda, em Santo Antonio de Lisboa.


 Este ano comemorei o aniversário como devia. 4 dias em Florianópolis e ainda encontrei os amigos em São Paulo. Os dias estavam deliciosos - meio frios, mas com sol - as praias vazias; encontrei a familinha de Floripa, comi as comidinhas de praia que eu amo, caminhei muito e mantive o peso (mas foi a primeira semana do ano que não perdi). 

Não tenho grandes planos para o ano, para a VIDA! O trabalho segue constante, o dinheiro contado, os sonhos todos no passado... Mas dias assim ainda fazem valer a pena. 

Encontrando mãezinha Ida, que também fez aniversário esses dias. 

Irmãozinho Taiya em Floripa. 



Mergulho noturno. 
Drinques com a Taina, que foi minha dupla quando trabalhei numa agência de publicidade em Porto Alegre. 

Me esbaldei de camarão. 


De peixe e ostra. 


A pousada Lozalti é ótima, quarto enorme, bom café da manhã e piscina delícia. 



E teve ótimas leituras na piscina. Aqui o Elton Frederick



E aqui o Alessandro Thomé.


Por sinal, ontem teve o lançamento do Thomé aqui em SP e aproveitei para comemorar também. Reencontrei o Thales Guaracy e meu sobrinho emprestado, o Kaio. 



Menino mais querido. 


Agora é voltar ao sofrimento!



15/05/2025

FESTA EM SÂO PAULO



E a festa continua em São Paulo!

Sexta tem lançamento do camarada Alessandro Thomé e eu e o Thales Guaracy faremos uma mesa com ele na Ria.
 
O livro é uma parábola sobre a construção das sociedades, através de uma ilha fictícia perdida no tempo, com moradores peculiares e tradições insólitas... Tem o humor, a poesia e a malemolência marítima de que só o Alê é capaz.
 
Ele vai autografar, nos vamos papear e depois beber (ou antes, ou durante...). Apareçam que será ESSA a minha comemoração de aniversário em São Paulo (e nem precisam levar presente, é só comprar o livro do Alê).
 
A Ria fica colada no metrô Vila Madalena e, pelo menos até umas 22h, estaremos por lá.


12/05/2025

THIS IS HOW I DISAPPEAR


Faço 48 anos com corpinho de 43...

Esse era eu na pandemia...


Só neste ano de 2025, de janeiro para cá, perdi 15kg. Da vez anterior, que perdi 30 kg (de 2019 para 2020), postei todo o processo nas redes sociais, a dieta, como um bom blogueirinho fitness  (ou biscoteiro carente).

(Aqui todo o projeto fitness de 2019 - é basicamente o mesmo:   https://santiagonazarian.blogspot.com/2019/12/perca-peso-pergunte-me-como.html

Mas sempre avisei que era só eu casar, que no dia seguinte engordava 30kg de novo.

Não casei, mas também não engordei tudo de volta. Tive alguns namoros, teve a pandemia, recuperei uns 20kg, dos quais agora já perdi 15 de novo.

Esses dias, na piscina de um amigo. 

Gosto de comer, gosto de cozinhar, gosto de beber e, para ser magro, hoje em dia, eu preciso passar fome. Só exercício físico não adianta, porque eu nunca parei de malhar. E sinceramente, não sei se vale a pena.

Além da dieta, o treino com Gabriel Ferraz faz a diferença, excelente professor. 

(Nunca gostei de homem forte, nunca gostei de SER forte; malho porque é o que dá. Não dá para ser twink na terceira idade, como o Serginho Groisman...)

Tiozão em forma. 

E tiozão em forma só atrai tranqueira, né? O creme não compensa. Claro que tem a vaidade pessoal, mas também não sei se a vaidade compensa. O mundo literário não valoriza o escritor em forma. Sei bem como sofri preconceito quando eu era um jovem escritor de tanquinho! A Granta não aceita autores gatinhos!

Essa é clássica (e aqui eu já tinha uns trinta anos...)

O argumento de que a gente se sente melhor mais magro também é relativo. Eu me sinto mais disposto, mas será que disposição é algo sempre positivo? Essa energia a mais que ganho mais magro – o que faço com ela? Eu me sinto mais disposto e mais pilhado, mais ansioso, menos concentrado; malho melhor, trepo melhor... (talvez, não sei, ainda não testei), mas escrevo pior, durmo bem pior. (Durmo muito melhor quando posso comer, quando posso beber...)


Aniversário aqui em Floripa. 

E quando eu estou comendo, quando estou bebendo, eu sigo as postagens da 451, da revista Morel, do Fórum de Teresina! Quando eu emagreço, começo a ver os vídeos do Cariani, do Paulo Muzzy, do Leo Stronda!

Por isso que segui meu plano fitness desta vez mais quietinho, menos convicto, fica cada vez mais difícil. Mas é bom ver que ainda é possível – passo fome durante a semana e ainda posso me esbaldar nos finais. Afinal, minha maior conquista este ano tem sido desaparecer...

Neste domingo em Floripa, bebendo com a velha amiga Taina. 

24/04/2025

iDENTIDADE ARMÊNIA

Eu na Armênia, em 2015. 


Hoje se completam 110 anos do Genocídio Armênio.

Sempre que eu falo que sou armênio, as pessoas questionam, se são meus avós, onde meus avós nasceram, mais ou menos como aqueles alemães do interior de Santa Catarina...

Mas eu cresci ouvindo: Aracy Balabanian é armênia; a Cher é armênia; toda família armênia faz questão de apontar quem é... (mais ou menos como os gays...), porque não é uma questão de nacionalidade, é uma questão de etnia e sobrevivência, mais ou menos como ser judeu.

Quando meus avós nasceram, por exemplo, nem existia a Armênia, como um país, e a imensa maioria dos armênios que vieram para o Brasil ou que se espalharam pelo mundo, vieram fugidos do Império Otomano, a atual Turquia, não da Armênia que existe hoje. Era uma raça, uma etnia, perseguida historicamente dentro de um império muçulmano, que sofreu um genocídio durante a primeira guerra mundial.

Então os armênios daquela época eram nascidos na Turquia, ou na Rússia, ou na Persia, mas ainda eram armênios. O que fazia deles armênios é uma pergunta que eu sempre me fiz. O que faz de mim armênio?


Com o Monte Ararat ao fundo. 


Foi muito o que eu procurei responder quando fui à Armênia, em 2015, e em toda a minha pesquisa para meu romance Fé no Inferno. O que é um armênio? (e é possível ser armênio sendo ateu? E sendo gay?)

Acho que entendi que meio que o consenso é que os armênios são os descendentes de armênios, que carregam o sobrenome (ou o sangue!). Como foi um povo que sofreu um genocídio, eles consideram qualquer descendente um sobrevivente, portanto um armênio. É uma questão de resistência.



Os armênios gostam de inflar os números, e apontar – Santiago é armênio, Fiuk é armênio – ao contrário de outros povos, como os alemães, que estão enxotando os latinos de Pomedore, que se consideram Europeus.

Os números oficiais, inclusive, dizem que existem cerca de 10 milhões de armênios no mundo, três milhões nascidos na Armênia. Eu estou entre esses dez milhões.

Quando fui para a Armênia, eu via pelas ruas: “Aquela parece minha prima, aquela parece minha tia”; eu mesmo tenho algo de armênio nos olhos (tinha mais nas sobrancelhas, mas raspei zero na minha adolescência gótica e ela nunca mais cresceu igual!); felizmente não tenho o nariz...

Mas se você quiser saber mais sobre armenidades, eu sugiro a leitura do livro “Genocídio Armênio”, do meu amigo Heitor Loureiro, que acabou de sair pela Juruá Editora, que tem toda a base histórica, de uma maneira bem didática e objetiva. O Heitor é um dos maiores especialistas do tema no Brasil, inclusive foi meu orientador no meu romance; ele que me emprestou grande parte dos livros da minha pesquisa, leu a primeira versão do livro, fez apontamentos.

Tem também “A Um Fio da Morte”, um dos relatos mais completos em primeira pessoa de um dos sobreviventes do Genocídio, o Hampartzoum Chitjian. E a edição brasileira foi traduzida por mim para a Autonomia Literária.

E quem quiser ver uma versão romanceada da historia, leia meu Fé no Inferno. Conta a história de um cuidador de idosos, brasileiro, indígena, gay, que vai cuidar de um velho armênio nos Jardins, em São Paulo (muito baseado nos meus avós) e, conhecendo a história do genocídio, começa a reavaliar a sua própria condição de cidadão de segunda classe, no Brasil às vésperas da eleição do Bolsonaro.

O livro intercala esses dois momentos – Brasil em 2017 e o Império Otomano durante a primeira guerra mundial. Foi finalista do Jabuti, do Oceanos e ficou em segundo lugar no Prêmio Machado de Assis, da Biblioteca Nacional, em 2021.





ANTIDEPRESSANTS

  Suede lançou mais um, décimo disco, e como manda a tradição, registro aqui.  É a banda mais importante da minha vida, que descobri na adol...