13/01/2025

ABRINDO OS TRABALHOS




Minha mãe está vendendo o Solar Biofobia. 

76 de Dona Elisa. 

    
Ela não se matou (ainda). Mas se sente no final da vida, sem saber como prosseguir aos 76, coisa que eu já sinto aos 47. Temos pensado em maneiras de seguir em frente - e para ela uma opção dolorosa é vender a casa que ela construiu em São Roque há uns quinze anos, ir para um lugar menor, menos isolado, onde ela não dependa de carro para tudo e que possa ter mais segurança nos anos que restam...

O aniversário dela foi neste final de semana. E eu cheguei no sábado para preparar um almocinho. Domingo vieram amigos dela, minha irmã, minha sobrinha...

Mãe e filho. 

O condomínio da minha mãe é do lado de um camping. E em todos esses anos nunca tinha ido dar uma olhada. Descobri agora que é praticamente um clube de campo, com várias piscinas, quadras, lago, trilhas e cachoeira, que dá para aproveitar por day use. 


Acordei domingo cedo e fui para lá, antes de o aniversário começar. Fiquei torrando numa piscina enooooorme, vazia, depois peguei trilhas para uma (mini) cachoeira, também só minha. 


High na Cachu. 


Foram mais dois dias gostosinhos em 2025, além da viagem da virada, em contato com a natureza - desta vez ao lado de cenários tão conhecidos, que ainda me trouxeram surpresas. 

(E espero que 2025 me traga mais boas surpresas, porque expectativas, sonhos ou mesmo desejos eu mesmo não tenho. Se não espero por nada, que a surpresa seja positiva...)

Aproveitando, para abrir os trabalhos, em fevereiro já estarei de volta com minha Oficina do Personagem, que deu super certo em 2024. Desta vez coloquei uma aula a mais, para poder discutir os textos com mais calma, com os autores inscritos. A turma já está formada, mas ainda não está fechada. Restam algumas vagas, então quem quiser, é só me escrever: 

    











 

03/01/2025

VIRANDO




Comecei bem.

Voltando de uma viagem delicinha de 5 dias pelo litoral sul de SP. O querido amigo, grande escritor, Alessandro Thomé mora em Cananeia, tem um “rancho” em Ilha Comprida e sempre me chamava. Aproveitei a ida do escritor-editor Thales Guaracy e fomos passar o réveillon.

Na estrada com Thales.

Confesso que fico sempre receoso em passar uns dias na casa dos outros. Para mim, o modelo ideal de viagem é quando eu vou sozinho, fico sozinho, mas encontro amigos no destino – por isso acabo sempre voltando para Florianópolis. Mas é bom de vez em quando testar a sociabilidade em novos cenários, capacidade de adaptação, não fazer os mesmos roteiros de sempre ou programados por nós mesmos.


Nana Gouveia no furacão. 

E desta vez não poderia ter sido melhor. Alessandro é um grande anfitrião, deixa todo mundo à vontade e se desdobra como guia turístico (apesar de não ter conseguido me apresentar aos golfinhos...). Dividindo os dias entre Cananeia e Ilha Comprida, pegamos trilhas e caminhos não tão óbvios aos turistas, e que eu não conseguiria e nem teria graça de fazer sozinho.

Mas não podia faltar as comidinhas de praia. 

Além do Alê e do Thales, também tive a companhia do enteado do Alê, o Kaio, um moleque incrível, super parceiro, destemido, que 5 minutos depois de me conhecer já estava subindo nas minhas costas, grudou em mim, não parava quieto e me deu a experiência de ter um sobrinho menino de dez anos.

Os quatro rapazes (ou “os três véios e um menino”) estavam na mesma sintonia, e isso é raro. Bacana sair com gente assim, sem frescura, que topa trilha, que topa caminhar, se o carro atola a gente segue a pé, faz fogueira na praia, pisa em espinho e toma banho de rio. (E tudo isso citando Proust!... ou quase.)


Três véios e um menino. 

O “rancho” do Alessandro é um chalé que ele construiu com as próprias mãos (chupa, Rodrigo Hilbert), com forno a lenha, luz elétrica e água de poço. Foi nossa base para a virada e o churrasco do dia primeiro. As mulheres cozinharam, então nem revelei meus dotes culinários. Mas estava tudo delicinha.


No rancho fundo. 

Na estrada, nas praias, nas longas filas da balsa, pude bater longos papos com o Alê, com o Thales, discutir sobre a carreira, dividir impressões do meio editorial... Fiquei com o apelido de Wikipedia e Spotify humano, pelo meu repertório... E extensão do repertório é coisa que a gente só percebe quando sai do nosso cercadinho. A gente só entende nossas maiores qualidades e limitações em contato com o outro.

Num riozinho.

Foi uma grande viagem curta. Abriu bem o ano. E me dá perspectivas de tentar ser mais aberto, mais sociável, não passar mais um ano inteiro trancado no meu apartamento... Começar um trabalho para enfim, em 2026, de repente em 2027... ser feliz por cinco minutos. Então morrer de vez.

A virada na praia (eu não tô, porque tirei a foto)

ABRINDO OS TRABALHOS

Minha mãe está vendendo o Solar Biofobia.  76 de Dona Elisa.       Ela não se matou (ainda). Mas se sente no final da vida, sem saber como p...