Know how to make a knot?
"I know a few"
I only need one. Hangman’s.
"I know the sailor’s hitch. Do you want to see it?"
No, my child. I want to see you make the hangman’s, very pretty, well done, tight. Otherwise, I will ask your brother.
Seraphim picked up the rope and silently started to make a serious knot. It took longer than I thought it should. Nine years old, small hands, fooling me. He could not satisfy me. I took the rope from his hands and thanked him, throwing away my cigarette butt.
(de "Nameless Death", uma "sample traduction" de "A Morte Sem Nome", meu romance traduzido para o inglês por Lidia Luther. Agora só falta vender e publicar...)
Lorena avança e se afoga além mar. Esta semana recebi meu primeiro email de um leitor português. Parece que o livro acaba de sair por lá. Eu ainda não vi. Recebi contrato e grana da editora portuguesa há ANOS (dois, para ser mais preciso), mas o bichinho mesmo só saiu agora. Ainda me orgulha tanto... E na realidade é o primeiro romance que escrevi, há quase seis anos...
Falando em "não-ser", recebi esta semana (e já li) o novo livro de contos do Noll - "A Máquina de Ser". Tudo perfeito. O título, o texto, a capa... Olha a capa aí.
Putz, eu podia ficar um post inteiro só falando dessa capa (de Victor Burton). Diz tanto... E é ainda melhor ao vivo (bem, na verdade, na tela, é um pouco confusa). Minha única ressalva é esse logo deslocado da editora, devia estar nessa lombada da capa. De qualquer forma, essa capa... é de se falar: "seus putos, vocês trabalham com literatura há anos por que nunca pensaram nisso?" Tem tanto escritor aí que trabalha com isso, e que faz uma porcarias de capa... (eu bem que me esforço, embora não tenha talento gráfico nenhum, mas, acredito, bom gosto. Por isso cuspo em "Olívio").
Antes que me acusem de superficial, vamos para o miolo. Gosto tanto do Noll. gosto tanto dos contos do Noll. "O Cego e a Dançarina" é (ainda) meu livro brasileiro de contos favorito, de todos os tempos! Num patamar tão alto que seria pedir demais que "A Máquina de Ser" o superasse. Mas não que esteja numa prateleira abaixo, justamente o contrário. Talvez um pouco distante de imaturidades deliciosas que eu tanto prezo na escrita, nos autores e nos homens (hahaha).
"A Máquina de Ser" é uma seqüência de romances inférteis. Pois as narrativas vêm carregadas da densidade, do universo e das promessas que, já nas primeiras linhas, são frustradas. É sempre o começo do fim, o "não-ser", ou o ser apenas automatizado, arrastando-se nos créditos finais. E se em seus romances mais recentes Noll parece carregar um personagem que segue apenas esperando parar, nesses presentes textos ele pontua antes, transformando-os em contos. Uma seqüência de novos romances, novas possibilidades, que ele sabe que nunca trariam a salvação...
Nada, eu sabia que nada mais podia acontecer. Não tinha mais fôlego para fazer parte daqueles céleres animais.
(do conto "Alma Naval")
Ah, é triste mesmo, mas num tom bem melhor do que eu consigo explicar, hohoho. Uma coisa que dói nos ossos. Uma verdade assim, de não ser, sabe? Assim:
"Vivi tanto aquele dia que de mim escorreu sangue ao deitar."
(do conto dele, nesse livro, "Nado Livre")
Tem como eu não gostar?
Bem, hoje é tarde, amanhã o dia é cheio e meu iguana não me ama.