29/12/2006

ESGOTO A SOL ABERTO
(anúncio "fantasma" para trens do metrô. Criação: Santiago Nazarian e Taina Hageman)

Acabou o ano, os bancos fecharam, e um monte de gente não me pagou. Mas tudo bem, ano que vem serei bem mais rico, porque não perderei tempo lançando livros.

Isso aí, 2007 será ano de descanso da maratona de lançamentos, foco na produção e tempo livre todo gasto em videogame- nada de teatro, literatura, cinema!

Falando em cinema, tive a infelicidade de ver, como último filme do ano, "A Promessa" do Chen Kaige. Ele é diretor do filme mais maravilhoso de todos os tempos, meu favorito - "Adeus Minha Concubina" - e resolveu voltar integrado a essa onda de filmes gráficos com lutas mirabolantes. Fez feio. Passou longe de coisas como "Herói" e o "Clã das Adagas Voadoras". Apostou num CGI de 1,99, que faz com que muitas vezes pareça que estamos assistindo uma animação... e uma animação tosca. E não é só isso, uma história falsa, que parece ter sido costurada às pressas para justificar os (péssimos) efeitos. Tudo isso faz de "A Promessa" a maior decepção do ano.

Voltando às festividades, reveillon será um guarujazinho básico. Só para pular as sete ondas. Com a crise nos aeroportos desisti de Salvador, San Francisco e Madrid. Além do mais, meu quinto romance é litorâneo, e tem uma paisagem assim, meio Santos-Guarujá, então ano que vem terei muitas desculpas para me afogar...

E melhor me afogar desde já, porque esse post está das coisas mais bagaças...

Então feliz ano novo. Aproveitem as férias para ler "Mastigando Humanos", o melhor romance de 2006 com um réptil adolescente como protagonista.

Para finalizar, enfim, finalmente, terminando: A lista dos melhores livros que li em 2006 (não necessariamente lançados este ano e em ordem aleatória).

- "O Marinheiro que Perdeu as Graças do Mar" - Yukio Mishima

- "Pergunte ao Pó" - John Fante

- "Diana Caçadora"- Márcia Denser

- "Frisk" e "Try" - Dennis Cooper

- "Os Cantos de Maldoror" - Lautreamont

- "120 Dias de Sodoma" - Sade

- "A Menina do Outro Lado da Rua" - Laird Koenig

-"A Máquina de Ser" - João Gilberto Noll

- "Mãos de Cavalo" - Daniel Galera

- "The Night Listener" - Armistead Maupin

- "Lendo Tchekov"- Tchekov (com Janet Malcom)

- "A História Sexual da MPB" e "Bastidores" - Rodrigo Faour

- "Regurgitofagia" - Michel Melamed

- "Suede: Love & Poison" - David Barnett

- "Por que Sou Gorda, Mamãe" - Cíntia Moscovich

E sim, ainda tenho uma pilha de originais e livros presenteados que não consegui ler. A próxima da fila é Victoria Saramago com "Renée Esfacelada" (belo título).

Mas antes, praia.

Beijos.

22/12/2006

RUN, RUDOLPH, RUN!

(Não se enganem com o PB, essa era a rena do nariz vermelho)


Hum, bem, feliz Natal.

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?

Querem que eu desenvolva melhor o tema?

Hum, ok, deixa eu ver os melhores presentes que já ganhei do bom velhinho:

- Uma TV (este ano)
- Um iguana
- Um vertiplano (um helicóptero que voava em círculos preso a um cabo)
- Uma "jamanta eletrônica" (isso, uma jamanta que andava sozinha, cheia de carrinhos)
- O Castelo de Grayskull
- Um TCR
- O jogo do Freddy Krueger para NES
- O NES em si
- O forte dos Comandos em Ação
- O VHS da Elvira - "A Raínha das Trevas"

Isso é o que consigo lembrar agora. Estava pensando no quê? "Paz, amor e harmonia" eu nunca ganhei não haha. Nem mesmo "uma irmãzinha". Haha. Se bem que.. tenho uma irmã mais nova, mas não lembro que mês ela nasceu... Não sei quando ela faz aniversário... Bem, mas não foi presente. E eu nunca ganhei um dragão de controle-remoto!

E não tem nenhum livro não. Não consigo me lembrar de nenhum livro importante que eu tenha ganho de Natal. Acho até que todos meus livros mais importantes fui eu mesmo que comprei (sorry, Mom). Ok, ok, então coloco aqui quais são:

- The Complete Works of Oscar Wilde (ok, esse veio da minha mãe, mas não de Natal)
- Romances e Contos Reunidos - João Gilberto Noll (devida e carinhosamente autografado)
- Morangos Mofados - Caio Fernando Abreu (autografado e com coraçõezinhos, mas claro que não pra mim, achei num sebo)
- The Complete Saki
- The Sex Offender - Matthew Stadler (autografado para mim)
- Sarah - JT LeRoy (autografado para mim... sei lá por quem)
- Prosa Poética - Arthur Rimbaud (edição bilíngue... autografado pra mim!)
- A Crônica da Casa Assassinada - Lúcio Cardoso (edição crítica)
- The Aurum Film Encyclopedia: Horror
- Encyclopedia of Reptiles
- Immediate Fammily - Sally Mann
- Will You Be My Friend? - Chihiro Iwasaki
- Rapsódia Húngara - Zsolt Harsányi
- Os Desastres de Sofia - Condessa de Ségur

Acho que tá bom... Não é exatamente a lista dos meus livros favoritos, e sim de "edições favoritas". Eu não coloquei por, exemplo, todos meus Thomas Mann, que podem ser encontrados em bancas de rua. E também não tenho grandes raridades... Isso é com seu Mindlin.

E a cândida imagem lá de cima está no livro da Sally Mann. Foto dela.

Feliz Natal novamente. Sigo aqui trabalhando, ao som do DVD (na minha TV nova) com Rufus cantando "my phone's on viiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii-brate".

Semana que vem coloco a lista das celebridades com quem já trepei. Hahaha.

18/12/2006

RUFUS, UMA MENINA LEVADA DA BRECA



Neste final de semana revi um dos filmes da minha infância: "Annie" baseado no musical da Broadway de mesmo nome.

Annie é uma menina peralta, traquinas e travessa, que mora num orfanato e sonha em encontrar seus pais verdadeiros. Até que um milionário de coração de pedra resolve adotá-la por uma semana - só para passar uma imagem pública mais humana - e a pimpolha acaba, por fim, amolecendo-o.

Pela foto aí de cima dá pra ter uma idéia de quão kitsch é o filme. Uma vaga idéia, na verdade, porque o filme se supera a cada segundo - como por exemplo na cena em que Annie canta "Tomorrow" com o presidente Roosevelt. Ou quando o milionário durão diz "eu amo apenas o dinheiro, o poder e o capitalismo", ferindo os sentimentos de sua fiel (e apaixonada) secretária.

Nem preciso dizer que já estou baixando as músicas para tocar no meu programa. Mas o que eu mais queria era ver Rufus Wainwright cantando "Tomorrow". É que eu estava assistindo um documentário sobre ele em DVD e em determinada passagem ele diz que passou a infância frustrado, sonhando interpretar a Annie no teatro. E a mãe dele, para dar corda, dizia que às vezes meninos interpretavam Annie. Imagine só, o Rufus gurizinho, de Annie... Depois não sabem porque ele virou "frutinha". Haha. Toma Rufus aí:


De qualquer forma, Rufus é o rei. Sou fã, fanático, apaixonado. E o som dele tem muito disso, de kitsch, de musical. Para quem não conhece, sugiro:

- Dinner at Eight
- Go or Go Ahead
- Art Teacher
- Imaginary Love
- Beauty Mark
- Greek Song

E já que estamos nas listas, mando agora as melhores peças do ano. Não sou especialista, por isso mesmo coloco aqui. Com certeza perdi muita coisa essencial, mas também vi muita coisa. Então vai as melhores das que eu assisti (exatamente nessa ordem de colocação):

1) Louise Borgeois: Faço, Desfaço, Refaço – Denise Stoklos
2) Inocência – Os Satyros
3) O que Você foi Quando Era Criança – Cia da Mentira
4) Casa - Denise Stoklos
5) A Vida na Praça Roosevelt – Os Satyros
6) 120 Dias de Sodoma – Os Satyros
7) Essa Nossa Juventude - de Laís Bodanzky
8) Br 3 – Teatro da Vertigem
9) Avenida Dropsie – Sutil Companhia de Teatro
10) Peça de Elevador – Cia Elevador de Teatro Panorâmico


Eu mesmo tinha planos de escrever uma peça, até comecei, mas ainda não me sinto capaz. Vou ter de continuar exercitando, quem sabe... Agora estou afogado em roteiros de cinema e meu próximo romance (que já está avançando...), então o teatro vai ter de esperar. Mas ano que vem devem surgir adaptações, aguardem, para os palcos de "Olívio" e "Mastigando Humanos", ao menos dois grupos já me procuraram nesse sentido.

Bem, o "Le Kitsch C’est Chic" amanhã não tem Rufus, não tem Annie, nem convidado algum. É um dos programas de férias, só com minha rápida apresentação e maior quantidade de músicas. Não percam porque tem coisas surreais como Carlos Sabará, Roxy Music, Wanusa, Cauby Peixoto e Jô Soares.

Beijos.

14/12/2006

CORDA NO PESCOÇO


(Legenda: "Meu passado gótico me condena... à pena de morte.")

Sonhei que eu tinha morrido. Me suicidado, na verdade. Ou não? Não. Isso não teria a menor graça. E a graça do sonho era essa: eu tinha morrido enforcado, mas ninguém sabia se era suicídio ou não. Estava em todos os jornais. Estava no Jornal Nacional, uh-lalá! Mas isso não por eu ser um "escritor famoso", apenas por ser um defunto enigmático. Assim:

Meu corpo foi encontrado enforcado num celeiro no interior de São Paulo. A corda amarrada numa viga alta de madeira. Eu pendurado, como os suicidas ficam. Mas uma dúvida no ar. Onde estava a escada?

Se eu mesmo tivesse me matado, teria de usar uma escada para amarrar a corda na viga, e depois saltar para meu corpo ficar pendurado lá de cima. Não havia. Se alguém havia retirado a escada, era um cúmplice – quem era? Ou podia ser assassinato.

Se fora assassinato, podiam ter me enforcado no chão, depois pendurado no alto, mas então haveria mais de uma marca de enforcamento no meu pescoço. Se fora outro tipo de homicídio, também haveria outras marcas. A não ser que alguém tivesse me obrigado a subir numa escada, colocar a corda no pescoço e saltar. Depois esse alguém retirou a escada. Suspeito...

Mas a verdade só eu sabia. E onde eu estava? Dormindo, no meu quarto, claro. Mas onde eu estava no sonho? Não estava. No sonho eu era apenas um espectador da minha própria morte na TV. E eu secretamente tinha a resposta para o dilema.

Eu abri uma escada, subi até a viga, amarrei a corda. Me segurei na viga com as mãos e peguei a escada com os pés. Com as mãos fui andando, segurando a escada com os pés e colocando-a num cantinho do celeiro. Depois a derrubei, para que ela ficasse fechada, no chão, longe de onde ficaria meu cadáver. Então, andando novamente com as mãos, voltei até onde estava amarrada a corda. Usei uma das mãos para colocá-la em volta do pescoço e... me soltei.

Presto!

Isso tudo também acabou sendo revelado na TV, descoberta de um perito criminal. A pergunta deles agora era: "quem eu estava tentando incriminar encobrindo meu próprio suicídio?"

Ninguém. Eu só fiz isso mesmo para aparecer no Jornal Nacional...

Ah, que bela história de Natal! Ei, não é conto não, não é literatura, é verdade! Quero dizer, é sonho. E conto num blog porque não daria mesmo um conto...

Aliás, estava debatendo um pouco sobre isso com a (poeta) Ana Rüsche. Ela aproveitava um comentário do Galera sobre o "O Labirinto do Fauno" para questionar em seu blog o valor do fantástico e da ficção nos tempos atuais. E eu fui obrigado a levantar mais uma vez minha bandeira.

Essa história de dizer que "a vida real é mais estranha do que a ficção" é coisa para quem não tem imaginação. (aliás, eu disse essa frase textualmente no meu debate com o Karim Ainöuz). Você vê, basta colocar um jacarézinho falante num livro para adultos que você já se afastou milhas e milhas das possibilidades que a realidade (e o realismo) oferece.

E Ana Rüsche colocou esse questionamento em seu blog exatamente por concordar comigo. "Tenho grandes certezas que apenas contando de maneira ficcional certas coisas é que as pessoas perceberão a própria realidade como fictícia - é uma ferramenta para desburocratizar olhos já treinados para julgar tudo como normal."- me disse ela por email, de uma forma sintética que eu nunca conseguiria.

É claro que a ficção é construída à partir do real, de valores reais, até de fatos reais. Mas só com a distorção, exagero, alegoria e superação propostos pela ficção é que ainda se pode compreender o mundo atual em sua plenitude. E essa história de que "todas as histórias já foram contadas" é coisa de quem tem menos imaginação ainda. Ou então isso já poderia ser dito na antiguidade grega (tudo já foi contado). Ou então na Bíblia (tudo já foi contado). Ou então com Shakesperare (tudo já foi contado). Então, meus queridos, deixem de preguiça e de reality show e vão procurar suas histórias.

Hoje, inclusive, fui assistir ao "O Labirinto do Fauno". Faz parte dessa nova onda de filmes que criam paralelos entre um mundo fantástico e uma realidade histórica-política, como o (péssimo) "Dama na Água" e o (excelente) "Taxidermia" (do húngaro György Pálfi - exibido na última Mostra de Cinema de SP).

Na minha opinião, "O Labiritino do Fauno" não é nem péssimo nem excelente. É um filme inventivo, com grande criatividade (e violência) gráfica, a serviço de conceitos mais do que desgastados. É filme para circuitão mesmo, tanto quanto "Dama na Água", mas ao menos consegue ser bem mais impactante visualmente. Ruim mesmo é a atriz mirim do filme, dá vontade socar...

Já "Taxidermia" (que por não ser "circuitão" ainda não entrou em cartaz, e talvez nunca entre) trabalha de forma semelhante esse paralelo fantástico com a história recente da Hungria, mas apostando bem mais no nonsense (e na escatologia), sem mensagens óbvias e panfletárias como os filmes de Shymalan e Del Toro.

Ai, hoje tô chato... crítico... chato...


Ok, pra finalizar. Mudando um pouco de assunto - mas não muito - tem um texto meu neste terceiro número da revista Joyce Pascowitch. Só nos conhecemos pessoalmente há alguns meses, mas a Joyce sempre deu força para meu trabalho, então fico mais do que feliz de escrever na revista dela. Até porque, é glamuuuuuuuuuuuuuur...


O texto é uma crônica sobre a atual "revitalização do Centro de SP", com ensaio fotográfico de João Bittar. Dou um trecho:

A cidade toda se inclina para o Centro. Não é difícil vê-lo como o ralo, escoamento, pelo centro estar no final de uma descida. Descendo todas as ruas – consolações, angélicas, augustas – terminamos nele como no fim da linha. Mas como o começo de tudo, o Centro também nos deu essa opção: recomeçar. Girando em sentido horário, abaixo do equador, chegamos a novos tempos. Novos centros filtram São Paulo. E se não nos entregam uma cidade mais pura, ao menos, mais fácil de todo mundo se encontrar.

Eu não. Que tenho andado trancadinho aqui em casa. Assistindo o DVD do Cauby. Esse sim que é surreal. Confiram.

PS - Quem ganhou a promoção "Coelhinho da Páscoa" do meu programa foi Ivana Arruda Leite, uma ouvinte fiel. O coelhinho foi interpretado por Laerte Késsimos.

11/12/2006

COELHINHO, SE EU FOSSE COMO TU...

Bom velhinho o caralho! Mandei email, liguei pra assessoria, tentei de todas as formas convidar o velho Santa pro meu "Le Kitsch C'est Chic"de Natal e nada. Nem resposta tive. Gordo escroto. Azar o dele. Consegui coisa melhor. O convidado do meu programa desta semana é o... COELHINHO DA PÁSCOA. Isso mesmo, ele estava de boa neste final de ano e bateu um papo bem descontraído comigo.

Na seleção musical, temos clássicos natalinos em versões kitsch. Tem dueto da Cindy Lauper com o Frank Sinatra, os Hanson num medley de Natal, Bing Crosby, as Ronettes e o mocinho aí de cima, JORDY, cantando uma música natalina bilingüe (porque ele já era poliglota aos três anos).

Falando em Jordy, olha ele aí embaixo também:

Ele cresceu (mas ainda não muito), voltou a cantar e - previsivelmente - está processando seus pais. Pode deixar que assim que eu conseguir uma música dessa nova fase dele, toco no meu programa. Deve ser coisa kitsch finéeeeeeerrima. (será que o Milton Nascimento já o redescobriu?)

E o programa de amanhã também tem uma promoção. O primeiro que descobrir quem interpreta o Coelhinho da Páscoa ganha um livro meu, de presente de Natal. Basta escrever para o meu santiagonazarian(arroba)gmail.com

Para ouvir, amanhã, terça, 18h e 23h no www.mixbrasil.com.br/radiomixbr

Esse deve ser o último programa do ano com convidados. À partir da semana que vem, começo especiais com muita música e pouco blablablá. Sem convidados, só eu apresentando as faixas. Em meados de janeiro, quando as pessoas voltarem das férias, volta o programa com convidados.

Eu mesmo ainda não sei se terei férias... Oh, a literatura nunca me dá descanso... Mas quem sabe no reveillon? Reveillon em SP é deprê... Tem proposta? Quero viver o verão. pago academia o ano todo pra quê?

06/12/2006

CONTORCENDO SUCESSOS, PRESSIONANDO INTENÇÕES...

("Faz biquinho, Santi, que o trem tá passando...")

Haha. Não é biquinho não, é só a urgência metropolitana que me fez franzir... na foto.

Começaram as listas de "melhores do ano" e estou tendo algumas boas surpresas. A maior delas foi uma matéria na revista Criativa (?) sobre as "Doze Maiores Ousadias do Ano". Eu estou lá (com essa foto), falando de "Mastigando Humanos". Fui esperto quando coloquei a palavra "ousado" na orelha (claro, eu mesmo faço minhas orelhas, acha que vou deixar mané enfiar o dedo no meu tímpano?). Na mesma matéria tem Juliana Paes sem calcinha, Felipe Massa na Fórmula Um e a gurizada do "Tapa na Pantera".

(Até hoje eu não vi ese tapa, porque meu PC não se acerta com o Youtube, mas devo resolver isso este mês. Já vi outro curta do Esmir {o diretor} e gostei bastante. Além dele ser queridíssimo.)

Pois então, o "Tapa na Pantera" também está em destaque na Istoé Gente desta semana. E lá estou eu novamente, em segundo lugar nos melhores livros do ano (o primeiro é o Loyola). Eles também citam gente bacana como o Galera e a Márcia -"Deborah Blando do Mal" - Denser.

Então aproveito e divulgo minha lista de fim de ano:

- Um PC novinho com gravador de DVD e o caraleo.
- Uma TV de plasma.
- Um colchão de casal novo (que com o meu antigo já posso montar um banco de esperma)
- Um Playstation 3 (mas o "2" já serve)
- Um serviço geral de eletricista (no apartamento, tolinho)

Hehe. Ok, lista dos "melhores do ano" eu ainda não me arrisquei a fazer. Até porque, este ano fiquei menos ligado no que estava saindo em literatura e música do que no ano passado. Mas já coloco a lista do cinema (em ordem aleatória):

- Bubble (Soderberg)
- As Chaves de Casa (Amélio)
- Impulsividade (Mills)
- O Sabor da Melancia (Ming-Liang)
- Abismo do Medo (Marshall)
- Taxidermia
- Serpentes à Bordo
- Pop Music (Bagher)
- Something to Remind Me
- Viagem Maldita

Será que esqueci de algo? - Ah, o que você esperava, Almodóvar?

Atualmente tenho sofrido de prazer é com um cd duplo do Roxy Music que comprei. Isso sim é que é glam. Isso sim é que é Kitsch e Chic. Escute o Brian Ferry cantando uma versão de 9 minutos para "A Song for Europe" que você terá um orgasmo comigo. (Ok, vou tentar colocar no meu próximo programa de rádio).

Ontem sonhei que tinha um enxame de lagartos e sapinhos aqui no meu apê. E eu tentava arrumar um lugar para guardá-los e criá-los em segurança...

03/12/2006

FESTA EM FAMÍLIA

(Elisa e Santiago Nazarian, por Luciancencov)


Heya, recentemente saiu o resultado do edital de Incentivo à Criação Literária do Estado de São Paulo (ou algo assim). São várias bolsas concedidas a escritores que apresentaram projetos para desenvolver romances, livros de contos, poesia etc. O prêmio é 20 mil reais, a ser divido entre escritor e editora responsável pelo projeto. O escritor ganha uma graninha e a editora tem as despesas de publicação do livro cobertas.

Entre vários e queridos contemplados está minha mãe, Elisa Nazarian, com um projeto para livro de poesia.

Maravilha, finalmente dona Elisa sairá do armário e publicará seu segundo livro. Ela estreou ano passado, com a novela em prosa poética "Resposta", publicada pela Ateliê Editorial. Claro que ela escreve há muito mais tempo do que eu, só não tinha coragem de publicar, e não tinha formatado seus escritos como livro. Mas com "Resposta" começou muito bem, conquistou leitores entusiasmados e viu que o olhar do público não mata nem seca (mas às vezes chega quase...).

Para quem não leu o livro dela, recomendo. Claro, tanto que até assino o texto de orelha. Mas não procurem semelhanças. Nem comparações. Realmente não tem nada a ver. Com certeza minha mãe foi minha grande influência para escrever e para ler, mas principalmente pelo amor à literatura, pela quantidade imensa de livros que sempre teve em casa, pela importância que ela dava a isso. Em temática e estilo, sempre fomos drasticamente diferentes. Acho até que, nesse campo temático, sempre fui mais próximo do meu pai, que é artista plástico. Ele sim, sempre retratou mulheres derramadas, à beira do suicídio, corpos em decomposição, figuras macabras...

Só mesmo quando comecei a andar com minhas próprias pernas (e ler com os próprios olhos) que consegui encontrar na biblioteca da minha mãe meus livros essenciais... livros que ela mesma nunca me indicaria.
Pois bem, ano que vem, quem quiser novidades nazarianas, terá o novo livro de Elisa Nazarian – um livro de poemas - provavelmente no primeiro semestre, novamente pela Ateliê Editorial. Meu quinto romance (que já está em processo), só em 2008, e provavelmente segundo semestre. Segundo semestre de 2008. Dois anos. (Prazo razoável, vai?).

Nesse edital que minha mãe ganhou, também foram contempladas escritoras queridas como Andréa del Fuego, Índigo e Cristiane Lisbôa. A Cris inclusive foi indicada por mim (tinha disso, os projetos tinham de ser indicados por "personalidades do meio cultural"). Vai lançar, também pela Ateliê Editorial, um romance com toques biográficos... (não AUTO-biográficos, não). Em breve vocês saberão mais, pelo blog dela.

Fiquei sabendo também, pelos bastidores, que essa história do prêmio ser dividido com a editora deu muito bafafá. Muita editora safada querendo faturar em cima, roubar o prêmio todo, pegar uma parte maior do que suas despesas de publicação. Coisa feia.

Eu mesmo nunca participei desses editais. Nunca consigo formar um projetinho, acho que fico com um certo receio de perder minha independência. Besteira. Preciso começar a aprender a entrar no esquema. Meus livros também nunca nascem de projetos. Nascem de pequenas idéias que vão se desenvolvendo ao decorrer do processo, não consigo formar uma idéia consistente do que será um livro, antes de acabá-lo. Além do mais, acha que alguém daria prêmio para um projeto que dissesse: "Meu romance tratará dos dilemas e contestações da adolescência através das memórias de um jacaré de esgoto"? Hahaha.

Bem, bem, estou de volta a terreno urbano. Passei dez dias entre lobisomens e sacis-pererês, fazendo pesquisa para um projeto (veja só) de um longa metragem. Esta semana vai estar corrida colocando em dia minhas traduções, meu novo romance e o programa de web-rádio.

A convidada da próxima terça do Le Kistch C'est Chic é Adrienne Myrtes, que acaba de lançar o livro de contos "A Mulher e o Cavalo", bem a calhar com meus atuais cenários. Não percam.

E estou tentando marcar com a assesoria do bom velhinho uma entrevista no meu programa, ainda este mês. Me disseram que o Coelhinho da Pascoa está bem folgado, mas chega desses animais rurais por um tempo. Até estudei finlandês, quero falar com o velho Santa. Em último caso, pode ser um daqueles veadinhos, uma das renas, tudo menos os duendes. Duende é pra quem ouve reggae.

NESTE SÁBADO!