03/12/2006

FESTA EM FAMÍLIA

(Elisa e Santiago Nazarian, por Luciancencov)


Heya, recentemente saiu o resultado do edital de Incentivo à Criação Literária do Estado de São Paulo (ou algo assim). São várias bolsas concedidas a escritores que apresentaram projetos para desenvolver romances, livros de contos, poesia etc. O prêmio é 20 mil reais, a ser divido entre escritor e editora responsável pelo projeto. O escritor ganha uma graninha e a editora tem as despesas de publicação do livro cobertas.

Entre vários e queridos contemplados está minha mãe, Elisa Nazarian, com um projeto para livro de poesia.

Maravilha, finalmente dona Elisa sairá do armário e publicará seu segundo livro. Ela estreou ano passado, com a novela em prosa poética "Resposta", publicada pela Ateliê Editorial. Claro que ela escreve há muito mais tempo do que eu, só não tinha coragem de publicar, e não tinha formatado seus escritos como livro. Mas com "Resposta" começou muito bem, conquistou leitores entusiasmados e viu que o olhar do público não mata nem seca (mas às vezes chega quase...).

Para quem não leu o livro dela, recomendo. Claro, tanto que até assino o texto de orelha. Mas não procurem semelhanças. Nem comparações. Realmente não tem nada a ver. Com certeza minha mãe foi minha grande influência para escrever e para ler, mas principalmente pelo amor à literatura, pela quantidade imensa de livros que sempre teve em casa, pela importância que ela dava a isso. Em temática e estilo, sempre fomos drasticamente diferentes. Acho até que, nesse campo temático, sempre fui mais próximo do meu pai, que é artista plástico. Ele sim, sempre retratou mulheres derramadas, à beira do suicídio, corpos em decomposição, figuras macabras...

Só mesmo quando comecei a andar com minhas próprias pernas (e ler com os próprios olhos) que consegui encontrar na biblioteca da minha mãe meus livros essenciais... livros que ela mesma nunca me indicaria.
Pois bem, ano que vem, quem quiser novidades nazarianas, terá o novo livro de Elisa Nazarian – um livro de poemas - provavelmente no primeiro semestre, novamente pela Ateliê Editorial. Meu quinto romance (que já está em processo), só em 2008, e provavelmente segundo semestre. Segundo semestre de 2008. Dois anos. (Prazo razoável, vai?).

Nesse edital que minha mãe ganhou, também foram contempladas escritoras queridas como Andréa del Fuego, Índigo e Cristiane Lisbôa. A Cris inclusive foi indicada por mim (tinha disso, os projetos tinham de ser indicados por "personalidades do meio cultural"). Vai lançar, também pela Ateliê Editorial, um romance com toques biográficos... (não AUTO-biográficos, não). Em breve vocês saberão mais, pelo blog dela.

Fiquei sabendo também, pelos bastidores, que essa história do prêmio ser dividido com a editora deu muito bafafá. Muita editora safada querendo faturar em cima, roubar o prêmio todo, pegar uma parte maior do que suas despesas de publicação. Coisa feia.

Eu mesmo nunca participei desses editais. Nunca consigo formar um projetinho, acho que fico com um certo receio de perder minha independência. Besteira. Preciso começar a aprender a entrar no esquema. Meus livros também nunca nascem de projetos. Nascem de pequenas idéias que vão se desenvolvendo ao decorrer do processo, não consigo formar uma idéia consistente do que será um livro, antes de acabá-lo. Além do mais, acha que alguém daria prêmio para um projeto que dissesse: "Meu romance tratará dos dilemas e contestações da adolescência através das memórias de um jacaré de esgoto"? Hahaha.

Bem, bem, estou de volta a terreno urbano. Passei dez dias entre lobisomens e sacis-pererês, fazendo pesquisa para um projeto (veja só) de um longa metragem. Esta semana vai estar corrida colocando em dia minhas traduções, meu novo romance e o programa de web-rádio.

A convidada da próxima terça do Le Kistch C'est Chic é Adrienne Myrtes, que acaba de lançar o livro de contos "A Mulher e o Cavalo", bem a calhar com meus atuais cenários. Não percam.

E estou tentando marcar com a assesoria do bom velhinho uma entrevista no meu programa, ainda este mês. Me disseram que o Coelhinho da Pascoa está bem folgado, mas chega desses animais rurais por um tempo. Até estudei finlandês, quero falar com o velho Santa. Em último caso, pode ser um daqueles veadinhos, uma das renas, tudo menos os duendes. Duende é pra quem ouve reggae.

NESTE SÁBADO!