18/09/2007

PESADELOS INÚTEIS


Garras says: Só tiro a regata na boate porque faz calor...

Quanto eu tinha uns 15 anos, tive de fazer um trabalho para a matéria de artes na escola, mostrando algum povo nativo que teve sua cultura dominada por colonizadores, como foram os índios, os negros africanos. Eu escolhi os esquimós. Meu belo trabalho artístico consistia-se numa série de fotos de um sorvete de creme, inicialmente puro, que ia sendo confeitado, caramelizado e chantilizado, até virar uma joça hiper-calórica. Acho que eu queria dar o nome de "Como era Gostoso o meu Iglu". Mas, claro, como bom adolescente, fiz o trabalho em cima da hora, revelei no último instante (porque naquele tempo as fotos tinham de ser reveladas) e quando fui ver... todas as fotos estavam fora de foco.

Eu disse para a professora que era proposital, para dar um clima de pesadelo. Dei nome ao trabalho de "Pesadelo Inuíte". Tirei 9.

Isso é só para justificar as fotos de hoje estarem embaçadas.


Bem, antes que eu me esqueça, sexta agora estarei em Campinas, num debate organizado pelo Mix Brasil/Revista Junior, com o tema "O Novo Homem" (Onde ele está?)


Sexta, 19h, Na Fnac Campinas, com Nazarian, André Fischer e Duilio Ferronato.



Na verdade, o André tinha me convidado há algum tempo, mas eu tinha esquecido. E achei que era na Fnac aqui da Paulista. Só fui ver hoje o que era mesmo. Mas beleza. Vamos a Campinas.



Antes, não esqueçam, tem Bienal do Rio, amanhã.



Depois, não esqueçam, tem Bienal do Recife.



E voltei hoje de Porto Alegre. Estava tão gostoso lá... Bem, um gostoso assim, melancólico e solitário. Fiquei escrevendo meu livro em salas de cinema vazias, em corredores de shopping, tudo entre as sessões que eu tinha de legendar.

Reflexões de um legendista no cinema...



Durante as manhãs, também escrevia, e caminhava pelos parques, ruas arborizadas... Não sei se Porto Alegre está ainda mais bonita, se eu havia esquecido, ou se meu cotidiano na época em que eu vivia lá me impedia de aproveitar plenamente a cidade. Mas agora parece tudo tão tranqüilo, tão vazio, tão estranho...



Sexta passada, por exemplo, estava caminhando pela orla do Guaíba, vendo o céu azul e os vendedores de churros, quando notei uns cavalos pastando ao longe. Fui lá tirar umas fotos rurais, para provar a todos que em pleno centro de Porto Alegre ainda há pasto para cavalo, quando me vi numa autêntica vila do Velho Oeste. É o "Acampamento Farropilha", uma espécie de feira montada para comemorar a "Semana do Orgulho Gaúcho". Vendem churrasco, botas, chapéus, cuias de chimarrão, produtos típicos, tudo com aquele ar bangue-bangue. Me fez lembrar que meu ex-patrão de lá foi uma vez sequestrado por índios no "Morro do Osso".


E que uma vez meu cavalo me jogou no trilho do trem...


Aí nessa foto tem um rio, um cavalo e um jacaré.



Bem, bem, saindo do velho oeste, dos cavalos e, principalmente, dos jacarés. Digo que meu quinto romance já está chegando ao final (ao menos da primeira versão). Lançamento mesmo só daqui a um ano, mas já estamos conversando sobre as ilustrações, a pré-produção... Tem sido ótimo viajar com o laptop. Até dentro do avião estou conseguindo produzir. O "Homem-caranguejo", da foto lá de cima, está presente no livro, sim. É a contribuição que o He-man trouxe à minha literatura.

Tá, eu dou uma frase:

O Homem-caranguejo agitava suas longas garras na praia, mas o meninos estavam longe dela. Acima.


No momento, leio "Una Noche con Sabrina Love", do Argentino Pedro Mairal (também do Bogotá 39). É um road-book de um adolescente que ganha um concurso para passar uma noite com uma atriz pornô em Buenos Aires. E ele vai pulando de carona em carona para chegar até lá.
Eu ainda não cheguei, nem na metade, mas estou achando gostoso. Não existe ainda edição brasileira.


E indo pra música. Alguém quer trocar um ingresso do Marilyn Manson pelo meu do Tim Festival (Bjork/Killers, pista, SP)? Sério, eu troco. Não vou poder ir ao Tim e resolvi ir ao Manson. Mas ainda não comprei.


Agora me vou. Que preciso lamentar novamente ser um Miguel trancado no apartamento.



Quisera ser um escritor cult que escreve na praça, bebendo café. Mas a praça é de alimentação e o café é do McDonalds....

NESTE SÁBADO!