10/02/2010

MOVIDO A GASOLINA


Atropelando os garotos malditos.

WOA! Saiu hoje o resultado do Programa Petrobrás Cultural 2008/2009, que patrocina projetos de cinema, literatura e tudo mais.


GAROTOS MALDITOS - meu romance juvenil - foi um dos contemplados. É uma bela grana para escrever, que vai vir bem a calhar, porque eu ainda estava quebrando a cabeça para ver como iria conseguir terminar de escrever dois livros este ano com o ritmo insano de traduções que tenho seguido para pagar as contas e mais as mudanças de vida que estão por vir...


Eu já havia concorrrido uma vez ao Programa (com outro projeto) e não ganhei. Agora foi. Lindo ver que os queridos Adrienne Myrtes, Andrea Del Fuego, Paulo Scott, Veronica Stigger e Simone Campos (entre outros) estão lá também.

Além da grana, tem o prestígio, e fico especialmente feliz de ter esse reconhecimento oficial, num livro que começa assim:

"Do meio das árvores secas da floresta escura, emergiu o maníaco com a máscara de pele humana. Motosserra em mãos, desceu-a entre as pernas do pobre paraplégico, cortando-o ao meio, assim como à sua cadeira de rodas. Não teve nem chance. A menina que estava com ele pôs-se a correr pela floresta, gritando feito bocó, como se alguém pudesse ajudá-la naquele fim de mundo. Eu fiquei lá, vendo tudo, paralisado. Só quando ouvi um pigarro vindo do canto é que reparei que minha mãe estava na porta do quarto."


Isso. É um livro recheado de referências a filmes de terror, para moleques freaks, como eu fui. Coisa deliciosa de se escrever. E é bom para os freaks verem que nós estamos no poder!


Ah... nem tanto assim...

(By the way, não sei se "Feriado de Mim Mesmo", o filme, concorria também numa categoria de cinema. Eu não era o proponente, mas bem que seria beneficiado. Se estava, não rolou. Não se pode ganhar todas. Minha história no cinema está bem atolada...)

Aliás, dia desses minha agente Nicole falava das dificuldades de vender meus livros lá fora -"Sua literatura não é mainstream" - e eu voltava para a óbvia realidade. Minha literatura não é mainstream. Por mais que eu publique por editoras grandes e tenha espaço na mídia, minha literatura não é mainstream. Não é conhecida por um décimo que conhece a mulher melancia, e não é reconhecida por um décimo que reconhece Milton Hatoum. Não sou um escritor importante.


Mas who cares? Sempre preferi Caio Fernando Abreu a Machado de Assis; Suede aos Beatles; Antonio Cícero a Chico Buarque. Não quero ser o maior, quero ser diferente. E talvez o que eu tenha a dizer só interesse a você.


Tenho meus leitores, tenho meu espaço, já representei o Brasil (!) como escritor várias vezes lá fora. Não consegui até colocar o livro de um jacaré de esgoto no PNBE?


É bom ver que do meu jeito, sem concessões, com toda a bizarrice deste jardim, pouco a pouco, ainda dá para chegar lá.

NESTE SÁBADO!