SCLIAR
Foto: Edu Simões/IMS
Perdi um tio querido na minha árvore genealógica de escritor. Moacyr Scliar foi dos grandes autores da minha adolescência, e se tornou um colega muito generoso comigo. Faleceu ontem, aos 73 anos, após semanas internado por um AVC. Mas os livros ficam.
28/02/2011
23/02/2011
VIDA DE PRAIA
Hora do almoço, estou conversando com a mocinha da farmácia, a mocinha da peixaria me chama.
Ela: Olha, hoje trouxeram lula. Já mandei limpar pra você.
Eu: Dá dois quilos... E mexilhão.
Ela: Marisco? Mexilhão é gringo que chama...
Eu: O nome é mexilhão. Marisco é o genérico, todos esses moluscos de casca do mar, berbicão, vôngole...
Ela: É nada.
Eu: Tô falando, sou biólogo.
Ela: Você é biólogo? É biólogo nada!
Eu: Tá... mentira.
Ela: Você não tem cara de biólogo. Tem cara de surfista. E surfista marrento.
Eu (saboreando como elogio): Hum... Ok. Mas a coisa do marisco é verdade.
Por mais que seja cool passar por surfista marrento, acho que isso deixa claro como preciso sair logo daqui...
Hora do almoço, estou conversando com a mocinha da farmácia, a mocinha da peixaria me chama.
Ela: Olha, hoje trouxeram lula. Já mandei limpar pra você.
Eu: Dá dois quilos... E mexilhão.
Ela: Marisco? Mexilhão é gringo que chama...
Eu: O nome é mexilhão. Marisco é o genérico, todos esses moluscos de casca do mar, berbicão, vôngole...
Ela: É nada.
Eu: Tô falando, sou biólogo.
Ela: Você é biólogo? É biólogo nada!
Eu: Tá... mentira.
Ela: Você não tem cara de biólogo. Tem cara de surfista. E surfista marrento.
Eu (saboreando como elogio): Hum... Ok. Mas a coisa do marisco é verdade.
Por mais que seja cool passar por surfista marrento, acho que isso deixa claro como preciso sair logo daqui...
19/02/2011
TERMINA HOJE O HORÁRIO DE VERÃO
Ilha do Campeche.
E terminei em grande estilo. Acordei cedinho, peguei barco, fui pra Ilha do Campeche mergulhar.
Ilha linda-linda, a cerca de uma hora aqui da Barra. O dia amanheceu chuvoso, mas antes do meio dia já estava ensolarado. O mar estava transparente, deu pra ver peixes incríveis, depois voltei pra praia e encontrei minha amiga queridinha, Pira, que ficou tostando.
"Pira, pira, pirou. Pira, pira, pirou..."
Só achei tudo meio rápido. O mergulho mesmo foi uma hora. Depois almocei com a Pira e já tivemos de voltar às três da tarde (aparentemente, existe um tempo limite de permanência na ilha).
Pira pirando na comida.
Ilha do Campeche.
E terminei em grande estilo. Acordei cedinho, peguei barco, fui pra Ilha do Campeche mergulhar.
De X-man/Aquaman.
Ilha linda-linda, a cerca de uma hora aqui da Barra. O dia amanheceu chuvoso, mas antes do meio dia já estava ensolarado. O mar estava transparente, deu pra ver peixes incríveis, depois voltei pra praia e encontrei minha amiga queridinha, Pira, que ficou tostando.
"Pira, pira, pirou. Pira, pira, pirou..."
Só achei tudo meio rápido. O mergulho mesmo foi uma hora. Depois almocei com a Pira e já tivemos de voltar às três da tarde (aparentemente, existe um tempo limite de permanência na ilha).
Pira pirando na comida.
Os quatis estão pra ilha do Campeche como os veadinhos pra ilha de Miyajima.
No barco, tinha esse casalzinho lindo-lindo de namorados praticamente siameses, que eu tive de flagrar. Mas logo em seguida o menino começou a vomitar horrores. Haha.
Ainda deu tempo de dar um pulo na Praia Mole, encontrar o Ricky Crestani e outros queridinhos e encerrar o horário de verão com o sol se pondo às oito e pouco, em ótima companhia. Ah, foi um dia perfeito.
17/02/2011
O SUICÍDIO NOSSO DE CADA DIA
Ok, sobrevivi a mergulho, kite surf, cobras corais e piranhas assassinas. Agora deixa eu me jogar do morro....
Hoje está um dia lindo, céu azul, final do horário de verão, e eu decidi buscar novas formas de morrer.
A vista do morro. Linda linda.
Olha... Não morri. E foi meio decepcionante. Quero dizer, a vista é linda, foi um passeio tranquilíssimo, mas... Foi um passeio tranquilíssimo. Uma coisa meio etérea demais pra mim. Tipo, podia ter ficado lá em cima do morro vendo a vista que dá quase na mesma, não senti grandes emoções pulando, adrenalina, nada.
Nazarian says: "Quero sangue! Quero sangue!"
Deve ser porque é uma atividade que não exige esforço físico algum - ao menos pulando assim, com um instrutor. Você dá uma corridinha pra saltar e só. O instrutor no final perguntou animado: "Demais, né?" E eu não me contive: "É bonito... mas não tem lá muito adrenalina..." Pra quê. Acho que ele ficou meio ultrajado. Se desculpou pelo vento, que hoje estava muito fraco, não era um bom dia. No final, acabou sendo uma boa tática, porque ele me ofereceu 50% de desconto no próximo pulo (este custou R$120, que eu não achei caro). "E a gente faz umas manobras. Eu deixo você pilotar."
Bom, não consigo pensar numa maneira mais certa de me matar do que pilotando eu mesmo um parapente. Só, sei lá, fazendo bareback no baixo-augusta?
Ok, sobrevivi a mergulho, kite surf, cobras corais e piranhas assassinas. Agora deixa eu me jogar do morro....
Hoje está um dia lindo, céu azul, final do horário de verão, e eu decidi buscar novas formas de morrer.
Uma amiga chamou de "síndrome de Lorena", outra falou que é a crise de meia-idade e, na verdade, é um pouco das duas, somada à contagem regressiva que estou fazendo de Florianópolis.
Pois é, vou embora, vou voltar pra SP, final de março.
A vida aqui é boa - foi boa - mas é uma aposentadoria. Nada de cultura, nada de contatos profissionais, nada de amooooooooor... Não posso ficar nessa vida de garoto de praia indefinidamente. Preciso ir mais ao cinema, ao teatro, lembrar as pessoas, os jornalistas e os frilas que eu existo.
Tem a desculpa que estou lançando livro novo, mas na verdade isso é o de menos. Eu sempre batalhei o processo todo - da criação da capa aos vídeos-releases, texto de orelha, releases, assessoria de imprensa - mas a verdade é que não faz grande diferença, isso não vai fazer as pessoas leerem ou não. Os caminhos misteriosos que o livro faz são sempre mais interessantes... por serem misteriosos. Meus livros não precisam de mim. O autor não precisa realmente estar presente. Autor morto não vende mais? Então vamos nos matar!
Então vamos nos matar. Pular do morro da Lagoa. Parapente. Sempre via lá de baixo, achava bonito, e tinha de fazer antes de sair daqui da ilha. Foi hoje.
Olha... Não morri. E foi meio decepcionante. Quero dizer, a vista é linda, foi um passeio tranquilíssimo, mas... Foi um passeio tranquilíssimo. Uma coisa meio etérea demais pra mim. Tipo, podia ter ficado lá em cima do morro vendo a vista que dá quase na mesma, não senti grandes emoções pulando, adrenalina, nada.
Nazarian says: "Quero sangue! Quero sangue!"
Deve ser porque é uma atividade que não exige esforço físico algum - ao menos pulando assim, com um instrutor. Você dá uma corridinha pra saltar e só. O instrutor no final perguntou animado: "Demais, né?" E eu não me contive: "É bonito... mas não tem lá muito adrenalina..." Pra quê. Acho que ele ficou meio ultrajado. Se desculpou pelo vento, que hoje estava muito fraco, não era um bom dia. No final, acabou sendo uma boa tática, porque ele me ofereceu 50% de desconto no próximo pulo (este custou R$120, que eu não achei caro). "E a gente faz umas manobras. Eu deixo você pilotar."
Bom, não consigo pensar numa maneira mais certa de me matar do que pilotando eu mesmo um parapente. Só, sei lá, fazendo bareback no baixo-augusta?
13/02/2011
A GRANDE DOENÇA
O livro de Martel me deixou chocado. Bastou avançar algumas páginas para eu perceber que estava lendo um GRANDE escritor. Porém, precisei avançar um pouco mais para notar um tom mórbido no texto. E quando estava quase terminando comecei a me sentir realmente mal com toda a carga da doença.
Agora a Nova Fronteira lança Beatriz & Virgílio no Brasil (não, não foi para a Nova Fronteira que avaliei o texto. Se não me engano, a editora para quem avaliei disse que o título entrou em leilão e acabou saindo muito caro - o que explicaria onde a Nova Fronteira/Ediouro anda gastando as somas de direitos autorais que tem tanta dificuldade em repassar para seus autores - digo isso porque sou um deles, logicamente). Fiz questão de comprar o livro, principalmente por ter tido o privilégio de ler uma versão embrionária, inacabada, que na época ainda nem tinha título. E Beatriz & Virgílio me impressionou tanto ou mais do que na primeira vez.
Conta a história de um escritor de sucesso, com um bloqueio criativo, que acaba mudando de cidade e de vida, até que conhece um taxidermista. É um velho que está escrevendo uma peça de teatro passada numa camisa (?), onde uma mula e um macaco discutem, discutem e nada acontece (!). Grande parte do livro é isso - o escritor e o taxidermista discutindo sobre a peça, e os dois animais (Beatriz - a mula - e Virgílio - o macaco bugio) discutem sobre... sei lá o quê. É menos cômico do que parece, mas certamente estranho, e depois de um tempo, como coloquei, vai ficando doentiamente macabro.
Ainda assim, é uma aula sobre escrita, como contar uma história, e também discorre um pouco sobre o mercado literário e os processos de publicação (principalmente no primeiro quarto do livro).
A cena em que o macaco descreve uma pera para a mula (que nunca tinha visto ou comido uma) vale mais do que mil oficinas literárias (acho... porque eu nunca frequentei oficinas literárias).
Meu único senão é a conclusão. Lembro de que, ao ler os originais, o final me pareceu inacabado e apressado. Agora os originais estão no meu apartamento em São Paulo e não posso conferir o que foi mudado (ou se de fato foi mudado), mas minha impressão foi outra, igualmente insatisfatória. Agora me parece que o livro todo trabalha com isso da obra inacabada, com a impossibilidade de concluir uma história, com a obra em processo, e o final dado é muito conclusivo. Mas enfim, não convém estragar a experiência falando do final aqui...
Yann Martel (espanhol, radicado no Canadá) se tornou um novo Dennis Cooper para mim, um dos meus autores malignos favoritos, com certeza. Na época do parecer, aproveitei também para ler seu grande sucesso - A Vida de Pi - e me lembrei da polêmica com Moacyr Scliar.
A Vida de Pi narra a história de um naufrágio que deixa um garoto num bote salva-vidas com um tigre. Foi um livro mundialmente aclamado, e premiado, que deve ter em breve uma adaptação para o cinema. E é um belo, belo livro.
Mas sua premissa foi tirada de uma novela do Moacyr Scliar - Max e os Felinos - que narra a história de... um naufrágio que deixa um garoto num bote-salva vidas com um jaguar. Ok, mesma premissa, mas outra história, outro contexto, outro texto. Scliar elegantemente elogiou o romance, descartou as elegações de plágio, apenas se ressentiu do crédito não dado por Martel (que reconheceu posteriormente a influência).
Bem... Depois de ler os dois livros, as duas versões, e estar tão influenciado pelos dois... Foi impossível eu não querer fazer a MINHA versão.
Um naufrágio deixa um garoto num bote salva-vidas com um guepardo.
Na versão original, de Scliar, o garoto era um judeu fugindo da Segunda Guerra, e a história toda é uma alegoria do holocausto. No romance de Martel, o garoto viaja com um zoológico, e sua relação com o tigre questiona a teoria do "bom selvagem". Para mim, coloca-se um adolescente e um grande felino num bote salva-vidas e eu só posso enxergar uma alegoria de descoberta sexual.
Então, na minha versão, o garoto viaja num transatlântico com a família de classe média alta e o guepardo está lá como uma das atrações do navio, um dos "artistas", talvez o primeiro contato e identificação com sua (homo) sexualidade que desperta.
Passando na porta do restaurante, puxado por um domador. Sendo levado a algum palco para nosso entretenimento, ou de volta à jaula. Eu pousei os olhos nele e ele pousou aqueles olhos de pires em mim. Deteve-se por um instante. Um animal à bordo. Animal selvagem. Então com um leve puxão de seu mestre, afastou-se com os olhos ainda em mim.
Isso é uma das "brincadeiras" do livro de Martel. Doença, não?
Há quase dois anos, recebi de uma editora os originais do novo livro de Yann Martel para fazer o parecer (avaliar se deveria ser comprado/traduzido/publicado; é parte do meu trabalho, eu recebo pra isso, por isso nem sempre consigo ler seu livro... Mas também é um ofício que requer mais faro mercadológico do que rigor literário. Muitas das coisas a que dou parecer positivo são livros terrivelmente comerciais, seguindo a onda de vampiros ou chic lit.)
O livro de Martel me deixou chocado. Bastou avançar algumas páginas para eu perceber que estava lendo um GRANDE escritor. Porém, precisei avançar um pouco mais para notar um tom mórbido no texto. E quando estava quase terminando comecei a me sentir realmente mal com toda a carga da doença.
Agora a Nova Fronteira lança Beatriz & Virgílio no Brasil (não, não foi para a Nova Fronteira que avaliei o texto. Se não me engano, a editora para quem avaliei disse que o título entrou em leilão e acabou saindo muito caro - o que explicaria onde a Nova Fronteira/Ediouro anda gastando as somas de direitos autorais que tem tanta dificuldade em repassar para seus autores - digo isso porque sou um deles, logicamente). Fiz questão de comprar o livro, principalmente por ter tido o privilégio de ler uma versão embrionária, inacabada, que na época ainda nem tinha título. E Beatriz & Virgílio me impressionou tanto ou mais do que na primeira vez.
Conta a história de um escritor de sucesso, com um bloqueio criativo, que acaba mudando de cidade e de vida, até que conhece um taxidermista. É um velho que está escrevendo uma peça de teatro passada numa camisa (?), onde uma mula e um macaco discutem, discutem e nada acontece (!). Grande parte do livro é isso - o escritor e o taxidermista discutindo sobre a peça, e os dois animais (Beatriz - a mula - e Virgílio - o macaco bugio) discutem sobre... sei lá o quê. É menos cômico do que parece, mas certamente estranho, e depois de um tempo, como coloquei, vai ficando doentiamente macabro.
A comparação mais próxima que posso fazer é Anticristo, o filme do Lars Von Trier.
Ainda assim, é uma aula sobre escrita, como contar uma história, e também discorre um pouco sobre o mercado literário e os processos de publicação (principalmente no primeiro quarto do livro).
A cena em que o macaco descreve uma pera para a mula (que nunca tinha visto ou comido uma) vale mais do que mil oficinas literárias (acho... porque eu nunca frequentei oficinas literárias).
Meu único senão é a conclusão. Lembro de que, ao ler os originais, o final me pareceu inacabado e apressado. Agora os originais estão no meu apartamento em São Paulo e não posso conferir o que foi mudado (ou se de fato foi mudado), mas minha impressão foi outra, igualmente insatisfatória. Agora me parece que o livro todo trabalha com isso da obra inacabada, com a impossibilidade de concluir uma história, com a obra em processo, e o final dado é muito conclusivo. Mas enfim, não convém estragar a experiência falando do final aqui...
Yann Martel (espanhol, radicado no Canadá) se tornou um novo Dennis Cooper para mim, um dos meus autores malignos favoritos, com certeza. Na época do parecer, aproveitei também para ler seu grande sucesso - A Vida de Pi - e me lembrei da polêmica com Moacyr Scliar.
A Vida de Pi narra a história de um naufrágio que deixa um garoto num bote salva-vidas com um tigre. Foi um livro mundialmente aclamado, e premiado, que deve ter em breve uma adaptação para o cinema. E é um belo, belo livro.
Mas sua premissa foi tirada de uma novela do Moacyr Scliar - Max e os Felinos - que narra a história de... um naufrágio que deixa um garoto num bote-salva vidas com um jaguar. Ok, mesma premissa, mas outra história, outro contexto, outro texto. Scliar elegantemente elogiou o romance, descartou as elegações de plágio, apenas se ressentiu do crédito não dado por Martel (que reconheceu posteriormente a influência).
Bem... Depois de ler os dois livros, as duas versões, e estar tão influenciado pelos dois... Foi impossível eu não querer fazer a MINHA versão.
Um naufrágio deixa um garoto num bote salva-vidas com um guepardo.
Na versão original, de Scliar, o garoto era um judeu fugindo da Segunda Guerra, e a história toda é uma alegoria do holocausto. No romance de Martel, o garoto viaja com um zoológico, e sua relação com o tigre questiona a teoria do "bom selvagem". Para mim, coloca-se um adolescente e um grande felino num bote salva-vidas e eu só posso enxergar uma alegoria de descoberta sexual.
Então, na minha versão, o garoto viaja num transatlântico com a família de classe média alta e o guepardo está lá como uma das atrações do navio, um dos "artistas", talvez o primeiro contato e identificação com sua (homo) sexualidade que desperta.
Passando na porta do restaurante, puxado por um domador. Sendo levado a algum palco para nosso entretenimento, ou de volta à jaula. Eu pousei os olhos nele e ele pousou aqueles olhos de pires em mim. Deteve-se por um instante. Um animal à bordo. Animal selvagem. Então com um leve puxão de seu mestre, afastou-se com os olhos ainda em mim.
Naquele instante, eu estava náufrago.
Queria ser levado por ele. Queria ver a vida selvagem – felina ou marítima – queria alguma vida a se debater entre mordidas. Eu era como ele, levado na coleira. Um abrir e fechar de olhos e eu me encontrava com um igual.
Obviamente, quando terminei o conto - de cerca de 30 páginas - remeti ao pai original da ideia, Moacyr Scliar. Que me mandou isso:
Meu caro Santiago, muito obrigado pela mensagem, pelas amáveis palavras e pelo belíssimo conto, que li com o maior interesse e emoção. Realmente, você deu uma dimensão nova à idéia! Para mim é motivo de orgulho que minha história possa, ao menos em parte, ter lhe servido de inspiração. E agora temos um time: jaguar, tigre e guepardo! Imbatível! Aguardo ansioso seu livro. Até lá, receba o grande abr. do fã Moacyr Scliar.
...E que é mais do que eu poderia pedir, tendo sido eu mesmo um moleque que leu Scliar (O Centauro no Jardim) na adolescência, para a escola, e que fiquei tão perturbado, tão incomodado. (Na primeira vez que encontrei Scliar, na Primeira Flip, disse isso pra ele. Mas acho que ele não entendeu que era um elogio...).
Sou eu um dos vivem, respiram, se inspiram e torcem por Scliar.
Obviamente, quando terminei o conto - de cerca de 30 páginas - remeti ao pai original da ideia, Moacyr Scliar. Que me mandou isso:
Meu caro Santiago, muito obrigado pela mensagem, pelas amáveis palavras e pelo belíssimo conto, que li com o maior interesse e emoção. Realmente, você deu uma dimensão nova à idéia! Para mim é motivo de orgulho que minha história possa, ao menos em parte, ter lhe servido de inspiração. E agora temos um time: jaguar, tigre e guepardo! Imbatível! Aguardo ansioso seu livro. Até lá, receba o grande abr. do fã Moacyr Scliar.
...E que é mais do que eu poderia pedir, tendo sido eu mesmo um moleque que leu Scliar (O Centauro no Jardim) na adolescência, para a escola, e que fiquei tão perturbado, tão incomodado. (Na primeira vez que encontrei Scliar, na Primeira Flip, disse isso pra ele. Mas acho que ele não entendeu que era um elogio...).
Sou eu um dos vivem, respiram, se inspiram e torcem por Scliar.
Obviamente, o conto está em PORNOFANTASMA, meu primeiro livro de contos, que sai daqui a uns dois meses, pela Record. O título é "As Vidas de Max", mais do que justificado.
Termino então com um trecho de Beatriz & Virgílio
Termino então com um trecho de Beatriz & Virgílio
11/02/2011
SANGUE DE NITROGÊNIO Essa poderia ser a última foto de um jovem escritor... caminhando para a decrepitude.
Eu falo que é uma missão impossível ser intelectual, atleta e junkie ao mesmo tempo. Mas eu continuo tentando...
Preparando o meu naufrágio.
Intelectual é o que cobram de um escritor, que muitas vezes é confundido com o acadêmico, ou o cronista, ou o jornalista – que não só tem de se nutrir de alta cultura, mas que tem de ter uma opinião reveladora sobre tudo. Junkie é muitas vezes o nicho em que me encontro, nem tanto pelo consumo de substâncias ilícitas, mas principalmente pelo consumo de... junk – sejam balas em formato de minhoca, sejam filmes de piranhas assassinas. E atleta é o que me imponho pela vaidade e hiperatividade. Trabalho em casa, sou hiperativo, e se não me lanço, me canso e desando. A vaidade também serve como equilíbrio, para eu não me acabar de junkie nem virar um intelectual barbudo. A vaidade é que salva minha vida.
Enfim...
Quando vim morar na praia...
Quando vim morar na praia desequilibrei a balança para o lado do atleta é verdade. Aqui não tem cinema, não tem teatro, e eu tenho vivido mais de fotossíntese do que de cultura. Mas não posso enganar ninguém. Por mais que eu corra na praia e malhe todos os dias, por mais que eu pratique kite surf e caminhe por horas e horas, eu sempre vou ter algo de desengonçado, de errado, de patoso, de escritor...
Então eu decidi mergulhar.
André, meu instrutor.
Fiz esta semana inteira um curso intensivo de scuba diver – mergulho com cilindro. Em teoria, para mergulhar com cilindro de ar comprimido, você precisa estar credenciado. A não ser que mergulhe rasinho, com instrutor, etc, etc. Você sabe como eu gosto dos bichinhos... E como gosto de ampliar os horizontes. Então resolvi ampliar meu habitat de exploração vendo os bichinhos dentro d'água. Resolvi virar mergulhador. Não foi tão suave como eu pensava.
O curso começa com um dia inteiro de aulas teóricas. Bem teóricas. Para aprender não apenas quais são os equipamentos necessários, mas calcular a quantidade de Nitrogênio Residual no seu sangue (!) depois dos mergulhos, usar tabelas de tempos e profundidades máximas, procedimentos de emergência, etc. Beleza. Meio que me perdi nos números. Mas beleza. Foi o mais tranquilo.
A primeira aula prática é numa piscina. Tranquilo. Até divertido. Mas só deixa você ansioso para os mergulhos. E os mergulhos...
Pronto para embarcar...
Fiz 4 mergulhos. 2 em cada dia. O primeiro dia foi razoavelmente tranquilo, ainda que meio decepcionante. Visibilidade péssima, poucos peixes, água geladíssima. Fomos de barco até a Ilha do Xavier. Era mais para praticar exercícios. Ok. Deu tudo certo. Foi interessante. Grandes expectativas para o último dia de mergulho.
Já que íamos voltar para a Ilha do Xavier, vesti meu uniforme de X-man, que comprei pra kite (e serviu belíssimo para mergulho, devo dizer) e me alonguei para os últimos mergulhos.
Ainda todo coquete - adoro essas wetsuits. Eu andaria no baixo augusta com essas wetsuits. Quando eu for rico, vou fazer coleção de wet suits. Mas... quando eu for rico, não vou caber mais.
A petizada que mergulhou comigo.
Os últimos 2 mergulhos... Foram traumáticos. O mar estava muito agitado, visibilidade péssima e eu, que sou todo patoso, quase me afoguei enrolado nas alças do meu próprio equipamento. Sério! Fiz umas coisas do tipo... descer doze metros de profundidade com o SNORKEL na boca (isso, snorkel, cheio d'água, sem o ar comprimido do cilindro) e lá embaixo me lembrar de colocar o regulador, esquecer de inflar o colete na superfície e ficar lutando para não afundar. E para coroar... me perdi. De todo mundo. A visibilidade estava péssima, não consegui ver mais ninguém e acabei voltando para o barco.
Só me restou bronzear.
Eu falo que é uma missão impossível ser intelectual, atleta e junkie ao mesmo tempo. Mas eu continuo tentando...
Preparando o meu naufrágio.
Intelectual é o que cobram de um escritor, que muitas vezes é confundido com o acadêmico, ou o cronista, ou o jornalista – que não só tem de se nutrir de alta cultura, mas que tem de ter uma opinião reveladora sobre tudo. Junkie é muitas vezes o nicho em que me encontro, nem tanto pelo consumo de substâncias ilícitas, mas principalmente pelo consumo de... junk – sejam balas em formato de minhoca, sejam filmes de piranhas assassinas. E atleta é o que me imponho pela vaidade e hiperatividade. Trabalho em casa, sou hiperativo, e se não me lanço, me canso e desando. A vaidade também serve como equilíbrio, para eu não me acabar de junkie nem virar um intelectual barbudo. A vaidade é que salva minha vida.
Enfim...
Quando vim morar na praia...
Quando vim morar na praia desequilibrei a balança para o lado do atleta é verdade. Aqui não tem cinema, não tem teatro, e eu tenho vivido mais de fotossíntese do que de cultura. Mas não posso enganar ninguém. Por mais que eu corra na praia e malhe todos os dias, por mais que eu pratique kite surf e caminhe por horas e horas, eu sempre vou ter algo de desengonçado, de errado, de patoso, de escritor...
Então eu decidi mergulhar.
André, meu instrutor.
Fiz esta semana inteira um curso intensivo de scuba diver – mergulho com cilindro. Em teoria, para mergulhar com cilindro de ar comprimido, você precisa estar credenciado. A não ser que mergulhe rasinho, com instrutor, etc, etc. Você sabe como eu gosto dos bichinhos... E como gosto de ampliar os horizontes. Então resolvi ampliar meu habitat de exploração vendo os bichinhos dentro d'água. Resolvi virar mergulhador. Não foi tão suave como eu pensava.
O curso começa com um dia inteiro de aulas teóricas. Bem teóricas. Para aprender não apenas quais são os equipamentos necessários, mas calcular a quantidade de Nitrogênio Residual no seu sangue (!) depois dos mergulhos, usar tabelas de tempos e profundidades máximas, procedimentos de emergência, etc. Beleza. Meio que me perdi nos números. Mas beleza. Foi o mais tranquilo.
A primeira aula prática é numa piscina. Tranquilo. Até divertido. Mas só deixa você ansioso para os mergulhos. E os mergulhos...
Pronto para embarcar...
Fiz 4 mergulhos. 2 em cada dia. O primeiro dia foi razoavelmente tranquilo, ainda que meio decepcionante. Visibilidade péssima, poucos peixes, água geladíssima. Fomos de barco até a Ilha do Xavier. Era mais para praticar exercícios. Ok. Deu tudo certo. Foi interessante. Grandes expectativas para o último dia de mergulho.
Já que íamos voltar para a Ilha do Xavier, vesti meu uniforme de X-man, que comprei pra kite (e serviu belíssimo para mergulho, devo dizer) e me alonguei para os últimos mergulhos.
Ainda todo coquete - adoro essas wetsuits. Eu andaria no baixo augusta com essas wetsuits. Quando eu for rico, vou fazer coleção de wet suits. Mas... quando eu for rico, não vou caber mais.
A petizada que mergulhou comigo.
Os últimos 2 mergulhos... Foram traumáticos. O mar estava muito agitado, visibilidade péssima e eu, que sou todo patoso, quase me afoguei enrolado nas alças do meu próprio equipamento. Sério! Fiz umas coisas do tipo... descer doze metros de profundidade com o SNORKEL na boca (isso, snorkel, cheio d'água, sem o ar comprimido do cilindro) e lá embaixo me lembrar de colocar o regulador, esquecer de inflar o colete na superfície e ficar lutando para não afundar. E para coroar... me perdi. De todo mundo. A visibilidade estava péssima, não consegui ver mais ninguém e acabei voltando para o barco.
Só me restou bronzear.
Consegue ler na boca do povo? ("Ts, ts")
Santiago tem fé.
Mas EU FUI credenciado porque fiquei cool – acho que os instrutores ficaram com mais medo do que eu - consegui fazer todos os exercícios, que incluíam coisas como instrutor tirar sua máscara embaixo d'água e você ter de colocar de volta e tirar a água (soprando ar pelo nariz); instrutor fechar sua torneira de ar e você ter de pegar ar do parceiro; você ter de tirar seu EQUIPAMENTO TODO embaixo d'água e vestir de volta...
Depois ainda tinha uma prova escrita teórica. Que eu quase gabaritei, embora estivesse mega, mega tonto desse nitrogênio residual no sangue.
E você me pergunta: e os peixes? E os bichinhos? Bem, a parte GOSTOSA eu não conheci. Hahah. Foi só sofrimento. Sério. Não me arrependi de fazer o curso, é bem interessante, repertório e pré-requisito para viagens mais suaves; mas eu ingenuamente achava que o curso de mergulho ia ser tartarugas comendo na minha mão.
Bem...
No mais, além de todo o conhecimento da área, o curso ainda me deixou com... sotaque de catarina. Passei um ano nesta ilha incólume, principalmente porque não convivo com ninguém; mas uma semana conversando com a petizada mané e já me percebi cantando hoje no final do dia.
Poderia ser pior. Eu poderia mesmo ter morrido.
É salgado morrer no mar. Agora eu sei.
Por pouco que não sou credenciado.
Santiago tem fé.
Mas EU FUI credenciado porque fiquei cool – acho que os instrutores ficaram com mais medo do que eu - consegui fazer todos os exercícios, que incluíam coisas como instrutor tirar sua máscara embaixo d'água e você ter de colocar de volta e tirar a água (soprando ar pelo nariz); instrutor fechar sua torneira de ar e você ter de pegar ar do parceiro; você ter de tirar seu EQUIPAMENTO TODO embaixo d'água e vestir de volta...
Depois ainda tinha uma prova escrita teórica. Que eu quase gabaritei, embora estivesse mega, mega tonto desse nitrogênio residual no sangue.
E você me pergunta: e os peixes? E os bichinhos? Bem, a parte GOSTOSA eu não conheci. Hahah. Foi só sofrimento. Sério. Não me arrependi de fazer o curso, é bem interessante, repertório e pré-requisito para viagens mais suaves; mas eu ingenuamente achava que o curso de mergulho ia ser tartarugas comendo na minha mão.
Bem...
Quando eu era criança pequena em Barbacema, e em Ilha Bela, eu mergulhava (de snorkel) na casa do meu tio. E era lindo. Lembro que pegávamos lagostas e meu primo comia as ovas com o bicho ainda vivo. Acho que ele é que acabou com as lagostas na costa brasileira. Agora é preciso afundar mais.
No mais, além de todo o conhecimento da área, o curso ainda me deixou com... sotaque de catarina. Passei um ano nesta ilha incólume, principalmente porque não convivo com ninguém; mas uma semana conversando com a petizada mané e já me percebi cantando hoje no final do dia.
Poderia ser pior. Eu poderia mesmo ter morrido.
É salgado morrer no mar. Agora eu sei.
Game Over, paulista.
09/02/2011
MOMENTO BRITPOP
Só pra ir distraindo você, por enquanto. Tenho acordado todo dia as sete da manhã, para fazer o curso de scuba (mergulho com cilindro). Se as piranha não me pegar, logo eu volto.
Só pra ir distraindo você, por enquanto. Tenho acordado todo dia as sete da manhã, para fazer o curso de scuba (mergulho com cilindro). Se as piranha não me pegar, logo eu volto.
06/02/2011
ORGULHO DO TITIO
Filipe Catto e Thiago Pethit. Eu vi primeiro! Eu vi primeiro!
E você que acompanha o blog, viu primeiro aqui.
Há tempos falo do Thiago Pethit e Filipe Catto, amigos queridos e cantores talentosíssimos. Esta semana, numa passagem por São Paulo, tive o privilégio de ver os dois se apresentando (em dias diferentes) no Sesc Pompeia, na mostra Prata da Casa, com os melhores músicos que passaram por lá ano passado. Fiquei emocionado.
Ali de longe, da ilhinha, acompanho as novidades dos dois, e o hype crescente – foto do Thiago com o Caetano Veloso, Ney Matogrosso elogiando Filipe – mas o mais lindo é vê-los ao vivo de novo e perceber como isso se converteu numa segurança de palco, em repertórios impecáveis. Os dois já estão num nível tão elevado que é curioso pensar em como isso vai se desenvolver, se ainda pode se desenvolver mais.
Filipe canta tango, canta samba e canta chorinho, em composições próprias e versões de Reginaldo Rossi à (banda gaúcha) Apanhador Só. Leva tudo para seu próprio universo, num gênero que eu só poderia chamar de “Fossa Nova” (oh, eu que batizei, você leu primeiro aqui, haha). É um show grave, sério, mas delicioso por ser musicalmente perfeito. Indiscutível. O talento do Filipe é uma coisa absurda de se ver, uma voz cristalina e, além de tudo, ele é lindo, claro. Não tem como dar errado.
Para quem ainda não ouviu: http://www.myspace.com/filipecattomusic
E o Thiago também criou um universo muito particular. Pode cantar em português, em inglês, em francês, que é tudo Thiago Pethit. Adorei ver sua legião de fãs, o povo cantando junto, ouvir músicas novas, ele tocando num piano de cauda. Show fofo, chique e cartunesco. Como o Brasil precisava de um cantor assim...
Sua sombra faz o sol se por
Sua sombra me protege do sol
Quem sabe eu te encontro, no mesmo ponto,
Quem sabe eu te encontro, no final do dia
Sua sombra é o relógio de sol da minha vida
Toda semana, no final do dia
Sua sombra é o relógio de sol da minha vida
Meu relógio solar, meu relógio de sol
Meu ponteiro anti-horário, diário, diante do meio fio
Meu relógio solar, meu relógio de sol
Meu ponteiro anti-horário, diário, num pequeno desvio
Quem sabe eu te encontro, hoje, antes das seis,
Quem sabe eu consigo, me encontrar com você
Sua sombra é o relógio de sol da minha vida
Toda semana, naquela descida
Sua sombra é o relógio de sol da minha vida
Meu relógio solar, meu relógio de sol
Filipe Catto e Thiago Pethit. Eu vi primeiro! Eu vi primeiro!
E você que acompanha o blog, viu primeiro aqui.
Há tempos falo do Thiago Pethit e Filipe Catto, amigos queridos e cantores talentosíssimos. Esta semana, numa passagem por São Paulo, tive o privilégio de ver os dois se apresentando (em dias diferentes) no Sesc Pompeia, na mostra Prata da Casa, com os melhores músicos que passaram por lá ano passado. Fiquei emocionado.
Ali de longe, da ilhinha, acompanho as novidades dos dois, e o hype crescente – foto do Thiago com o Caetano Veloso, Ney Matogrosso elogiando Filipe – mas o mais lindo é vê-los ao vivo de novo e perceber como isso se converteu numa segurança de palco, em repertórios impecáveis. Os dois já estão num nível tão elevado que é curioso pensar em como isso vai se desenvolver, se ainda pode se desenvolver mais.
Filipe canta tango, canta samba e canta chorinho, em composições próprias e versões de Reginaldo Rossi à (banda gaúcha) Apanhador Só. Leva tudo para seu próprio universo, num gênero que eu só poderia chamar de “Fossa Nova” (oh, eu que batizei, você leu primeiro aqui, haha). É um show grave, sério, mas delicioso por ser musicalmente perfeito. Indiscutível. O talento do Filipe é uma coisa absurda de se ver, uma voz cristalina e, além de tudo, ele é lindo, claro. Não tem como dar errado.
Para quem ainda não ouviu: http://www.myspace.com/filipecattomusic
E o Thiago também criou um universo muito particular. Pode cantar em português, em inglês, em francês, que é tudo Thiago Pethit. Adorei ver sua legião de fãs, o povo cantando junto, ouvir músicas novas, ele tocando num piano de cauda. Show fofo, chique e cartunesco. Como o Brasil precisava de um cantor assim...
Há alguns... anos (?!) ele me pediu uma letra, e eu mandei. Mas como nunca desabrochou em música, e agora ele não precisa mais de mim, coloco aqui de registro. É sobre amores platônicos, aquela pessoa que você encontra todo dia na rua, no mesmo horário, quando vai pro trabalho ou vai estudar, e dependendo do ponto em que você encontra essa pessoa na rua, você sabe que está atrasado ou adiantado...
Vê se você gosta. Se a gente costuma se cruzar pelas ruas, pode tomar como uma declaração pra você, estou mesmo precisando de novos musos, puros e exclusivos, porque esses dois aí de cima já são da vida.
Relógio de Sol
Sua sombra faz o sol se por
Sua sombra me protege do sol
Quem sabe eu te encontro, no mesmo ponto,
Quem sabe eu te encontro, no final do dia
Sua sombra é o relógio de sol da minha vida
Toda semana, no final do dia
Sua sombra é o relógio de sol da minha vida
Meu relógio solar, meu relógio de sol
Meu ponteiro anti-horário, diário, diante do meio fio
Meu relógio solar, meu relógio de sol
Meu ponteiro anti-horário, diário, num pequeno desvio
Quem sabe eu te encontro, hoje, antes das seis,
Quem sabe eu consigo, me encontrar com você
Sua sombra é o relógio de sol da minha vida
Toda semana, naquela descida
Sua sombra é o relógio de sol da minha vida
Meu relógio solar, meu relógio de sol
Meu ponteiro anti-horário, diário, diante do meio fio
Meu relógio solar, meu relógio de sol
Meu ponteiro anti-horário, diário, num pequeno desvio
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