16/02/2013

TERROR AO TEATRO




Eu sei, muita gente tem. Terror ao teatro. Teatro é aquela coisa chata, insuportável, igual a ler. A diferença é que um livro é fácil largar no meio. Numa peça, você tem de ficar até o fim.

Mas se você insiste um pouquinho, se é de boa família, se tem boa educação, acaba lendo em quantidade e, uma hora, encontra o (primeiro) livro da sua vida. Daí te dá esperanças. Quem não sabe não há mais um? Quem sabe você não reencontra esse prazer de novo. E aos poucos você vai se acostumando a ler - não dá sempre o mesmo prazer, claro que não, mas se torna menos um estorvo. E com o tempo você já aprende a escolher melhor, já sabe o que pode te valer a pena, o que basta simplesmente evitar.

É a mesmíssima coisa com o teatro, embora a maioria das pessoas não passe do primeiro passo. Eu vou bastante, e já aprendi a gostar. Busco sempre um meio termo delicado - não tenho paciência com pecinha alternativa-amadora, mas também não suporto peçona televisiva. O que existe entre elas é arte. E de vez em quando se encontram umas pérolas.

Como a deliciosa peça da minha querida amiga Cléo de Páris, que fui hoje, na estreia, A Nossa Gata Preta e Branca, no Parlapatões. É uma peça divertidíssima, despretensiosa, delicada, feminina e muito engraçada. Grande mérito do texto (que também é da Cléo, da atriz Maria Casadevali e do diretor Tiago Leal) é brincar com esse mundinho teatral, a vida e os valores do ator. Tem muito de auto-crítica e auto-parodia. Adorei.

Vale lembrar que no Parlapatões também voltou em cartaz The Pillowman, que entra facilmente nas dez melhores peças que vi NA VIDA. Mas já falei bem sobre ela aqui: http://www.santiagonazarian.blogspot.com.br/2012/10/o-homem-travesseiro-t-pillowman-e.html



The Pillowman agora está sábado às 20h, domingo às 19h, no Parlapatões. E gosto bem desse teatro, um tamanho razoável, confortável, bom ar-condicionado, e lá na Praça Roosevelt. 


E ainda outra grande dica é Sonata a Kreutzer, do Tolstoy, que tem meu cunhado Ernani Sanchez no elenco. O maior mérito do Ernani é ser pai da Valentina, claro, mas ele ainda é um ótimo ator. (Não aceitaríamos qualquer coisa na família, né?) E a peça é um drama passional louquíssimo, lá no Sesc Pinheiro. Vai que está acabando. 






















ENTÂO VOCÊ SE CONSIDERA ESCRITOR?

Então você se considera escritor? (Trago questões, não trago respostas...) Eu sempre vejo com certo cinismo, quando alguém coloca: fulan...