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No famoso cruzamento de Shibuya. |
Começo minha contagem regressiva das dez cidades favoritas no mundo (para morrer), com Tóquio.
Em 2010, com a grana que recebi da bolsa para escrever
Garotos Malditos, resolvi realizar um antigo sonho e conhecer o outro lado do mundo.
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Quioto. |
Viajei em grande estilo, parando três semanas na Europa na ida, e mais uma semana na volta, com duas semanas no meio no Japão (Tóquio e ainda uma curta passagem por Quioto, Osaka, Hiroshima e Miyajima).
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Tenho lembranças especialmente boas de Miyajima, uma ilha patrimônio mundial da humanidade, cheia de veadinhos. |
Obviamente foi das viagens mais importantes da minha vida, e Tóquio só não está mais alto no meu ranking porque eu basicamente não consegui entender nada...
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Metrô nem tão lotado... |
É realmente outro planeta, e a sensação de forasteiro é inevitável para quem não tem olhos puxados; você nunca fará parte realmente. Ao entrar no bar e avistar um loiro-sueco do outro lado, entre dezenas de orientais, vocês trocam acenos de cabeça, identificando-se como da mesma espécie.
Eu tive o privilégio de ter um grande amigo como guia, brasileiro sem ascendência oriental, mas que fala japonês. Fiquei hospedado na casa dele, ótimo anfitrião, que me levou para baladas, museus e parques, então pude conhecer não só o lado turístico, mas um pouquinho do dia-a-dia de quem mora em Tóquio.
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Rodando a cidade de bicicleta. Seguro, mas caótico. |
Ainda assim, 15 dias foi pouco para absorver tanta coisa e hoje tenho uma visão mais superficial de Tóquio do que de outras cidades em que fiquei menos tempo. É uma cidade muito segura, cara pra caralho, os japoneses são simpáticos com o turista, mas ninguém fala inglês efetivamente. Os meninos são liiiiiiindos, principalmente para quem curte esse estilo andrógino, mas é aquela coisa: os meninos nas ruas, nos metrôs, são super estilosos, delicados, maquiados, daí você sai na noite gay são todos padrãozinho homem, posando de machinhos. Na época eu estava solteiro, e até fui bem feliz, embora me sentisse meio como um fetiche, como ocidental.
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A magia dos boys magia de lá. |
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Delícia de polvo. |
A comida eu adoro, e comi belos sushis, tempuras, lamens. Obviamente a variedade de peixes lá é muito maior, mas também não cheguei a comer nada muito bizarro. E após quinze dias, você sente falta do tempero ocidental....
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Jambalaia de enguia. |
Eu adoraria voltar, ficar mais tempo, mas acho que não seria feliz vivendo (e morrendo) por lá; não só nunca me sentiria em casa, como me estressaria com esse ritmo intenso, o barulho, a poluição visual, a lotação generalizada.
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Cores, luzes, música. |
Assim deixo Tóquio em décimo lugar entre minhas cidades favoritas do mundo. Quarta que vem posto a nona.