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Em maio passado. |
Chegando ao primeiro lugar das minhas cidades
favoritas do mundo: Florianópolis. Não podia deixar de ser, meu destino
favorito, minha segunda casa, a cidade onde passei mais tempo, depois de São
Paulo e Porto Alegre.
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O canal da barra: um cenário que eu vi literalmente diariamente, e nunca me cansei. |
Para quem não conhece e não entende o que tanto a
ilha me conquista, é uma mistura
perfeita de natureza razoavelmente preservada, campo, praia, tranquilidade, um certo agito, boa cena gay e gente linda. Mesmo em alta temporada, verão, é um lugar onde você consegue pegar um ponto vazio numa praia conhecida, deixar sossegado suas coisas na areia, dar um mergulho. E eu não deixo de me maravilhar cada vez que vejo um macaco, um lagarto, uma cobra, um quati por lá...
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Foto de uma das minhas primeiras vezes lá, 2000 ou 2001... |
Curiosamente, na primeira vez em que estive lá, no
início de 2000, fui assaltado. Saindo do hotel fuleiro onde estava hospedado,
no centro da cidade, fui abordado por dois pivetes. Como não tinham armas,
resisti e saímos na mão os três. Por sorte apareceram funcionários do hotel e
acabamos todos numa delegacia. Não me roubaram nada, mas saí roxo da cidade.
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Com Renatinha Simões e Cris Lisbôa em altos carnavais (Jurerê, 2011) |
Não ficou trauma. E tive mais sorte em todas as outras
visitas que fiz a partir de então. Desde 2000 não houve um ano em que não
estive pelo menos uma vez em Florianópolis. Em 2010, solteiro e com uma vida
mais ou menos estável na escrita e traduções, resolvi passar uma longa
temporada de praia, que durou exatamente um ano. Aluguei uma casa de março de
2010 a março de 2011, na Barra da Lagoa, leste da ilha, reduto de pescadores e
surfistas (e turistas) no verão.
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Minha vida fora de temporada... |
Foi o sonho adolescente tardio de morar na praia,
viver do que a natureza oferece... ou quase. Continuei escrevendo, traduzindo,
fazendo freelas para São Paulo, mas aproveitava muito tempo livre na praia,
nadando, caminhando, fiz curso de kite surf e scuba dive. A cena noturna e a vida gay- que já aproveitei tanto lá como turista - ficou de lado. Com meu lazer lá todo voltado à atividade física, sobrava poucas energia para curtir a noite da ilha.
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Pedalando... |
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Mergulhando... |
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Remando...
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Surfando... |
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Não foi à toa que aos
33 anos tive o melhor corpo da minha vida... Eu podia correr numa praia deserta
na hora do almoço, passear por lá numa madrugada de terça; sentia como se
tivesse comprado tudo aquilo, tudo
aquilo me pertencia, quando fixei residência lá.
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Com Murilo, comendo uma das sequências de camarão (2014) |
Mas Florianópolis também tem seus prazeres preguiçosos, pratos intermináveis de camarão e frutos do mar, bons drinks na praia. Sempre que volto lá fico na Pousada Marujo, na Barra, onde formei uma familinha. Super recomendo.
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Cozinhando na Pousada com Ida e Trishya, no meu anivesário do ano passado. |
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Subidas e descidas diárias nesta lomba. |
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A varanda da minha casa. |
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Dancinhas no reveillon (2010/2011), com Eduardo Strausser e Simone Spoladore. |
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Em maio passado, remando na lagoa. |
Infelizmente, não daria para viver
aquela aposentadoria tão cedo. Florianópolis é linda, mágica, mas não é um
lugar para eu fazer a vida. Terminando a temporada, a ilha se esvazia, a Barra
se torna fria e solitária e não há muitas opções em programas culturais. Em 2010 me mudei num esquema temporário e não vi condições de ficar. Mas quem
sabe volto numa verdadeira aposentadoria...
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Tudo meu! |
E assim termino esse ranking, que pretendia não
só movimentar um pouco o blog, mas fazer um registro para mim mesmo, neste ano
tão trevoso, tão trancado, tão limitado de viagens e possibilidades... Tenho de
celebrar o que a vida já me trouxe... e exigir que me traga mais.