2016 já deu faz tempo...
Então vim há dez dias para Maresias, litoral norte de São
Paulo, onde Murilo está trabalhando.
Trilhas. |
Ele veio há um mês comandar o Guató, restaurante do recém
inaugurado hotel-butique Maui. Os donos há tempos o estavam sondando e o
convidaram para o desafio. Murilo teve carta branca para criar o cardápio,
contratar o pessoal; é um restaurante contemporâneo sofisticado, também com
serviço de bar e de praia.
(Mais do hotel e do restaurante aqui: http://www.mauimaresias.com.br/)
O cardápio dele de reveillon. |
Apesar de todo o glamur, na prática ele está ralando todos
os dias, de manhã até de madrugada, não só comandando os cozinheiros, mas na
maioria das vezes pondo a mão na massa. Para ele tem sido uma grande
experiência.
Com o restaurante fechado, fez nossa ceia de Natal. |
No Natal, o movimento
estava tranquilo então ficamos dois dias com o hotel literalmente só para nós,
hospedados numa suíte master(chef). Com Murilo de plantão para os
funcionários tirarem folga, ficamos na piscina tomando bons drinques e (o
melhor de tudo) ouvindo minhas próprias playlists. Acho que nunca mais terei a
experiência de ter uma piscina de hotel só para mim, tomando gin tônica e
ouvindo Scott Walker.
Na última sexta, a querida gerente, filha do dono, também
deu folga para o Murilo e nos convidou para passear de barco com alguns
hóspedes, por ilhas próximas. Deu até para mergulhar e ver tartarugas (bem, uma tartaruga).
Reveillon Murilo passou trabalhando e eu participei da ceia
do hotel como convidado, com os donos. Prestes a dar meia noite conseguimos todos sair para a praia.
Virada. |
O resto dos dias foram menos felizes. A praia é linda, a água é transparente, mas está quente demais e não tem muito o que fazer sozinho, enquanto ele trabalha. Murilo alugou temporariamente um puxadinho num lugar
um pouco afastado, que parece a vila do Chaves, mas menos divertida. É lá onde estou ficando; é só um
quarto e sala/cozinha, então não dá para convidar os amigos, infelizmente. E quando os vizinhos
não estão ouvindo um eletrônico bagaceiro no último volume, o proprietário está
martelando, serrando, lixando, seja 7h da manhã, seja 11h da noite. Não tem
internet, ar-condicionado, televisão, nem dignidade. Murilo não está dormindo
muito, pobrecito, mas acho que quem mais está sofrendo é nossa coelha, com o
calor e o barulho.
Eu aproveitei para ler – quase um livro por dia, de Julián
Fuks e Elvira Vigna às biografias da Rita Lee e João Gordo – e terminar de
revisar meu livro novo.