22/01/2017

DE VOLTA AO SECO



Na piscina da minha nova casinha.

Estou de volta a São Paulo depois de um mês de praia, casa com piscina, almoços e jantares sofisticados num restaurante de primeira linha. Até parece que não há crise. 

Recebidos pelo chef Murilo de Oliveira no Guató. 

Mas não é bem assim... Este ano não pude esquiar em Aspen e tivemos de vender um dos barcos de papai...

Meu lindo namorado. 

Delírios à parte, a temporada de praia passou longe de um período de opulência. Murilo foi para lá a trabalho e eu segui simplesmente por não ter mais nada a fazer. Surfei na crise e aproveitei a falta de trabalho como férias estendidas, sabendo que uma hora teria de voltar à dura realidade. 

Camarões a dorê do Murilo, os melhores do litoral norte. 

Com a crise editorial, crise nacional, diminuíram muito as traduções, os frilas, e nesse mês inteiro só revisei os comentários da editora sobre meu livro novo e fiz algumas notas de rodapé a mais para minha tradução de Frankenstein (que sai nos próximos meses na coleção de clássicos da Zahar). 


Gaia também aproveitou a casa nova. 

O resto do tempo oscilei entre o tédio, a tranquilidade e a diversão. Melhorou muito depois que saímos do puxadinho ordinário em que estávamos e Murilo conseguiu alugar uma casa incrível num condomínio no meio da mata. Pude enfim convidar amigos de férias (que deram o cano) e receber a família. Veio minha mãe, minha irmã e sobrinha. 

Café da manhã na varanda de casa. 

Nos últimos dias foi só chuva, o que foi bom para aplacar o calor, mas passou um pouco da conta. Com quase uma semana seguida de chuva, numa casa no meio da mata, estava tudo permanentemente úmido, roupas mofadas, chão molhado. Minha sobrinha só conseguiu aproveitar um pouco a praia porque é garota destemida, foi com minha irmã no temporal mesmo, e passaram horas lá. Para mim já incomodava dormir em lençóis permanentemente pegajosos. 

Aqui em São Paulo, a realidade já é mais árida. 

Voltei para cuidar das coisas (e das contas) do apartamento, resgatar contatos, tentar iniciar 2017. As perspectivas não são nada animadoras para quem trabalha com cultura. Fico pensando o que mais eu poderia fazer, agora que prostituição não é mais uma opção. (E prostituição também é cultura) Poderia ficar cuidando de casa, se meu namorado bancasse. O problema é que ele gosta de ler...

Tenho talentos para o crime, que também não são lucrativos.

Seguimos num novo ano onde ao menos (para mim) haverá livro novo. Seguremos o fôlego. Em 2020 voltaremos a sorrir. 

Fechando livro novo com grande vista.

NESTE SÁBADO!