27/08/2022

O SALDO DA OFICINA

 


 Acabou hoje a oficina que dei todos os sábados de agosto, por Zoom.

Foi uma ótima experiência – melhor do que eu esperava, na real; os alunos eram uns queridos, inteligentes, interessados, e parece que gostaram bem.

Eu sempre tenho resistência com oficinas, sempre falo; acho que tem muito truque, muita cagação de regra, e não acho que é a melhor coisa para aprender a escrever – por isso mesmo não me disponho a ensinar. A oficina que eu formatei é mais uma real do meio literário, com dados reais, valores, histórias de bastidores e tudo mais.

Foi mais ou menos assim:


AULA 1 - ESCREVER

Um livro não é feito de ideias, é feito de palavras – Lobo Antunes

- Não se vende ideia

- O que você quer dizer é mais importante do que a história que quer contar.

- A importância da leitura

- O peso da influência

- Dia-a-dia da escrita

- O personagem como personificação daquilo que se quer dizer

- A descrição a serviço da trama

- A linearidade narrativa

 

AULA 2 – PUBLICAR

- Formatação do livro

- Registro

- Leitura crítica

- Encontrar uma editora

- Autopublicação

- Valores pagos e valores recebidos

 

AULA 3 – DIVULGAR

- Capa e orelha

- Trabalho com a editora

- Trabalho do agente

- Resenha e publicidade

- Venda de direitos para o exterior

- Venda de direitos pra audiovisual

- Prêmios

 

AULA 4 – SOBREVIVER

- Do que vive um escritor?

- Eventos literários

- Antologias

- A carreira solo do autor

 

Na última aula também ouvi os projetos dos alunos, o que estavam escrevendo/publicando e adorei que só tinha coisa boa. Foi mesmo uma turma especial.

Todas as aulas se estenderam vinte, trinta minutos além das duas horas programadas (até porque eu falo demais, conto causos do meio literário, e os alunos sempre tinham ótimas perguntas). Pela ressalva que tenho com oficinas, se eu me disponho a dar, me preparo para dar o melhor possível. Quando preparava os tópicos de cada aula, se algo eu não sabia ou tinha dúvidas, ia atrás de quem sabia. E, bem ou mal, são 20 anos neste meio, tenho bastante experiência, bastante história e conheço muita gente.

Aproveito pra agradecer ao Alexandre Staut, à Cassia Carrenho, à Andrea del Fuego e ao Samir Machado de Machado, que me deram help em alguns tópicos; minha irmã, Rhena de Faria, que me ajudou nos macetes do Zoom, o Marcelino Freire e o Jorge Filholini que me ajudaram na formatação do curso e o Klauz, que fez os banners. Não se faz nada sozinho... nem na literatura... infelizmente... (e isso foi uma das discussões do curso).

Como a experiência foi tão boa, estou abrindo OUTRA TURMA AGORA EM SETEM(mentira). Foi uma boa experiência e estou com um curso formatadinho, mas foi tanto trabalho, divulguei tanto, PATROCINEI anúncio no Insta, paguei Zoom, enchi o saco de divulgar, e tive só 8 alunos (a 300 reais cada); financeiramente não é dos melhores investimentos; e  se com todo esforço consegui reunir 8, se fizesse outra agora não teria mais ninguém.

Não vai ter mais. Nunca mais. Acabou!

Mentira, claro. Em outubro devo dar uma... de um só dia, que uma livraria do Rio me pediu, nesses mesmos moldes. Mas ficou claro pra mim que oficina não é solução (nem pro autor, nem pro aluno). (No começo do ano, quando eu tava fodido, fodido, fodido de grana e trabalho, o que me mais me sugeriam era dar oficinas.)

A solução gente... é só LULA 13!

(mentira, também, é só um paliativo. Mas vamos nessa. Vamos de Lula, claro.)


ENTÂO VOCÊ SE CONSIDERA ESCRITOR?

Então você se considera escritor? (Trago questões, não trago respostas...) Eu sempre vejo com certo cinismo, quando alguém coloca: fulan...