Meu Veado está saindo do forno...
Recebi aqui os primeiros exemplares de Veado Assassino, meu novo livro pela Companhia das Letras. É uma novela especulativa, de um adolescente não binário que mata um presidente fascista...
Sempre é emocionante receber o livro físico, parece que minhas ideias ocupam um lugar no mundo. E bem ou mal eu sempre consegui viabilizar as ideias mais esdrúxulas, pelas maiores editoras do país. O Veado segue nessa linha - depois de lançar um livro "maduro", finalista de prêmios, como o Fé no Inferno, acho que era importante mostrar que ainda posso ser transgressor, fazer algo diferente e ousado.
É um livro muito minimalista, escrevi rápido, mostrei para pouca gente, mas não posso deixar de agradecer a quem ajudou. Começando pela Taliyah Dias, que foi muito da inspiração e fez a primeira leitura comigo. O Taiya Löcherbach, amigo catarinense que fez a revisão do "sotaque" do protagonista (e também foi fotógrafo da capa fodona do BIOFOBIA, anos atrás). A Luara França, que começou a edição do livro na Editora e o Antonio Xerxenesky, que assumiu o processo na reta final. A Andrea del Fuego, que deu toda a força e um "blurb" bacana para a quarta capa. E o Renato Parada, que fez a foto de orelha.
Vou começar a vender autografado pelas minhas redes (me segue lá, para saber mais. No instagram: @nazarians). O livro já está em pré venda há um mês, já está impresso, mas só sai em 27 de julho - confesso que não entendo muito essa estratégia da editora, mas espero que faça sentido. Eu publico regularmente, sempre a cada 2, 3 anos, mas cada vez encontro um cenário novo, uma lógica de divulgaçao nova.
Mando de novo a sinopse:
Um presidente de extrema direita é morto por um adolescente não binário. Por meio de uma longa entrevista, conhecemos a história do jovem e as decisões que o levaram a cometer o ato. Seria ele uma vítima, um terrorista ou um violento incel — um celibatário involuntário? Numa narrativa estruturada apenas em diálogos, Santiago Nazarian apresenta o retrato de uma geração tão engajada quanto individualista, que sabe o que precisa combater, mas não o que defender. Questões raciais, sexuais e de gênero são colocadas numa balança sempre desequilibrada, e a visão parcial de um personagem pode revelar mais do que suas palavras. Com o cinismo e o sarcasmo típicos de Nazarian, Veado assassino é uma louca novela especulativa, divertida e reflexiva.