03/06/2024

SOBRE A PARADA...


Sobre a parada...

Dei uma rápida passada. Sair de casa aqui já é praticamente participar. Mas acho importante estar presente, fazer número, marcar território, porque nada está ganho...

Eu sempre acabo observando meio como um observador externo, sem fazer parte, sozinho e quietinho, assistindo ao desfile de corpos. O mais legal da parada sempre foi a diversidade, que espelha a do país. A gente vê no noticiário só as drags, só os montados, mas a parada é um mar de manos, com tiozinhos, novinhos, bombados, trans, drags, de todas as classes; talvez o único lugar onde todas essas tribos se encontrem (dêem um beijo e percam o sapatinho).
 
De negativo, achei péssimo terem restringido os acessos à Paulista (não consegui chegar à Parada pela Frei Caneca, por exemplo, estava bloqueada). Isso criou gargalos sufocantes para entrada e, principalmente, para a saída, que quase me provocaram um surto. Achei tenso.
 
De mais positivo: terem recuperado a bandeira... em termos. Grande parte das bichas de verde e amarelo. Flagrei inclusive dois caras pintados inteiros de verde, dois gêmeos siameses (porque as relações homossexuais têm muito disso, do narcisismo, de se buscar um igual), pareciam dois Shreks; um deles se ajoelhou com uma aliança, para comemoração geral.

Encontrei só um amigo, voltando para casa, também vestido de verde e amarelo. Eu todo de preto, como sempre. “Que você tá de preto, Santiago? Virou bolsomion?” Só faltava essa. Agora sequestraram nosso luto.

SOBRE A PARADA...

Sobre a parada... Dei uma rápida passada. Sair de casa aqui já é praticamente participar. Mas acho importante estar presente, fazer número,...