15/03/2025

NOVO LIVRO DA MINHA MÂE

 



A escritora Eliza Nazarian lança seu novo livro, Nem Sempre Névoa,

uma obra que mergulha nas nuances do tempo e da memória. Com

uma prosa sensível e poética, a autora revisita fragmentos de infância,

ecos de vozes familiares e momentos de ausência que moldam a

existência.

O livro apresenta uma narrativa construída a partir de recordações que

se entrelaçam ao presente, explorando a presença do silêncio como

elemento estruturante da memória e das relações humanas. A escrita

captura a sutileza dos instantes e transforma lembranças

em imagens sensoriais, que conduzem o leitor a um universo de

introspecção e reflexão.

Em Nem Sempre Névoa, a autora reafirma sua habilidade de construir

atmosferas delicadas e evocativas, onde a poesia do cotidiano se

manifesta em gestos simples e cenas marcantes. O livro convida o leitor

a observar a vida com um olhar mais atento, revelando a beleza contida

nos espaços entre as palavras.


"Elisa Nazarian é tradutora, escritora, mãe de quatro filhos e avó de quem inspirou este livro. Mora em uma chácara em São Roque, com dois cachorros, seis mil livros, dentro de uma pequena amostra da Mata Atlântica, da qual ela mesma cuida. Sempre diz que os livros a livraram de vários suicídios, e talvez isto não seja apenas uma brincadeira. Tem 76 anos."


Serviço: Lançamento do livro Nem Sempre Névoa, de Eliza Nazarian

Data: 20 de março

Local: Livraria da Tarde – Rua Cônego Eugênio Leite, 956, São Paulo, SP

Horário: 17h

14/03/2025

TENDÊNCIAS LITERÀRIAS

Finalmente começou o ano, acabou o carnaval, o Oscar, o BBB a Flip.

Tenho visto muitos lançamentos recentes de autores que foram meus alunos, que fizeram leitura crítica comigo. Hoje de manhã mesmo, eu estava fazendo um blurb...

(Eu mesmo ainda não sei quando vou lançar meu próximo livro. Mas é o caminho clássico: o artista decadente se torna professor.)

Falei no final do ano algumas coisas que eu não queria ver em livro em 2025, e já tem algumas coisas que eu tenho visto bastante, algumas tendências.

Uma delas é narrativas que remetem ao gótico, ao romântico do século XIX, li uns três ou quatro originais assim só este ano.

É bacana que as pessoas tenham uma base clássica, o problema é querer emular uma literatura já muito feita, é muito fácil cair num gótico cafona (se isso não é um pleonasmo).
Eu vejo um certo desprezo pela literatura brasileira contemporânea nesses novos autores, que querem reafirmar suas influências clássicas. E eu entendo total, porque eu também era assim.

Quando eu comecei a publicar, eu não conhecia nada de literatura brasileira contemporânea. Não conhecia os outros que estavam publicando, o Cuenca, o Galera, a Clarah, não era dessa turminha. Eu queria ser associado a Oscar Wilde! Kafka! Thomas Mann!

Felizmente, sem eu ter muita consciência, eu tinha uma carga pop mais contemporânea, não das coisas que eu lia, mas de todo o resto – filmes, videogame, a vida. Então isso ajudou que minha literatura se inserisse melhor naquele contexto, tivesse uma relevância no início dos 2000 (alguns diriam que só mesmo no início dos 2000..).

Só no meu quarto livro, Mastigando Humanos, que eu fui assumir essa carga pop e escrever como um jovem escritor, tentar fazer algo novo...

Então eu vejo muitos jovens escritores que querem escrever como senhores escritores e que acabam fazendo algo que para eles é um desafio, fazer uma literatura clássica, mas que para o meio, para os leitores, para a literatura em si, é algo que já foi exaustivamente feito, refeito, que já é batido, cafona.

Outra coisa que tenho notado muito é a dificuldade em encontrar a voz do personagem. O escritor não quer sacrificar sua própria voz, sua eloquência, seu vocabulário, em nome da voz do personagem. Então faz um personagem adolescente, um personagem criança, e é sempre uma criança prodígio, porque não pode falar como uma criança fala.

(“Todas as crianças são prodígios”, já diria Jesus, ou Michael Jackson.)

Faz parte do talento do autor dar uma voz condizente ao personagem. Se você não quer sacrificar seu vocabulário, sua articulação, então faz em terceira pessoa, ou conta a história da criança a partir do ponto de vista dela já adulta, sei lá.

Mas enfim, essas são algumas das coisas que eu tenho discutido muito com quem eu faço leitura crítica. E também falo muito sobre isso no meu curso Caminhos para a Publicação, que é bom para você entender de fato como funciona a escrita, a publicação e a divulgação de um livro nos dias de hoje. São 400 minutos, 200 reais e está todo gravado lá no site do centro cultural Astrolábio. 

(O textão era só para te pegar no merchan...)

Link:  Caminhos para a Publicação

NOVO LIVRO DA MINHA MÂE

  A escritora Eliza Nazarian lança seu novo livro, Nem Sempre Névoa, uma obra que mergulha nas nuances do tempo e da memória. Com uma prosa ...