Hoje consegui acordar às 7:30 (depois de ir dormir às 3h), fazer oito páginas de tradução e passar o resto da manhã – até agora, hora do almoço – trabalhando no meu livro novo.
Prazer imenso. Ainda mais porque ultimamente está difícil trabalhar nele, tanto por tempo quanto por cabeça. E embora minha literatura seja a atividade que me dá menos dinheiro, é a única que é realmente minha.
E esse romance novo está tão bom... de um humor tão ácido... e tão bonito, que ao mesmo tempo que tenho vontade de publicar, quero escrevê-lo eternamente, conviver eternamente com os personagens – esse é o grande barato de escrever romance – até porque, todos os personagens desse livro são gatinhos... Hahaha. Ok, nem todos gatinhos, mas os personagens feios são ridicularizados até a morte, como aqueles garotos da escola que não fazem parte do time.
Eu nunca fiz parte do time, sempre fui estranhinho, talvez então essa seja minha vingança. Não digo que escrevo para me vingar?
Falando em fazer parte do time, acho que preciso comentar aquele projeto “Amores Expressos”, da Cia das Letras. Isso porque o “No Mínimo” disse que “escritores e editores não falam de outra coisa”, e se eu não falasse ia parecer que sinto uma enorme inveja, elegantemente sufocada.
O que eu sinto é uma inveja razoável, elegantemente dissertada. Haha.
O projeto é o seguinte: 16 escritores foram escolhidos para passar um mês cada um numa cidade diferente do mundo, com tudo pago. De lá, vão tirar inspiração para escrever um romance, a ser publicado pela Cia das Letras, com possibilidade de virar filme.
Criou-se um buxixo pela escolha dos 16 escritores, a maioria iniciantes, alguns inéditos, poucos consagrados. O coro em massa de tantos outros escritores não selecionados é “por que não eu?” – e a resposta óbvia vem ao se constatar que a maioria dos selecionados é de amigos dos dois organizadores, Rodrigo Teixeira e João Paulo Cuenca.
Sinceramente, como é uma escolha editorial, não acho das mais condenáveis. Se eu estivesse selecionando os autores, também escolheria amigas minhas, como Cristiane Lisbôa, Ana Paula Maia e Victoria Saramago. E as escolheria porque, em primeiro lugar, elas são minhas amigas pela boa literatura. Eu as conheci primeiro em texto, e pelo ótimo texto fomos nos aproximando (bem, a Victoria ainda está um pouco distante, mas vamos resolver isso...).
Então não duvido que Teixeira e Cuenca admirem o texto dos autores que escolheram, além de serem seus amigos. E acho que estão certos de ajudarem os amigos em quem apostam, já que escritor é sempre tão fodido.
Quanto ao fato de eu não ter ser sido escolhido, entendo perfeitamente. Nem sei quem é Rodrigo Teixeira. Passei quase um mês com o Cuenca em Parati, e ainda assim não nos tornamos amigos. Tenho simpatia por ele, mas afinidade nenhuma. Gosto do livro dele, mas nem sei se ele leu os meus. Não nos falamos, não nos sentamos em mesa de bar, não acompanho o blog dele.
Ainda assim, se eu fosse escolhido, todos diriam que somos amigos...
Por tudo isso, sinto inveja de quem vai, claro, é uma puta oportunidade (e uma delícia). Mas não sofro. Estou numa ótima fase profissional, sei o espaço que ocupo e trilho meu caminho particular, sem fazer parte de nenhuma panelinha. Até para antologias e eventos literários, raramente sou convidado. Mas tenho quatro romances publicados por grandes editoras, dos quais sinto imenso orgulho. Ampla divulgação na mídia. Um público leitor maravilhoso. Não sofro nenhum tipo de crise criativa. Posso me considerar injustiçado?
Eu queria viajar também... mas preferiria se fosse só eu. Haha.
E repito novamente, e com sinceridade, que não condeno a tática da panelinha para promover bons escritores. Cada um tem suas táticas não-literárias para sobreviver com sua literatura (quem sabe as minhas? Acha que trepei com jornalistas para ter boas críticas? Bem, podemos dizer que alguns com quem NÂO quis trepar me escreveram críticas bem maldosinhas...)
O importante é cada um encontrar seu caminho. Sofri quando criança por não conseguir jogar futebol, mas já na adolescência descobri que meu jogo é outro. E nesse eu ganho medalhas.
Prazer imenso. Ainda mais porque ultimamente está difícil trabalhar nele, tanto por tempo quanto por cabeça. E embora minha literatura seja a atividade que me dá menos dinheiro, é a única que é realmente minha.
E esse romance novo está tão bom... de um humor tão ácido... e tão bonito, que ao mesmo tempo que tenho vontade de publicar, quero escrevê-lo eternamente, conviver eternamente com os personagens – esse é o grande barato de escrever romance – até porque, todos os personagens desse livro são gatinhos... Hahaha. Ok, nem todos gatinhos, mas os personagens feios são ridicularizados até a morte, como aqueles garotos da escola que não fazem parte do time.
Eu nunca fiz parte do time, sempre fui estranhinho, talvez então essa seja minha vingança. Não digo que escrevo para me vingar?
Falando em fazer parte do time, acho que preciso comentar aquele projeto “Amores Expressos”, da Cia das Letras. Isso porque o “No Mínimo” disse que “escritores e editores não falam de outra coisa”, e se eu não falasse ia parecer que sinto uma enorme inveja, elegantemente sufocada.
O que eu sinto é uma inveja razoável, elegantemente dissertada. Haha.
O projeto é o seguinte: 16 escritores foram escolhidos para passar um mês cada um numa cidade diferente do mundo, com tudo pago. De lá, vão tirar inspiração para escrever um romance, a ser publicado pela Cia das Letras, com possibilidade de virar filme.
Criou-se um buxixo pela escolha dos 16 escritores, a maioria iniciantes, alguns inéditos, poucos consagrados. O coro em massa de tantos outros escritores não selecionados é “por que não eu?” – e a resposta óbvia vem ao se constatar que a maioria dos selecionados é de amigos dos dois organizadores, Rodrigo Teixeira e João Paulo Cuenca.
Sinceramente, como é uma escolha editorial, não acho das mais condenáveis. Se eu estivesse selecionando os autores, também escolheria amigas minhas, como Cristiane Lisbôa, Ana Paula Maia e Victoria Saramago. E as escolheria porque, em primeiro lugar, elas são minhas amigas pela boa literatura. Eu as conheci primeiro em texto, e pelo ótimo texto fomos nos aproximando (bem, a Victoria ainda está um pouco distante, mas vamos resolver isso...).
Então não duvido que Teixeira e Cuenca admirem o texto dos autores que escolheram, além de serem seus amigos. E acho que estão certos de ajudarem os amigos em quem apostam, já que escritor é sempre tão fodido.
Quanto ao fato de eu não ter ser sido escolhido, entendo perfeitamente. Nem sei quem é Rodrigo Teixeira. Passei quase um mês com o Cuenca em Parati, e ainda assim não nos tornamos amigos. Tenho simpatia por ele, mas afinidade nenhuma. Gosto do livro dele, mas nem sei se ele leu os meus. Não nos falamos, não nos sentamos em mesa de bar, não acompanho o blog dele.
Ainda assim, se eu fosse escolhido, todos diriam que somos amigos...
Por tudo isso, sinto inveja de quem vai, claro, é uma puta oportunidade (e uma delícia). Mas não sofro. Estou numa ótima fase profissional, sei o espaço que ocupo e trilho meu caminho particular, sem fazer parte de nenhuma panelinha. Até para antologias e eventos literários, raramente sou convidado. Mas tenho quatro romances publicados por grandes editoras, dos quais sinto imenso orgulho. Ampla divulgação na mídia. Um público leitor maravilhoso. Não sofro nenhum tipo de crise criativa. Posso me considerar injustiçado?
Eu queria viajar também... mas preferiria se fosse só eu. Haha.
E repito novamente, e com sinceridade, que não condeno a tática da panelinha para promover bons escritores. Cada um tem suas táticas não-literárias para sobreviver com sua literatura (quem sabe as minhas? Acha que trepei com jornalistas para ter boas críticas? Bem, podemos dizer que alguns com quem NÂO quis trepar me escreveram críticas bem maldosinhas...)
O importante é cada um encontrar seu caminho. Sofri quando criança por não conseguir jogar futebol, mas já na adolescência descobri que meu jogo é outro. E nesse eu ganho medalhas.