29/04/2005

SERRA ELÉTRICA

Hoje tem leitura e lançamento em Santos, 19h, na livraria Realejo:

Av. Marechal Deodoro, 2
Tel: 13 - 3289-4935

Devo ler o trecho de algum livro e um conto com interações pré-gravadas de áudio. Depois, se tiver alguém por lá, bater um papo com o público e assinar "Feriado".

Se você é de Santos, conhece alguém de santos, ou for passar por perto, divulgue, apareça, não me deixe só.

28/04/2005

AMANDO UM GATO MORTO ATÉ MIAR

Ai, que loucura, minhas gavetas mentais estão todas desalinhadas.

Outro dia, o Ismael e o Daniel me falaram quase simultaneamente do Antony & the Johnsons, uma banda novaiorquina. Coisa das mais estranhas. Parece que saiu na capa da Ilustrada. O som é uma mistura de David McAlmont com Nina Simone e Brian Ferry. Letras completamente gays e um visual drag, mas quase todas as músicas são baladas de voz e piano. Eles inclusive musicaram um poema do Poe, "The Lake", e ficou maravilhoso.

Daí baixei umas trinta e poucas músicas pela net, fiquei ouvindo e achei que já tinha ouvido aquilo em algum
lugar. Estava quase certo de que alguém tinha me tocado a música "I Fell in Love with a Dead Boy".

Mas acabei lembrando. Antony aparece cantando rapidamente na abertura de um filme sobre uma travesti, que assisti há uns dois meses. Não sei como lembrei... ou me esqueci. Mas também nem lembro do nome do filme.

Cada vez eu tenho mais isso, fiapos de memórias que ficam presos entre meus dentes, e nem sempre eu consigo tirar. Às vezes até acho que podem ser memórias de outras pessoas, saca? Quero dizer, essa história de vidas passadas é bobagem, mas de repente a gente absorve memórias de outras pessoas. O que você esquece, eu lembro. Um momento perdido para você, é encontrado por mim. Pode ser através da transpiração, de um copo compartilhado, de um beijo, de outros fluidos...

Haha, é sério. Quero dizer, pode ser. Sei lá.

Voltando aos cantores gays. Meu grande herói continua sendo o Rufus. É o que tem as melhores letras, a melhor voz, o melhor piano, e é o mais bonitinho, haha. Também adoro o David McAlmont, que eu conheci pessoalmente em Londres (e tenho foto com ele e com o Butler no meu album do Orkut). McAlmont faz um som mais soul. Tem coisas dele que até poderiam ser hit, se tivessem sido gravadas pelo Hanson, haha.
Outro compositor gay bem interessante, mas que desapareceu, era o Ké. Alguém já ouviu falar dele? Bem estranho, andrógino, som meio folk. Acho que tem um álbum só, lançado em 95, com letras bem deprê. Eu tenho aqui.

Continuando a viadagem, saiu uma matéria de página sobre mim na QUEM desta semana. Sério. A matéria, assinada pelo Guilherme Ravache, é interessante, apesar de focar mais na minha vida do que nos meus livros. Afinal, esse é o foco da revista. Mas... não sei quem começou com essa história, tá todo mundo publicando e preciso corrigir: EU NÃO FUI BARMAN NUM PROSTÍBULO GAY EM LONDRES. Eu fui barman numa boate bacaninha lá - e barman num CLUBE DE SEXO aqui em SP. É bem diferente. Até parece que as pessoas nunca foram num prostíbulo gay para não entender a diferença...

26/04/2005

CÊ TÁ PENSANDO QUE EU SOU LOKI, BICHO?

Estou me tornando um velho hippie. Minha mãe já é uma velha hippie (ai, ela vai ler isso e me matar). Até gravei Joni Mitchell pra ela ficar ouvindo enquanto planta árvores frutíferas em sua casa no meio do mato. Hahaha.

Mas minha "hipiesse" não termina em Joni Mitchell. Agora estou ouvindo o catálogo todo do Arnaldo Baptista, fora o Júpiter Maçã, e outras coisas MPB menos psicodélicas, Marina Lima, Eduardo Dussek...

Como diria o próprio Arnaldo, "não gosto do Alice Cooper, onde é que está meu rock and roll?!!! Eu vou voltar pra cantareira!" Haha.

Fiquei sabendo que o Arnaldo Baptista também é fã de Liszt. Só podia, para tocar piano como ele toca... Meu primo, Eduardo Nazarian, que também é músico e pianista, considera Liszt um "compositor menor". Que seja, eu quero ser um "autor menor "como ele. E isso é o que tenho a dizer para quem torce o nariz para meus exageros. Tem gente que gosta de sorvete de limão, mas eu quero mais marshmallow no meu sundae.

Mas nem ando tão exagerado assim, vai. Até estou escrevendo um conto "hippie" para uma antologia que deve sair no segundo semestre. É um conto baseado num poema do Alphonsus Guimaraens (esse mesmo, lógico). Eu pensei em pegar um poema do Álvares de Azevedo, mas seria ainda mais clichê para mim.

Bem, clipping:

A assessoria da Planeta me avisou que já saiu a resenha no Diário Catarinense, embora eu não tenha conseguido ver. E me passou uma resenha no Jornal do Comércio de Porto Alegre, que eu não tinha visto. Também peguei uma ótima resenha na Carta Capital desta semana, assinada por Miguel Sanches Neto. O único problema é que as duas últimas resenhas (JC e Carta) contam TODA a história do livro, estragam TODO o mistério. Eu não recomendo para quem não leu "Feriado" ainda....

E POR QUE VOCÊ NÃO LEU "FERIADO" AINDA?

Mais um lançamento nesta sexta, em Santos, na Livraria Realejo, 19h. Esse vai ser especial, porque vou fazer minha leitura teste multimídia, com um conto para o qual Diogo de Nazaré fez trilha e eu fiz intervenções vocais. Coisa de artixta, saca?

Ah, já tô com saudades de Porto Alegre... Meu coração ficou por lá...

Peraí que tem um rinoceronte atravessando na minha frente.

Bem, nesta quarta tem OUTRO show do Placebo. Eu vou. Vamos lá. Brian Molko não merece, mas quem sabe assim eu não volte a pintar os olhos para ver as estrelas.

24/04/2005

JET LAG ESPIRITUAL

São Paulo, após dez dias fora.

Senti falta de quase nada. Talvez apenas da função terapêutica de digitar por horas e horas diariamente. Se fora de casa me sinto como um telefone sem fio longe da base, nela me sinto como um telefone ansiosamente esperando uma ligação... para me afastar novamente.

E a ligação em que estive nesses dez dias faz com que eu tenha certeza da minha função no mundo da telefonia. Apesar de já ter sido um celular em roaming...

A Ilha da Magia foi muito boa para mim. Deu sol. Deu praia. Deu trilhas e show do Placebo. O de lá mais animado do que o de Porto Alegre, embora ainda em piloto automático – set list idêntico. Encontrei a Fabbie novamente e ela nos descolou visão privilegiada do camarote. Vi o show lá do alto. Mas como nunca sou 100% VIP, para sair do show e voltar ao hotel tive de esperar horas de madrugada por um ônibus na estrada. Será que ninguém naquela ilha poderia imaginar que o público que lotou o show iria precisar de transporte de volta? Ônibus, lotação, um táxi ao menos? Nada. E o que se viu foi uma massa de gente andando pela estrada até um ponto de ônibus; esperando DUAS HORAS até o primeiro ônibus chegar.

Agora, no conforto do meu lar, parece bem mais divertido.

Floripa é linda, mas é tudo tão longe, para ir a cada canto da ilha é uma viagem. Felizmente eu tive uma ótima companhia. E até arrumei hospedagem na casa de santa Rita, nos meus últimos dias. Isso graças a ter encontrado um vizinho meu aqui de São Paulo no meio da estrada...

Ai, esse texto está ficando esquisito, não está?

Voltei no avião lendo Daniel Galera – "Até o Dia em que o Cão Morreu" – ganhei de presente dele em Porto Alegre. Também levei "O Templo", do Stephen Spender, que ganhei do Donizete Galvão, mas não consegui ler. Tive de fazer uma resenha do livro novo do Mirisola para a Folha. Aliás, foi publicada ontem.

Agora devo colocar em dia meus emails e meu clipping. Nem sei se já saiu alguma coisa nos jornais de Santa Catarina – o livro está vendendo por lá, verifiquei. A próxima viagem é sexta que vem, aqui pertinho. Leitura e lançamento de "Feriado" em... SANTOS. Depois dou mais detalhes.

20/04/2005

CADA EU E CADA TU

Rodoviária de Porto Alegre.

Isso aqui está virando diário de estrada, mas tudo bem, preciso matar tempo enquanto o ônibus não chega e consumir o resto da química que me consome o cérebro.

Show do Placebo ontem em Porto Alegre foi meio insano. A banda mesmo estava um pouco caída, parecia que tocava no piloto automático - não teve nem bis. Brian Molko não deve agüentar mais "Every Me and Every You" e eu fiquei mais no social psicodélico do que assistindo ao show.

Foi bom principalmente para encontrar muita gente que eu não via há tempos, que não foi ao meu lançamento, e com quem eu pude acertar as contas, ainda que de um jeito meio torto. O mais engraçado foi encontrar a Fabbie, minha ex de SP, que estava cobrindo a turnê, e o Ray Z, guitarrista do Lastpain, banda de amigos cuja camiseta eu visto - e vestia literalmente ontem.

Minha missão aqui está cumprida. Até já deixei um "Feriado" de presente para a nova moradora do apartamento do livro - com vista para o Inmetro. Fiquei sabendo que é uma senhora. Será que ela vai ao menos ler minha dedicatória?

Agora sigo pra Floripa. Devo assistir ao show lá também. Vamos ver no que dá.

Vou sentir falta de Porto Alegre, do sanduiche de javali com amora, da Leticia, da Taina e dos amiguinhos queridos. Mas minha vida sempre foi uma eterna nostalgia.

17/04/2005

JACARÉS DE PAREDE NÃO PRECISAM DE MIM

Domingo de noite.

O lançamento de ontem aqui em Porto Alegre foi gostoso, mas ano passado estava bem mais cheio. Percebo que os anos passam e os amigos do tempo em que eu morava aqui vão rareando - muitos talvez foram destruídos por manuais de auto-ajuda. O que importa é que os sobreviventes são bravos, destemidos e sempre estarão prontos para me passar a espada (ops!) nessa cruzada conteudista.

Além disso, no lançamento de ontem teve um bom número de pessoas que eu não conhecia e que apareceram por causa da matéria na Zero Hora. Resenha grande, assinada novamente pelo Luis Augusto Fischer (que já tinha escrito sobre o "Feriado" na Bravo) - e mais uma vez foi excelente. Saiu também um release no "O Sul".

O mais engraçado foi encontrar uma antiga chefe minha, depois do lançamento, no aniversário da Letícia; ela se desculpar por não ter comparecido ao meu evento e entregar de presente para a Letícia um livro chamado "O Monge e o Malabarista", "O Bêbado e o Equilibrista" ou algo tosco assim, gravado pela Maria Rita nos anos 70, haha. Definitivamente literatura de auto-destruição. Vocês vêem em que mãos está o poder...

"O duelo de DJs" com o Jaspion, no Garagem Hermética, também foi divertido. Mas eu estava bem cansado, com aquele outfit de lançamento (camisa, gravata) - uma caipirinha de caju me derrubou - e não tive pique para tocar muita coisa. Foi uma pequena prévia do que vou tocar em maio na Loca, em SP.

Fico aqui até quarta, depois sigo para Floripa. Por aqui só preciso terminar de ler um livro para resenhar para a Folha e assistir ao show do Placebo.

Estou sem muita energia - definitivamente um telefone sem fio longe da base - mas é bom viver novas vidas por alguns dias. Ou viver novas mortes, ou morrer novamente, ou suspender um pouco a vida de sempre, ou perder o fôlego.

E deixar as lagartixas se reproduzirem em paz no meu apartamento.

15/04/2005

OLHOU PELA JANELA E SÓ VIU O INVERNO

Porto Alegre. Cheguei ontem e já fui contaminado pela melancolia, nostalgia, melancolia, nostalgia. Ao menos é melhor do que a tensão em que eu estava nos últimos dias. Aqui faz frio, o céu está azul e me faz ter saudades de uma vida que eu não vivi (mas da qual pude experimentar pequenos pedaços cortados no prato de outros.)

Quem tem tanta pressa, como eu, só pode mesmo se alimentar de pé, em fastfoods...

Mas hoje tive um almoço maravilhoso com a Letícia - ela, que está me hospedando - no Baalbek. Ontem também pude assistir na casa dela ao DVD "Want Two" do Rufus Wainwright. Que coisa...

Então vamos a agenda:

Daqui a pouco dou uma entrevista na rádio gaúcha, às 16h. E às 18:30 na Rádio Ipanema.

Amanhã tem o lançamento, às 17h, no Botequim das Letras, em frente ao shopping Moinhos. Vai até umas 21h, 22h. Depois tenho uma discotecagem marcada na festa Noisy, do lendário Garagem Hermética. Começa naquele horário, lá pelas 23h. Devo tocar a "família Suede" toda: McAlmont & Butler, The Tears, Bernard Butler, além do próprio Suede e Bowie, Pulp, Verve...

Estou numa Lan House, então desculpem a pressa e os emails não respondidos.

13/04/2005

LOIRICE ASSASSINA

Bizarrice! Bizarrice!

Tenho um pesadelo recorrente que mostra como minha experiência universitária foi traumática. Sempre sonho que tenho de entregar algum trabalho, fazer alguma prova, assistir alguma aula, e acabo chegando na última hora.

Acho que não pode existir nada mais contrário à minha natureza do que o sistema de ensino tradicional. Por isso fico feliz de ter conseguido ir até o fim e pegar um diploma (por mais que esse diploma não valha porra nenhuma).

Mas então, no sonho de ontem eu também estava nessa. Tinha de apresentar um trabalho de grupo sobre a.... XUXA, ou sobre o que cada faixa etária busca na rainha dos baixinhos. (Haha, ok, sei que é imbecil, mas está bem no nível dos trabalhos que os alunos têm de fazer nas faculdades de comunicação.)

Muito bem, meu grupo não conseguia chegar num consenso e não queria ouvir minhas idéias. Então eu os tranquei do lado de fora da classe e comecei a apresentar o trabalho sozinho...

A idéia era a seguinte: eu interpretava as crianças de diferentes faixas etárias, e chamava crianças de diferentes faixas etárias para interpretar a Xuxa. Quero dizer, quando eu estava interpretando uma criança de nove anos, chamava uma criança de nove anos para interpretar a Xuxa. Isso garantiria não só que a platéia identificasse mais rapidamente a qual fase eu me refiria, como também conquistava a simpatia geral, pela participação dos pimpolhos.

Foi tudo improvisado. Eu aproveitei que já havia crianças na sala, por causa do trabalho de um outro grupo. E eu ainda pegava uns instrumentos de laboratório para dar como brinde, haha.

Agora, a conclusão do trabalho eu não sei, acordei antes...

(Pelo menos foi melhor do que sonhar que eu comia kibe cru de gente...)

Amanhã vou para Porto Alegre. Faço o lançamento lá no sábado. Vai aí:

Lançamento de Feriado de Mim Mesmo/RS – Botequim das Letras: 16/04, 17h, Rua Félix da Cunha 1143 (pertinho de onde eu morava, o apartamento descrito no livro).

Quem for de Porto Alegre, ou tiver amigos/parentes por lá, avise. O Botequim é um lugar gostoso, informal, onde dá para sentar, beber, bater papo, folhear livros. Fiz o lançamento da "Morte" lá no ano passado e foi bem legal.

Saio de Porto Alegre dia 20 e vou pra Floripa. Lá não vai rolar lançamento, só uma divulgação básica. Vou aproveitar também o Feriado para curtir um feriado. E acompanhar a turnê do Placebo.

Mas tenho um certo medo de Floripa. Na primeira vez que fui lá, era inverno e a cidade estava vazia. Vieram dois trombadinhas me assaltar, e como eles não tinham canivete nem nada, saí na mão com eles. Acabaram não levando nada, mas eu me quebrei todo, inclusive dente.

Se eu não postar nada nos próximos dias, é porque eu morri.

12/04/2005

VITÓRIA DO INDIVÍDUO

Hoje fui ver “O Clã das Adagas Voadoras”, do Zhang Yimou, mesmo diretor de “Herói”, que também está em cartaz. É uma belezinha. Quero dizer, a fotografia não é tão bonita como a de “Herói”, mas o casal protagonista...

E o engraçado é que os dois filmes tem posições “políticas” praticamente opostas. Enquanto “Herói” é um filme engajado, no qual se luta pela paz de um povo, “O Clã” é um filme romântico, em que se luta por um bem individual (ou de um casal... e que casal!). “Herói” tem todo aquele falatório de que “só o amor constrói”. Já no “Clã”, o discurso é “só o amor destrói”, haha. Ou “each man kills the things he loves”.

As lutas do “Clã” são maravilhosas, embora não tenham todo aquele exagero do “Herói”. No final, acho que acabei gostando mais do “Clã” mesmo... principalmente pelo casal. Fora que a filosofia desse parece menos panfletária, mais verdadeira (embora não menos senso comum). Os personagens descobrem sua individualidade através do amor, e por isso desistem de se sacrificar pelo país. É a vitória do individualismo, como eu poderia não gostar?

Fora que o casal...

Falando em vitória do indivíduo, saiu hoje uma resenha bem simpática e bem escrita sobre o “Feriado” no Mix Brasil. Dá pra ler aqui:

http://mixbrasil.uol.com.br/cultura/hlancam.asp

Tenho recebido emails muito legais de leitores falando sobre o livro, fico feliz. Com certeza é minha obra que está mais repercutindo, e bem rápido. Mas considero que isso seja conseqüência de todo o trabalho anterior, do meu nome estar ficando mais conhecido, de terem saído tantas críticas boas sobre “A Morte”. Fora que eu acho que “Feriado”, ao contrário do que Marçal disse na Folha, provavelmente é meu livro mais fácil, e não menos denso por isso. Ë o favorito da minha mãe (que não gosta de “Olívio”), da minha assessora de imprensa, de amigos queridos como o Ismael...

O trabalho em cima dele está intenso. Tive de fazer novas fotos de divulgação este final de semana, a pedido da Editora, porque a do livro já desgastou. Esta semana viajo para o lançamento no sul. E já está marcado uma leitura seguida de lançamento em Santos.

Dia 29/04 –19h, na Livraria Realejo.

Estou preparando algo muito especial. Uma leitura interativa com áudio pré-gravado, com ajuda de meu amigo Diogo de Nazaré. Se funcionar em Santos, levarei para outros lugares em breve.

09/04/2005

QUEREM ACABAR COMIGO, ROBERTO

Ai, ai... que dor.

Saiu hoje resenha na Folha de São Paulo. Não é positiva. Tem alguns pontos legais, dá até para extrair um trecho "benéfico" para minha página do "Feriado" (se é esse o jogo), mas, no geral, a resenha afunda o livro. O que ferra são aquelas duas estrelas no final, que resumem tudo.

Quem assina é Marçal Aquino, que eu conheço pessoalmente - inclusive somos representados pela mesma agente internacionalmente. Não é uma crítica maldosa, apesar de certo tom "jocoso" com os problemas de revisão do livro. Ironicamente, ele coloca o final do livro como o ponto alto: "Quem persistir, será recompensado: em seu terço final, a novela ganha outra dimensão e vigor inesperado, revelando sua verdadeira natureza. Um thriller claustrofóbico."

Bem, é isso. Não dá para ser unânime. Dói mais por ser a primeira. Sim, essa é a PRIMEIRA crítica negativa que recebo de um livro meu. Não que os anteriores fossem perfeitos, mas quem não gostava não devia sentir necessidade de criticar um autor iniciante. Agora acabou a mamata.

Para completar, "O Globo" publicou uma matéria quase de página inteira sobre mim. É, sobre mim, não há resenha do "Feriado", eles apenas contam ligeiramente a história. Quem assina é Eduardo Simões, que fez uma longa entrevista comigo por telefone. Ele foi bem preciso em condensar tudo o que eu disse na matéria. Mas, no final das contas, acaba vendendo mais o personagem "Santiago Nazarian" do que o livro. Fora que a foto ficou esquisitíssima...

Mas tá valendo. Ele foi querido.

Vou tentar esquecer de tudo comendo gelatina. Ou lembrar de uma festa em que fui ontem, depois do lançamento do CD do Lastpain, na qual um coelho (é, coelho), ficou pulando entre as pessoas na pista e subindo no meu colo. Acho que ele pensava que era um gato. A esquizofrenia chegou aos animais.

08/04/2005

SEDE É SODA!

Hoje saiu uma ótima resenha do Márcio Rodrigo sobre o "Feriado" no Gazeta Mercantil. Já tem um trechinho aí na página do "Feriado".

Bastante leitores estão me escrevendo, e fico feliz. Sempre respondo. Só acho meio estranho quando o povo escreve só para dizer que leu sobre meu livro no jornal. Daí eu nem tenho o que responder. Pô, a matéria deveria incitar o cara a procurar o livro, não a procurar meu email, haha. Podem roubar na livraria, podem pegar emprestado com alguém, podem ler numa biblioteca, depois me digam. Mas não dá para escrever para um escritor porque "gostou da foto dele no jornal".

É a vitória do Photoshop!

Hoje tem show de lançamento do novo cd do Lastpain, banda (de glamrock) do meu grande amigo Nicolas Graves. A festa é fechada, então nem adianta dar o endereço. Mas é só para vocês saberem que o cd, "Craving", já está a venda. Eu participo de uma das faixas, "Drama Queen", com letras e vocal (spoken word em inglês). Vocês podem ter mais informações, e inclusive baixar "Drama Queen", no site deles:

www.lastpain.com.br

Metal! Metal!

Agora vou ser feliz em bossa nova.

07/04/2005

ORELHAS PONTUDAS

"Talvez o maior desafio dos novos prosadores seja realmente contar uma história com começo, meio e fim. Pode parecer uma estrutura convencional, mas é um talento que, ao meu ver, está se perdendo. Por isso procurei escrever um livro absolutamente linear. E fiquei bem contente com o resultado."

Trecho de uma entrevista bem interessante que Carlos Minehira, do site República do Livro, fez comigo. Vocês podem ler na íntegra no:

http://www.republicadolivro.com.br/info.php?not=622&oque=2&cd_editora=0

Saiu hoje também uma matéria de capa do Caderno C, do Correio Popular, de Campinas, sobre "Feriado de Mim Mesmo". A matéria é excelente, assinada por João Nunes. E quem me mandou foi o escritor J. Toledo, autor do "Dicionário de Suicidas Ilustres". Depois coloco um trechinho aí na página do "Feriado".

E esta semana entreguei para a Editora Globo a orelha e o press release que me encomendaram para o livro "Crônicas Marcianas", do Ray Bradbury, que será publicado por eles em breve. O livro é um clássico da ficção científica, escrito nos anos quarenta, e tem uma lógica peculiar. Não há nada de homenzinhos verdes e pistolas laser, é um livro de crônicas cotidianas da vida em marte. Coisas como brigas de casais marcianos, a colonização humana por lá, jardinheiros que plantam árvores para "trazer mais oxigênio a atmosfera rarefeita de Marte" Uma coisa assim, meio "Sci-fi Lullabies".

Estou me especializando em textos de orelhas. Já fiz os dos meus três romances, a do livro da minha mãe e agora esse, sob encomenda. Uma coisa que eu odeio é essas orelhas assinadas "cabeça", em que o cara quer mostrar como fez uma análise profunda da obra. Isso não é papel de orelha, isso é papel de prefácio. Orelha tem de ter um texto curto, que dá uma idéia geral do livro, pro cara que está na livraria, fuçando Sidney Sheldon e Maitena, ficar interessado.

Por isso não deixo ninguém botar o dedo nas minhas orelhas.

O texto de orelha desse livro "marciano" eu não posso colocar aqui. Mas logo vocês verão nas livrarias. O prefácio é do Donizete Galvão.

Interessante é sentir esses diferentes tipos de leitura que estou tendo de fazer. Quando se escreve uma resenha, é preciso ver o texto com um olhar analítico. Quando se faz uma tradução, deve-se ler o texto com os olhos do autor, mas num outro código. Quando se faz uma orelha ou press release, é preciso ler o texto com um olhar quase publicitário.

Mas como acompanhar o fôlego da minha própria escrita, quando meus dedos insistem em criar olhos de peixe?

05/04/2005

FECHA, SENÃO EU COMO

Ops, ontem dei uma entrevista na Rádio Eldorado. Mas não deu tempo de avisar. Foi legal, falei bastante sobre o livro novo. Mas o mais peculiar foi que eu estava com soluços...

Emílio Fraia me mandou um email com uma resenha do "Feriado" que iria sair na Trip e agora acho que sai na TPM. É uma resenha bem positiva, apesar de criticar o final.

Muita gente tem reclamado do final. Outros têm adorado. Com certeza é um final inesperado, que satisfaz uns e decepciona outros. Alguns me questionam até se o final deveria ser explicado, se o melhor não era mesmo deixar a trama em aberto. Mas isso eu já fiz demais nos meus outros livros. Essa era a hora de fechar tudo, bem fechadinho. Então, para quem não leu o livro ou ainda não terminou, é bom saber: no final, todo o mistério se explica.

No roteiro que fiz para o filme da Eliane Caffé, o final é igual, igualzinho. Eliane gostou, mas talvez ainda mexamos nisso. O que importa é que eu estou bem satisfeito com o resultado. E sou eu que vou ter de responder por esse livro por um bom tempo (talvez a vida inteira...).

Ai, tô com soluço ainda. Já fiquei 5 dias seguidos assim...

Comprei umas coisinhas interessantes, este final de semana, numa loja de cds usados. Aquele cd novo do Arnaldo Baptista (falecido Mutantes). Bem bizarro, quase demente, o que pode ser visto como genial. Tem algumas coisas interessantes, muitas esquisitas, poucas lindíssimas. Ele toca piano muito bem. E a produção do John (Pato Fu) coloca tudo nos eixos. Ou ao menos parece que a loucura é proposital...

Outro que eu comprei é Marina Lima ao vivo "Sissi na Sua". Ótimo, da fase em que ela já não tem mais voz. Na verdade, ela nunca teve, mas acreditava. Depois que parou de acreditar, começou a sussurrar as letras e deixou as melodias a cargo dos backings e dos teclados, tudo melhorou. Eu só gosto mesmo da Marina assim, depois da queda.

Ai, soluço.

E comprei um cd de jazz da Cindy Lauper (!!!). O mundo seria um lugar melhor se ela tivesse ganho a batalha contra a Madonna nos anos 80. Esse cd novo é quase enganação, essa coisa que todo mundo faz hoje, de regravar canções tradicionais, como fizeram o Rod Stewart e o Caetano, pra conquistar o povo da terceira idade. Mas a voz da Cindy é sensacional. E a versão dela para "Don’t Let Me Be Misunderstood" já vale o cd.

Comprei também o CD novo dos Hanson. Haha, verdade, é uma graça. Gosto bastante dos outros. (mmmmmbop). Até fui num show deles em Porto Alegre. Pô, só porque eles são brotinhos não quer dizer que são uma boy band. Eles tocam. E cantam. E compõem. E fazem meu coração suspirar...

Ai, tô com soluço ainda.

E para completar a tosquice, aluguei no final de semana "Castle Freak", filme de 1995 do Stuart Gordon (Re-animator). Só o nome já mostra a bizarrice que é. Um cara herda um castelo na Itália (tá... hahah) e se muda pra lá com a família. Só que na masmorra do castelo vive um ser bizarro, que está aprisionado lá há anos, se alimentando do que passa pela frente, inclusive partes do próprio corpo (é, essa parte inclusive!). Claro que o bicho consegue fugir e vai comendo todos que vê pela frente. Tem cenas bem violentas de canibalismo explícito. Carlão Reichenbach deve adorar.

Mas não me deu susto o suficiente para passar o meu soluço. Vou cuidar disso agora.

01/04/2005

OLHO GORDO E VASOS DILATADOS

Ohhhhhhhhhh, que fofo, hoje é meu último dia de freela na Abril. E o pessoal aqui fez uma vaquinha pra me comprar um ferro de passar roupa, haha.

Já estou com outro freela na Editora Globo, para fazer a orelha e o press release de um livro "clássico". Também recebi hoje a grana da edição portuguesa de "A Morte Sem Nome" (será que é primeiro de abril?), então não posso reclamar de falta de grana. Mas já estou correndo atrás de outros freelas, porque não tenho fixo mensal...

Sal grosso. Sal grosso. Arruda. Arruda.

Amanhã, 14:15, vou dar uma entrevista ao vivo na CBN (nacional). Deve ser rapidinho. (Obs: entrevista adiada, por causa da morte do Papa)

Estou com uma dor-de-cabeça desde ontem. Será que é stress, macumba ou tumor?

NESTE SÁBADO!