28/04/2005

AMANDO UM GATO MORTO ATÉ MIAR

Ai, que loucura, minhas gavetas mentais estão todas desalinhadas.

Outro dia, o Ismael e o Daniel me falaram quase simultaneamente do Antony & the Johnsons, uma banda novaiorquina. Coisa das mais estranhas. Parece que saiu na capa da Ilustrada. O som é uma mistura de David McAlmont com Nina Simone e Brian Ferry. Letras completamente gays e um visual drag, mas quase todas as músicas são baladas de voz e piano. Eles inclusive musicaram um poema do Poe, "The Lake", e ficou maravilhoso.

Daí baixei umas trinta e poucas músicas pela net, fiquei ouvindo e achei que já tinha ouvido aquilo em algum
lugar. Estava quase certo de que alguém tinha me tocado a música "I Fell in Love with a Dead Boy".

Mas acabei lembrando. Antony aparece cantando rapidamente na abertura de um filme sobre uma travesti, que assisti há uns dois meses. Não sei como lembrei... ou me esqueci. Mas também nem lembro do nome do filme.

Cada vez eu tenho mais isso, fiapos de memórias que ficam presos entre meus dentes, e nem sempre eu consigo tirar. Às vezes até acho que podem ser memórias de outras pessoas, saca? Quero dizer, essa história de vidas passadas é bobagem, mas de repente a gente absorve memórias de outras pessoas. O que você esquece, eu lembro. Um momento perdido para você, é encontrado por mim. Pode ser através da transpiração, de um copo compartilhado, de um beijo, de outros fluidos...

Haha, é sério. Quero dizer, pode ser. Sei lá.

Voltando aos cantores gays. Meu grande herói continua sendo o Rufus. É o que tem as melhores letras, a melhor voz, o melhor piano, e é o mais bonitinho, haha. Também adoro o David McAlmont, que eu conheci pessoalmente em Londres (e tenho foto com ele e com o Butler no meu album do Orkut). McAlmont faz um som mais soul. Tem coisas dele que até poderiam ser hit, se tivessem sido gravadas pelo Hanson, haha.
Outro compositor gay bem interessante, mas que desapareceu, era o Ké. Alguém já ouviu falar dele? Bem estranho, andrógino, som meio folk. Acho que tem um álbum só, lançado em 95, com letras bem deprê. Eu tenho aqui.

Continuando a viadagem, saiu uma matéria de página sobre mim na QUEM desta semana. Sério. A matéria, assinada pelo Guilherme Ravache, é interessante, apesar de focar mais na minha vida do que nos meus livros. Afinal, esse é o foco da revista. Mas... não sei quem começou com essa história, tá todo mundo publicando e preciso corrigir: EU NÃO FUI BARMAN NUM PROSTÍBULO GAY EM LONDRES. Eu fui barman numa boate bacaninha lá - e barman num CLUBE DE SEXO aqui em SP. É bem diferente. Até parece que as pessoas nunca foram num prostíbulo gay para não entender a diferença...

NESTE SÁBADO!