("Freddy Cookies" – migalhas e ketchup sobre prato – Santiago Nazarian)
Pois nem só de migalhas sobrevive minha arte. Comprei hoje um livro báaaaarbaro de posteres de filmes de terror. Tem desde os Nosferatus até as Samaras. Artes das mais intensas. Tudo isso por pouco mais de cinqüenta reais. Pois então, é bom viver na metrópole. Ou então, é bom na metrópole e saber onde procurar. Ah, na Fnac tem.. haha.
Falando em livros e terrores, sábado passado arrastei o jabutado Marcelino Freire para assistir "Silent Hill". Não negue, querido, é de lá que você tira toda sua inspiração. Haha. Brincadeira, ele bem que reclamou, mas eu não achei assim, tão mal. Quando os atores (?) ficam de boa fechada, até que é bom (veja só, nem todos os prazeres são orais...). Visualmente falando, o filme é um primor. Impressionante até. Tem aquele clima de pesadelo, aquela falta de sentido, que faz falta nos filmes de horror. O problema é quando eles abrem a boca. Sempre quando querem explicar...
Se nos dão migalhas, que engulam em seco..
"Silent Hill" é videogame de primeira. Quisera eu ter um Playstation aqui para exercitar. Lembro que passei altas madrugadas com adolescentes sulistas (ui!) vibrando no joystick (ui!). "Silent Hill" era videogame de primeira. E o filme reproduz muito bem a atmosfera do jogo, os jogos psicodélicos de câmera, enfim, é o videogame ensinando algo ao cinema. Eu seria audacioso dizendo que isso é um começo?
Daniel Galera falou comigo uma vez sobre isso, sobre como o videogame é a única forma de arte interativa que deu certo. Concordo. Principalmente ao se ver um filme como "Silent Hill", onde tudo o que há de melhor foi tirado do jogo, e o jogo dá de dez no filme. Videogame é uma forma de arte? Poderia ser... se os japoneses não estivessem no comando... Afinal, eu sei bem como os japoneses operam, já operei vários joysticks deles...
Hahaha. Dei tilt aqui, espere.
Bem, falando nisso, fui "assistir" também mais uma mostra de arte cybernética interativa e o caralho no Itaú Cultural. Eles são especialistas nisso. Sempre com mostras "clicáveis". Bem, nesta que está em cartaz, tem algumas coisas interessantes, especialmente uma máquina de escrever "William Burroughs". É uma máquina em que você digita e aparecem bichinhos, aranhinhas ou algo do tipo, sobre o papel. E quanto mais você digita, mais bichos aparecem. E se você tenta mudar de linha, os bichos começam a comer as letras. Paranóia total. Naked Lunch. Isso sim, é arte-interativa. Mas quem se alimenta de migalhas, não se importaria... Então que se foda.
Ai, ai, que agressividade...
Termino dizendo que me solidarizo com Regina Duarte.