29/11/2006
Hum, não tenho foto para colocar, você vai ficar magoado>
Na verdade, não tenho nem ponto de interrogação, como pode ver aí em cima, mal tenho acentos e assento aqui numa Lan House, plugando meu laptop. Meu não, que meus computadores são sujinhos mas sempre têm todos os caracteres (sou eu mesmo que os negligencio, de vez em quando...). Mas o laptop que me enviaram é assim, meio enigmático sem interrogações...
Neste momento estou em Capivari, mas passei o dia hoje em Rafard. Que cidade fenomenal. Parece cidade fantasma. Como é perto de outras maiores, todo mundo passa o dia fora, trabalha, estuda, se diverte, mas ainda sobram uns aposentados, um velho cinema desativado (e em ruínas), uma cara de cidadezinha desocupada. Linda. Rafard tem 8 mil habitantes. E tem muita cidadezinha pequena que tem apenas cara de periferia. Essa não, é repleta de árvores, cobras, chupacabras e sacis-pererês, então me dá mais do que inspiração. Melancólica. Bucólica. Insólita. Etérea. (hum, isso tá com cara de letra de banda elektro...)
Visitei a biblioteca da cidade também. Imaginem só, uma micro-biblioteca numa cidade de 8 mil habitantes e tinha praticamente as obras completas de... Não, não eram as minhas, ainda (prometi a eles que vou mandar, e vou mesmo, imagina, que delícia, chegar em livro nesses lugares), é algo PIOR, ou melhor. MELHOR, no mau sentido. Ou no bom. SADE. Eles têm as obras completas do Marquês de Sade lá. Esquisito, não é> Ah, tinha a Márcia Denser também. Deve ter algum degenerado na cidade que faz essas diações...
Eu costumo dizer que o que forma o cenário das cidades são as pessoas. Mas não é bem verdade, talvez seja só para justificar eu não fotografar paisagens (bem, não fotografo mais nada, afinal). O que talvez eu sinta é que se apaixonar por uma cidade tem muito a ver com se apaixonar por alguém. Nem precisa ser alguém concreto, mas uma possibilidade. Além daquela porta, na rua de cima, por trás de qual janela aparecerá aquele que poderei chamar de amor>
Ah... hahah. Não levem a sério, nem interrogação eu tenho. Não me faço mais essa pergunta. Já encontrei o amor, dentro do açucareiro...
... e as formigas comeram tudo.
Bem, mas aqui quem cantam as cigarras, cigarras. E elas me gritam: TRABALHAR!
Beijos.
23/11/2006
(Legenda: "O gordo boiava na superfície, comia yakissoba e admirava a vista quando o jacaré se preparava para saltar sobre ele..".)
Amanhã viajo pro norte de SP e sul de Minas para pesquisa do argumento de um longa que estou escrevendo. Fico uns dez dias. Sempre que começam essas viagens me sinto meio melancólico, mas como dessa vez vai uma equipe comigo, acho que não vou poder aproveitar a melancolia ao máximo ligando meu discman e vendo novos cenários com a trilha de sempre: Bowie no mar. Suede na serra. Suede no mar. Marina em Ipanema. Marina na serra. Suede no mar...
Tenho escrito umas coisas de mar também. Sim. Cinema tem sido mais rural. Literatura mais litorânea. Será que abandonei de vez meu urbanismo? Oh, passe asfalto sobre mim, passe com o rolo compressor, haha. Me cimente em concreto antes que eu afunde no pixe. Cubra a terra molhada, antes que eu possa germinar...
Isso é Lorena ou outro Plágio de Mim Mesmo?
Hum, bom que hoje rio de minhas antigas tragédias...
Depois da entrevista no Jô esta semana, veio mais uma avalanche de emails e scraps. E vários perguntando onde se compra meus livros. Eu digo: LIVRARIA. É uma loja onde costuma se vender livros. As que são realmente do ramo, aceitam encomendas. Mas existem também as virtuais, de internet, que entregam em casa. Nessas, você certamente achará meus livros. Os três mais recentes, provavelmente. São de editoras grandes. O primeiro é mais difícil. Eu tenho, mas não estou mais vendendo. Pelo menos por um tempo...
E as traduções continuam. Ao menos no final do ano, engatou. Uma atrás da outra e várias ao mesmo tempo. Vou poder fazer gluglu neste Natal. Mas queria comprar um pônei. E um Playstation Três. E um blackberry da Hello Kit. E um dragão de controle remoto. ALIÁS, outro dia vi um dragão de controle remoto. O que é isso, gente, um DRAGÃO DE CONTROLE REMOTO!!! Depois eu digo que as crianças (ricas) de hoje em dia são mais felizes. Estou quase fazendo um filho (homem) só pra poder comprar um dragão de controle remoto. Mas vai que ele prefere um pônei, um blacberry da Hello Kit ou uma casa de praia da Barbie...
[Considerando que minha última namorada (fêmea) queria que nosso filho chamasse Dominique...]
Bem, o "Le Kitsch C’est Chic" da semana que vem é com a sensacional banda Jumbo Elektro. Tatá Aeroplano e Gunter Richard Sarfert conversaram comigo e botaram coisas bossíssimas (bossíssimas) para tocar. Terça, 18h no www.mixbrasil.com.br/radiomixbr (com reprise terça, 23h).
Então tchau, beijinhos, vou fazer as malas. (Vê como eu sou chato por Internet? Por isso é muito melhor me ler em papel do que esperar meus scraps...)
20/11/2006
(minha entrevista do ano passado no Jô, em foto de Ray Güde Mertin)
Amanhã, terça, no meu programa de webrádio -"Le Kitsch C’est Chic" - tem entrevista com o Rodrigo Faour, que fez a biografia do Cauby e acaba de lançar "A História Sexual da MPB". Naquele horário, naquela URL (18h e 23 no www.mixbrasil.com.br/radiomixbr )
Sábado fui assistir a Denise Stoklos fazendo "Mary Stuart". Como eu amo essa mulher (a Denise, não a Mary). Ela faz em teatro muito do que eu quero fazer em literatura. Essa arte do excesso e do minimalismo, de desafiar os limites, de sublinhar o essencial, da estética descompromissada. Quando eu crescer, quero ser que nem ela. Então deixei de presente para ela um "A Morte Sem Nome", edição portuguesa. Eu não poderia pensar em pessoa mais perfeita para entregar isso.
Hoje gravei novamente o Programa do Jô. Vai ao ar hoje mesmo! Então provavelmente você está lendo isso
depois de ver o programa. AGORA COMPRE O LIVRO! MASTIGANDO HUMANOS. Hehehe. Você vai se divertir, tenho certeza, confie em mim, é só 25 pila, fácil de achar, compre o livro. DEPOIS, você pode me mandar um email bem carinhoso. Mas compre o livro antes.
Para quem não viu o programa, foi legal. O outro foi mais divertido, mas esse foi bem mais focado no livro, que é o que importa. Cristiane Lisboa e Marco Túlio foram comigo. Marco Túlio apareceu. O chato é que provavelmente vai passar na alta madrugada, considerando o tempo que Suzana Vieira ocupou em dois blocos...
(Para quem quiser conhecer melhoro trabalho do Marco Túlio, ilustrador: fotolog.net/myfriendgoo )
E esqueci de avisar. Ontem discotequei na festa "Rebel", do Fabiano Liporoni. Para ser bem sincero, não tenho mais nenhum tesão de discotecar. O tipo de música que eu mais escuto hoje, toco no meu programa de rádio. Rock e música eletrônica para mim estão ainda estacionados em 2002, não tenho me atualizado muito. Então não tenho mais aquele pique de mostrar coisas novas, de botar a pista para dançar com últimos hits. E as antigas que eu queria tocar, já toquei.
De qualquer forma, é uma festa legal para a petizada. Tinha um povinho interessante. E eu toquei o de sempre (daqui de casa): Suede, Strokes, Stone Roses, Gary Gliter, Marilyn Manson, Cascaveletes...
Se querem mudanças, mudei. Mudei radicalmente, até. Substancialmente, eu diria. Irreversivelmente. Comprei um celular. O PRIMEIRO. Sim, o PRIMEIRO celular que tive na vida. Resisti bravamente por todos esses anos. Cheguei até a trabalhar dois anos com a Telefônica Celular no Rio Grande do Sul. Fiz conteúdo para a Vivo, mas eu mesmo nunca tive um aparelho. Achava chique – hehe. Achava exótico, não ter. Mas já estava virando palhaçada. Principalmente pela Telefônica sempre boicotar minha linha fixa.
Então aqui estou eu, com meu aparelhinho microscópico, pretinho da Nokia. Claro, tinha de dar dinheiro aos meninos carentes da Finlândia...
Mas não vou te dar o meu número não. Email é mais higiênico.
Esta semana viajo para o interiorrrrrr, para pesquisa de argumento de um longa. O trabalho anda puxado, mas ainda consigo dar umas pitadas diárias no meu "próximo romance". Sem pressa. Está sendo tão gostoso. Acho que vai ficar tão bom. Gosto tanto desse processo de escrever novos livros, que se eu conseguir manter o ritmo lento e constante, para mim é melhor. Você sabe, não quero uma ejaculação prematura.
16/11/2006
Antes de mais nada, segunda agora, dia 20, gravo nova entrevista no Programa do Jô. Disseram que provavelmente vai ao ar na segunda mesmo, então já aviso aqui. Se confirmarem outra data, aviso novamente.
Final de ano está uma correria absurda. Não tanto pela vida de escritor, porque essa chega no máximo a passos de jabuti (I wish, hohoho), mas pelo programa de rádio, mil traduções (algumas com prazos surreais), o argumento de um longa metragem e ainda artigos. Parece que chegaram de uma vez os trabalhos que não tive o ano inteiro. Estou sendo obrigado até a acordar antes das 9h da manhã, vejam só. Madrugada para mim. Mas antes das 3 não dá mesmo pra eu dormir...
Melhor assim. Ao menos termino o ano recheado, porque 2006 foi bem pesado: violência, desgraça e esforço.
Esta semana consegui dar umas breves escapadas para ver alguns filmes do Festival Mix Brasil. Sabendo evitar as produções "gay São Francisco", dá para garimpar belos, belos filmes. Fiquei bem surpreso com algumas coisas que vi este ano, em especial um filme Sueco/Finlandês chamado "Pop Music" - sobre a descoberta do rock (apesar do título) numa pequena comunidade religiosa escandinava - e o curta "Bugcrush", que vai provocar arrepios na minha mente por um bom tempo...
O "Le Kitsch C'est Chic" da próxima semana é com o Rodrigo Faour, jornalista especializado em MPB que escreveu a biografia do Cauby e agora está lançando o excelente "A História Sexual da MPB", livro obrigatório, que analisa a evolução da música brasileira (não só MPB, mas rock nacional, funk, etc) através do prisma sexual. Além de todas as curiosidades, o livro tem dezenas de fotos coloridas de capas de disco, muitas divertidíssimas, coisa para colecionador mesmo.
A entrevista com o Rodrigo vai ao ar naquele horário, 18h e 23h terça, no www.mixbrasil.com.br/radiomixbr
E ontem de noite me afundei no jacaré. Meu querido amigo Marcos Augustinas, que organizou com o Pazetto meu coquetel de lançamento aqui em São Paulo, recebeu remessas tardias da carne do bicho. O resultado foi um coquetel íntimo para seus amigos, com jacaré empanado, jacaré desfiado, torradinhas de jacaré. Agora sim posso dizer que me esbaldei. E sinceramente posso dizer que é minha carne favorita. Eu já adoro frango, e o jacaré é um frango mais leve, indo para o peixe. Se eu pudesse, comia isso todo dia.
Mas minha situação financeira também não está para tanto...
Para terminar, amanhã, sexta, vou estar de manhã USP, numa palestra para os alunos de Letras. Não é que esse jacaré chegou mesmo ao meio acadêmico?
13/11/2006
Cíntia Moscovich e eu nos divertimos às pampas nos pampas de Porto Alegre. Debate divertidíssimo na Feira do Livro. E você diz que esses eventos são chatos? Pois bem, o público era formado basicamente por velhinhas. Estranho. Velhinhas. Será que era o público da Cíntia? Ou o povo dos livros em geral? Cadê meus leitores emos? Hehe. Depois, nos autógrafos, foi um pouco mais diversificado. Gente de todas as tribos, (só faltaram os índios). E o mais gostoso foi em seguida sair com leitores e amigos para beber no cais do porto, vendo a água e os barcos, cenário impossível para São Paulo (bem, verdade que o som estava um saco e só tinha "pinga com mel" para beber, mas valeu...).
Desta vez, Porto Alegre foi bem carinhosa comigo.
Decidi ser contido, não espremer até a última gota e me concentrar no debate, no lançamento e nos amigos. Nem na divulgação eu me esforcei. Estava um clima tão gostoso, um sol com aquele céu azul... que preferi ficar me bronzeando no Gasômetro. No dia do lançamento, por sorte, o tempo esfriou e pude me vestir decentemente...
E Porto Alegre continua tão faroeste...
Fiquei sabendo até que um ex-patrão meu de lá foi seqüestrado por índios! Sério! No "Morro do Osso"! Antigo "cemitério indígena"! Sério! Faroeste! Haha. É verdade. Parece que ele estava andando com uns cachorros no "Morro do Osso", onde fica um antigo cemitério indígena (!). Uns indiozinhos apareceram e quiseram brincar com os cachorros, ele mandou as crianças se afastarem, porque os cachorros eram perigosos. Daí chegaram os pais índios e o mantiveram refém, porque acharam que ele estava ameaçando as crianças. Ele escapou por pouco do caldeirão.
Sempre falei que Porto Alegre era faroeste...
Eu, que estava com minha pistola de caubói bem guardada, fui dançar cancan num saloon com minhas queridas amigas. Sábado de noite me vi sozinho num bar com cinco mulheres lindas, todas acima dos trinta, e solteiras.... Fiquei pensando como tinha isso por lá. Como tem mulher solteira, dando sopa em Porto Alegre. Será que é a fama de cidade gay que procede? Não, pior que nem é esse o problema. A questão é outra, que há muito eu já tinha notado. Há um ABISMO entre os homens e as mulheres do Rio Grande do Sul. Sim, os gaúchos que me perdoem, mas enquanto as gaúchas são bonitas, charmosas, modernas e descoladas, os guris são uns bangolés, machistas, conversadores, manés. Isso inclui até os gays, uns baitas de uns recalcados. Provavelmente os homens um pouco mais abertos (ops!) acabam saindo do RS... Fica aqui a minha dica para HTs paulistanos, cariocas e eticéteras que estejam procurando novos cenários e novas conquistas... Vamos colonizar o RS!
(Haha, enquanto isso, meu amigo Fernando me fala por MSN: "Que feio, comeu tantos pratos típicos e agora vai
cuspir?")
Voltei hoje de noite pra SP lendo o livro da Cíntia no avião: "Por que sou gorda, mamãe?", recém lançado pela Record. Tem um certo humor cruel que dá peso no livro, em todos os sentidos. Ainda estou começando, mas já recomendo.
Terça agora tem Le Kitsch C’est Chic com o Multiplex. Com o vocalista, na verdade, Leandro Cunha. Tocamos coisas bem legais como Scott Walker, Brian Ferry, Klaus Nomi e bandinhas dos anos 60. Terça, 18h e 23h no www.mixbrasil.com.br/radiomixbr
09/11/2006
"Essa é atual realidade do cinema brasileiro: esqueceu-se totalmente o lúdico, o alegórico, o salto além. Não que não existam belas produções que procuram mostrar a realidade brasileira (o próprio Madame Satã). Mas, ao meu ver, já é mais do que hora do cinema brasileiro transcender. Nossos cineastas são a elite econômica e intelectual fascinada por suas empregadas domésticas, por locações no nordeste ou em favelas cariocas."
O que vai ter gente me xingando por esse texto... Mas que ao menos alguns aprendam o recadinho. Está no Portal Literal, meio um resumo do que disse no meu seminário na Puc-Rio. Uma crítica ao realismo no cinema e na literatura brasileira atuais. O link:
http://portalliteral.terra.com.br/
No Portal Literal também tem uma entrevista com o Botika, um jovem autor carioca que lançou seu primeiro romance pela Azougue. Nunca li. Fui apresentado só de passagem, mas basta ler três linhas do texto dele ("Búfalo", lá no Portal) que já se vê que o cara sabe o que está fazendo. Pois é, é tanta gente nova, tantos textos que me mandam e tanta bobagem... Daí a gente vê que para reconhecer um novo escritor basta uma espiadinha. Dá uma espiadinha nesse Botika, lá no Portal.
Também está no ar uma entrevista bem divertida que dei para o Armazém Literário.
A frase "todos os prazeres são orais" sintetiza bem o sentimento que rege o livro. É um livro muito sexual. Mas pelo fato do protagonista ser um jacaré, isso é colocado como uma necessidade de comida. É uma alegoria óbvia, sim, mas muito verdadeira, porque o prazer do sexo tem muito a ver com introjetar o outro, colocá-lo para dentro, incorporá-lo, seja você ativo ou passivo, homem ou mulher.
Dá para ler na íntegra no: http://www.armazemliterario.com.br/
E recebi esta semana (finalmente) a edição portuguesa de A MORTE SEM NOME. Ficou linda. Eles se basearam na ilustração da mulher de costas (que é do meu pai) e colocaram uma foto semelhante, só que mais "cinematográfica". O mais interessante foi as páginas pintadas de vermelho (nas bordas). Bem sangrento... E tem uma apresentação do escritor português José Luís Peixoto. Trecho:
"As páginas deste livro, aos poucos, constróem um muro à nossa volta. Tijolo após tijolo, palavra após palavra, dentro de nós."
E não se esqueçam de que neste sábado estarei em Porto Alegre, na Feira do Livro, em debate com Cinthia Moscovich, 17h, na Sala "O Retrato" do CEE Érico Veríssimo. Em seguida teremos lançamento e autógrafo do livro.
Bem, esta semana está uma loucura, corridíssima. Parece que depois da eleição todo mundo se lembrou que precisa de tradução e textos mil. Então, beijos.
06/11/2006
Nunca consigo postar convites num tamanho decente aqui. Este é da minha irmãzinha (espiritual) Cristiane Lisbôa, que lança um livro que mistura receitas e prosa, tudo de altíssimo nível. Amanhã, terça, 20h, no Duplex Bistrot (Melo Alves 445, em SP).
Não costumo divulgar lançamentos aqui, para não ficar como o Marcelino, escravo da agenda. O blog dele (eraodito.blogspot.com) cumpre muito bem essa função, de divulgar o que está acontecendo no meio literário. Mas ele faz isso por boa vontade, apenas, e se não consegue avisar sobre algum lançamento, o povo cai matando. Então que caiam nele, hehe, que meu blog é só pra bobagens...
O lançamento da Cris eu divulgo com prazer. Até porque, ela deu uma grande força no meu. Ela promete quitutes finos, nada de carne de jacaré.
Falando em quitutes, eu mesmo tenho me aprimorado bastante na cozinha. Não acreditam? Nah, acho que sou até melhor como cozinheiro do que como barman. Semana passada fiz um marreco recheado para amigos, que foi uma das melhores coisas que comi (o marreco, não os amigos). Mas veja que engraçado, à mesa tínhamos um russo, um judeu, um coreano e um armênio...
Como não ganho dinheiro na cozinha, tenho corrido nos caracteres para tentar fechar o rombo recente na minha conta bancária. Freelas vêm de todos os lados (e, infelizmente, muitos dão o truque e não me pagam!). O mais interessante tem sido o argumento de um filme "fantástico" e a tradução de dois livros juvenis para a Nova Fronteira. Espero que isso me ajude a fechar o ano em positivo, porque 2006 foi dos mais malditos.
Bem, minha agenda pessoal:
O "Le Kitsch C'est Chic" desta semana será com a Lilian (ex do Leno) . Musa da Jovem Guarda, que teve sucessos como "Pobre Menina", "Devolva-me" (regravado pela Calcanhotto) e "Eu sou rebelde porque o mundo quis assim.."
Além de Jovem Guarda, e duplas como Sony & Cher, o programa terá artistas gaúchos que Lilian está regravando, como Júpiter Maçã e Wander Wilder.
Para ouvir: www.mixbrasil.com.br/radiomixbr Terça, 18h e 23h.
Falando em artistas gaúchos, sexta vou pra Porto Alegre. Sábado participo de um debate na Feira do Livro, ao lado da grande Cínthia Moscovich.
Taí:
Debate: sábado, 11 de novembro,17h, com Cinthia Moscovich
Sala: Sala O Retrato Local: Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo
Feira do Livro de Porto Alegre
O lançamento é depois disso, umas 19h.
Divulguem, espalhem. Quero ver todos lá. Depois podemos cair na noite...
Beijos.
01/11/2006
Bela viagem. Voltei hoje.
Toda vez que chego no Rio me sinto meio melancólico. Talvez seja o rolar das ondas, o tom dos funcionários dos hotéis, que sempre parecem cuspir em hóspedes fuleiros como eu e dizem internamente: "Não queremos gente da sua laia por aqui. Este é um ambiente para turistas medalhões." O Rio turístico é caro demais, os táxis, hotéis, balada, comida em Ipanema. Como alguém pode pagar VINTE reais numa micro-pizza brotinho? E desta vez eu fui mais do que quebrado, com meu cartão bloqueado, montes de gente que não pagou meus freelas, sofrendo com as beldades de Ipanema como Aschenbach em Veneza...
Ao menos tinta ainda não me escorre dos cabelos.
Mas minha sorte mudou logo. Numa voltinha pelo Posto Nove encontrei amigos e amigos de amigos e quando vi já tinha convite para Tim Festival, Beastie Boys, Caetano Veloso e o caraleo. Impressionante a quantidade de gente que encontrei por lá. Leitores, amigos, famosos. Leitores amigos. Amigos famosos. Famosos leitores. E escritores e aloprados. Valeu por isso, porque das bandas mesmo eu não gostei de nenhuma. NENHUMA.
De qualquer forma, fiquei lisonjeado que Caê me homenageou com uma canção: "Eu jacaré, tu onça."
O debate ontem na Puc foi interessante. Eu e o Karim Ainouz (diretor de "Madame Satã") discordamos radicalmente. Ele fazia uma defesa do realismo no cinema, uma busca de retratar as questões sociais, a verdadeira identidade do povo brasileiro, algo por aí. Para mim isso não faz o menor sentido, e parece ser tudo o que TODOS os cineastas estão fazendo. Chega de realidade. Cadê o cinema lúdico, alegórico, fabulesco, fantástico? Cadê a sublimação da realidade? E não falo isso como defesa do cinema de entretenimento, não, pelo contrário. Só acho que está mais do que na hora do cinema brasileiro ir além, bem além da realidade e ampliar seu universo, seus temas e contestações....
Bem, mas um portal me pediu um texto sobre esse tema, sobre a questão do realismo e o que debatemos na PUC (e eles vão pagar pelo texto... espero). Então não vou entrar muito no que eu disse lá, por aqui. Assim que o portal colocar no ar eu aviso e passo o link.
Posso falar do lançamento pós-debate, do coquetel. Não teve carne de jacaré, mas vários outros animaizinhos... Várias comidinhas, bebidas, coquetel de primeira, não esperava. Melhor do que qualquer livraria faria. Quem não foi, perdeu. Eu mesmo achei que seria um pouco sem graça fazer o lançamento na Puc, mas foi incrível.
E claro que tudo isso se deveu aos leitores queridos que foram, levaram o livro, tiraram fotos, depois me embebedaram e me jogaram na sarjeta com os bolsos revirados. Só me lembro de sair de lá da Puc acompanhado de DOZE emos... Haha. Brincadeira, nem todos emos, mas éramos mesmo treze no Halloween. E foi divertido, não foi?
Ai, isso está virando diário de viagem...
Fiz dois programas no Rio. Um de rádio - "Música e Letra", na MPB FM – e um de TV – "Super Tudo", que tem uma apresentadora lindíiiiiiissima, vocês conhecem? Ela é meio emo também... haha.
Termino colocando os destaques que vi na mostra: "Taxidermia", "Não Quero Dormir Sozinho" e "The Night Listener". No Rio também vi a pré-estréia de "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias"... Bela fotografia.
Semana que vem tem o capítulo Porto Alegre. Feira do Livro, dia 11. Te vejo lá.