I WAS A TEENAGER FREDDY KRUEGER
Ok, ok, sei que esse é o Jason.
Fim de semana passado foi dos mais produtivos, consegui assistir Sexta-feira 13 parte 2, 3, 6 e 7, e bem acompanhado.
Revendo os filmes agora, é impressionante como os melhores são os piores. Quero dizer, todos os filmes são uma bomba, mas os melhorzinhos - com um certo clima, história, suspense - acabam sendo os piores. Porque você já sabe o que vai acontecer, já sabe quem é o assassino, já sabe que a graça é só ver as formas que o Jason vai usar para matar a petizada, então por que se importar? Os melhores filmes são os mais toscos, aqueles que não têm enrolação e já partem direto para a carnificina.
Nesse quesito, "Sexta-feira 13 - Parte 6" é imbatível. É, de longe, o melhor de todos. É tosco, não tem história, não dá medo, mas ao menos tem um certo humor, atores regulares (não péssimos, como nos outros), um roteiro divertido, bons ângulos de câmera e assume a tosqueira a que se propôs. E o Jason da parte 6 é o Jason mais Jason de todos.
Para quem passou a adolescência vendo essas merdas, como eu, e quer se lembrar, a "Parte 6" é aquela que começa com o Jason recebendo uma descarga elétrica no caixão, daí entra uma abertura tipo 007.
Para quem quer ver algum Sexta-feira 13, veja o 6. Sério. É dos raros casos em que o sexto é melhor do que o primeiro (até porque, o primeiro era tosco e o Jason só aparece no final).
Quando eu era moleque, minha mãe não deixava eu alugar filme de terror toda semana. Tinha de ser semana sim, semana não (porque ela achava que ia me influenciar negativamente). Mas como a memória dela é a pior do mundo, eu sempre a convencia de que era "semana sim". Por isso acabei estragado assim.
Tenho revido muita dessas tosqueiras ultimamente. Nem todas são tosqueiras, claro. Dia desses estava revendo "O Bebê de Rosemary", outro dia "Psicose". O melhor de ver essas coisas em DVD são os extras, alguns são verdadeiras aulas de cinema (como os de "Psicose" e - especialmente - os de "Tubarão"), usei muita coisa que aprendi lá no roteiro do "Chupacabra" (que ainda não tem nem sombra de previsão para ser filmado, obrigado por perguntar). E se quer uma lista dos meus filmes de terror preferidos de todos os tempos, vai aí (em ordem aleatória)... também é uma lista bem padrão:
The Evil Dead
O Massacre da Serra Elétrica
A Hora do Pesadelo
Audition
O Chamado
O Bebê de Rosemary
Psicose
Tubarão
Halloween
Funny Games
Dos mais recentes, que estão na minha prateleira mental para serem catalogados, ressaltaria: "Hard Candy" (pessimamente traduzido como "Menina Má.com"), "Cloverfield", "Viagem Maldita", "Alta Tensão", "Wolf Creek" (esses três últimos são bem parecidos aliás), "Creep" e "Abismo do Medo".
Apesar da promessa de renovação dos filmes orientais, nenhum deles me empolgou - The Eye, Dark Water, Espíritos, Visões, O Grito - todos os fantasmas parecem bonzinhos e previsíveis. Fica a exceção para Takashi Miike (de "Audition"), que trabalha em outro campo de psicose. Mesmo "The Ring" eu prefiro bem mais a versão americana (e tenho as duas aqui em casa). Aliás, o diretor do "Ringu" japonês, Hideo Nakata , dirigiu "O Chamado 2" americano e enterrou a franquia - não poderia ter feito um filme pior. (Ok, preciso dizer que tenho O Chamado 1, 2, o japonês, o romance e os mangás).
No mais... que mais? Hum, comprei a revista Júnior deste mês (pois é, não mandaram nenhuma pra minha casa, até hoje) e achei bem boa. Não tô falando dos boys, não, tô falando das matérias em si. Tem umas coisas interessantes sobre a vida gay no Irã, nos presídios, em NY, na China (interessante saber o efeito que a política do filho único teve sobre o mundo gay chinês por exemplo. Todo filho acaba sendo pressionado pela família e pela sociedade a dar prosseguimento ao legado.)
Também li a Rolling Stone (que eu sempre leio, admito, embora eu não colabore com ele há meses - e eles mesmo tenham feito uma resenha cuspindo em "Mastigando Humanos") e achei bem impressionante a história do Yoñlu. Quero dizer, não é uma história nada inédita - mais um adolescente existencialista que se suicida. Mas o texto tem aquela qualidade de aproximar você da realidade, da pessoa, que faz com que você reconheça o verdadeiro drama e a verdadeira história por trás de um acontecimento corriqueiro. Por isso mesmo é louvável que um veículo pop como a Rolling Stone tenha esse espaço para texto, para matérias em profundidade. Faz a gente pensar que não está tudo perdido. Legal.
(você não quer que eu fale sobre a guriazinha que foi jogada do prédio, quer?)
Hum, por tudo isso você deve achar que estou num ócio só, né? Sem nada pra fazer. Haha. Não, até que estou trabalhando bastante, traduzindo um livro, revisando o meu e fazendo roteiros de vídeos e eventos, mas faz alguns meses que não uso drogas. Hohoho. Faz alguns meses até que não saio na noite. Então posso ocupar minhas madrugadas com Jason... Jason salva. Jason salva. Se minha mãe soubesse disso na minha infância...