REVIRANDO ORWELL E ORWELL SE REVIRANDO
Que bicho é esse indo pro Masp?
Cansei de Sim City. Principalmente porque dias desses me rendi ao Google Earth. Para quem não sabe, é um programa que permite você visualize o globo inteiro, o mundo inteiro, desde o espaço sideral, aproximando até ver as ruas, as casas, a configuração de cada cidade, em fotos reais de satélite. É incrível, um Atlas da novíssima geração (eu nem imagino como seja o ensino de Geografia agora nas escolas, uma vez que os alunos podem pesquisar a configuração de cada cidade do mundo em detalhes). Madrugada dessas, localizei minha casa, a casa onde morei na infância, o prédio de Porto Alegre, onde passei o reveillon em Floripa, a casa da minha mãe, o cemitério onde dormi em Helsinque, o lugar exato onde tirei essa foto em Copenhague:
Também dei uma olhada em ilhas remotas do Pacífico. Lugares perdidos no meio do nada, onde dá pra avistar uma vilazinha, casinhas, alguns barcos... Dá uma vontade tremenda de viajar.
Agora eles podiam fazer um cruzamento de Google Earth com Sim City, né? Assim a gente poderia interagir com cenários reais, de repente encontrar uma solução para o trânsito de São Paulo, de repente implantar o meu prédio numa ilha do Havaí. Eu queria abrir minha janela e ver os vizinhos dançando ula-ula.
Aproveitando que estou no mundo mágico de telas e janelas, digo que vi umas coisas bem interessantes na TV aberta ultimamente.
A melhor delas – sempre e sem dúvida – é “Casos de Família”, no SBT. Sério. O programa tem tudo para ser aquele barraco, onde famílias lavam roupa-suja e se estapeiam. Mas do jeito que é conduzido pela (Deusa) Regina Volpato, o programa termina bem charmoso, tranqüilo, totalmente do bem. É um encontro de famílias discutindo seus problemas, sim, mas o posicionamento professoral da apresentadora, seu tom suave e seus conselhos, não permitem nunca que a coisa vira barraco. Ela é a anti-Márcia Goldsmith (eca!). Aliás, Márcia junto com o Datena, o Tom Cavalcante e o João Kleber (ele ainda existe?) são o que há de mais nojento na TV Brasileira.
Cansei de Sim City. Principalmente porque dias desses me rendi ao Google Earth. Para quem não sabe, é um programa que permite você visualize o globo inteiro, o mundo inteiro, desde o espaço sideral, aproximando até ver as ruas, as casas, a configuração de cada cidade, em fotos reais de satélite. É incrível, um Atlas da novíssima geração (eu nem imagino como seja o ensino de Geografia agora nas escolas, uma vez que os alunos podem pesquisar a configuração de cada cidade do mundo em detalhes). Madrugada dessas, localizei minha casa, a casa onde morei na infância, o prédio de Porto Alegre, onde passei o reveillon em Floripa, a casa da minha mãe, o cemitério onde dormi em Helsinque, o lugar exato onde tirei essa foto em Copenhague:
Também dei uma olhada em ilhas remotas do Pacífico. Lugares perdidos no meio do nada, onde dá pra avistar uma vilazinha, casinhas, alguns barcos... Dá uma vontade tremenda de viajar.
Agora eles podiam fazer um cruzamento de Google Earth com Sim City, né? Assim a gente poderia interagir com cenários reais, de repente encontrar uma solução para o trânsito de São Paulo, de repente implantar o meu prédio numa ilha do Havaí. Eu queria abrir minha janela e ver os vizinhos dançando ula-ula.
Aproveitando que estou no mundo mágico de telas e janelas, digo que vi umas coisas bem interessantes na TV aberta ultimamente.
A melhor delas – sempre e sem dúvida – é “Casos de Família”, no SBT. Sério. O programa tem tudo para ser aquele barraco, onde famílias lavam roupa-suja e se estapeiam. Mas do jeito que é conduzido pela (Deusa) Regina Volpato, o programa termina bem charmoso, tranqüilo, totalmente do bem. É um encontro de famílias discutindo seus problemas, sim, mas o posicionamento professoral da apresentadora, seu tom suave e seus conselhos, não permitem nunca que a coisa vira barraco. Ela é a anti-Márcia Goldsmith (eca!). Aliás, Márcia junto com o Datena, o Tom Cavalcante e o João Kleber (ele ainda existe?) são o que há de mais nojento na TV Brasileira.
E viva a Regina!
Outro programa pretensamente trash que eu gosto é o “Troca de Famílias” da Record. Também é um reality show do bem. Duas mães trocam de família uma com a outra e têm de conhecer a rotina da casa, dos filhos, do marido e depois cada uma decide como a outra família vai gastar o dinheiro do prêmio. É um programa delicado, afetivo, que faz com que se enxergue os problemas do outros.
(Chuif!)
E outro belo programa que assisti pela primeira vez foi “CQC – Custe o que Custar” na Band, capitaneado pelo Marcelo Tas. É uma espécie de “Pânico” mais politizado ( e nem pode ser acusado de cópia, uma vez que foi o próprio Marcelo Tas que inventou o tom da entrevista terrorista, há muito mais tempo, com seu repórter Ernesto Varella) .
Mas Marcelo, pra mim você vai ser sempre o Professor Tibúrcio...
Eles vão até Brasília, fazem perguntas capciosas aos políticos, fazem teste de QI com pseudo-celebridades e elegem as pérolas da TV Brasileira. Tudo assim, muito crítico, muito divertido e muito pertinente. Mais o mais engraçado foi ver de surpresa, no final de tudo, meu primo Rafael, como um dos repórteres.
Agora, das piores coisas que assisti estes dias foi uma atriz escrota, que sempre foi conhecida como lésbica, aparecer num programa de entrevistas com um namoradinho mais novo, também ator, e que tem mais cara de viadinho do que eu! Puta merda, não entendo. Tudo bem que tem gente que não quer assumir. Até posso tentar entender que, para galãzinhos, assumir a homossexualidade pode interferir na carreira, mas não dá pra ficar quietinho então? Precisa mesmo desses namoros de fachada? E quem acha que isso não é problema, que é apenas um joguinho sem conseqüências negativas é porque não se dá conta de quanto existe de preconceito ainda, quantos homossexuais ainda morrem vítimas de ataques homofóbicos, quantos adolescentes vivem em crise, se suicidam, sem poder se aceitar porque não têm modelos positivos. Qualquer um que circula um pouco no meio artístico e no meio gay, sabe quantos ídolos estão aí posando do que não são. De novo, ninguém é obrigado a se assumir, mas esse povo devia pensar no mal que fazem em se omitir. Pense em que ídolo o adolescente gay, que está se descobrindo, pode ter para se espelhar, para ter como modelo ou mesmo como símbolo sexual viável. (Ai, se você falar meu nome, apanha). Daí fica todo mundo achando que só existe um tipo de gay - o afetado, o escandaloso - simplesmente porque esse é o que não consegue esconder, e isso impede que uma imensa maioria de outros jovens se identifique com o esteriótipo gay que se vê na mídia de massa.
E é até burrice, porque na internet, por exemplo, já se vê claramente muita gente assumida, e que tem enorme número de acessos em seus blogs, fotologs, orkut. Era só a televisão querer, que o povo aceitaria muito melhor a homossexualidade alheia. Não teve um vencedor do BBB assumidamente homossexual? Não foi eleito vencedor pelo público?
(Ui, ui, ui, hoje a coisa está política).
Enfim, dá nojo ver uma gorda de meia-idade que já tem seu respeito como atriz e não tem motivo nenhum para pagar de gatinha sex-simbol se prestar a esse papel.
Talvez no fundo eu só queira sair na capa da Caras como o novo namorado de algum galãzinho global. Hohoho.
(Afe, tô o rei das montagens toscas hoje....)
Muito bem, chegamos a mais um feriado. Trabalhei muito nos últimos finais de semana, fiz o Cymbeline, o roteiro do Prêmio Abril de Jornalismo com o Pazetto. E depois desse Google Earth todo, vou viajar. Ao menos para o interior. Queria voltar a fazer a rota do chupacabra (passei duas semanas viajando, no final de 2006, pesquisando onde aconteceram os ataques), vou me programar para isso. (Ao menos queria voltar para Rafard e Joanópolis, duas cidadezinhas bem gostosas, bem interioranas, vazias, meio fantasmas, melancólicas. Coisa inspiradora.) Mas acho que neste feriado agora, vai ser só a casa da minha mãe no meio do mato.
Well, well, então deixa eu ir que tô com peixe no forno. Por aqui, ouvindo Roxy Music, "Mother of Pearl".