16/06/2009

MENINAS MALDITAS

Ana Paula Maia.

Acabo de receber aqui em casa o novo (e ótimo) livro de Ana Paula Maia, Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos.

É a reunião de duas novelas - umas das quais ela já havia lançado em capítulos pela Internet como "o primeiro fohetim pulp" - descritas da seguinte forma por ela mesma:

Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos é uma novela pulp escrita em 5 capítulos que narra a saga de dois brutamontes que ganham a vida matando porcos e distribuindo-os em frigoríferos. Que divertem-se apostando o que ganham com os porcos em rinhas de cachorros. Tudo o que querem é ver os porcos pendurados em ganchos e os cães dilacerando-se. O resto, importa muito pouco.


O Trabalho Sujo dos Outros é uma novela pulp escrita em 7 capítulos que narra a história de homens que recolhem o lixo, quebram asfalto e desentopem esgoto. Toda a porcaria de trabalho que ninguém quer fazer, eles fazem. E ganham mal por isso





O livro tem bela edição da Record, orelha da queridíssima Beatriz Resende e já está sendo vendido AGORA!

Ana Paula é das minhas favoritas, desde que li o primeiro livro dela O Habitante das Falhas Subterrâneas. O romance seguinte, A Guerra dos Bastardos, inclusive tem orelha assinada por mim. E reitero o que escrevi lá: "Ana Paula Maia é uma pistoleira. Tem munição, tem pontaria e não tem medo de apertar o gatilho, provando ser uma escritora matadora."

Confira o blog dela: http://www.killing-travis.blogspot.com/

Outra mocinha (maldita) que está lançando novo livro pela Record é a Mayra Dias Gomes. Eu não a conhecia pessoalmente. Tinha lido Fugalaça e achado legal essa voz da geração, esse apelo pop despirocado.

Há algumas semanas a Record me enviou as provas do livro novo dela - Mil e Uma Noites de Silêncio - e me pediu para assinar a orelha. Gostei bem. Reproduzo aqui o texto que fiz para o livro dela:

Abandonada pelos pais biológicos, largada pelo noivo no altar e órfã de mãe adotiva, Clara é uma garota em negativo. Vive uma existência suspensa, na qual os dias se arrastam sem motivação e o cotidiano é um ritual sem sentido. Quando enfrenta uma nova decepção amorosa, Clara decide tomar as rédeas de sua vida e parte em busca de uma antiga e idealista amiga. À partir daí, entrará em contato com um mundo tresloucado de prostituição, assassinato, drogas e glam rock, reencontrando sua própria juventude perdida. “Mil e uma noites de silêncio” é o diário de uma garota que não existe. Uma narrativa onde todos são dúbios e a realidade se desenrola como um pesadelo. Neste seu segundo romance, Mayra Dias Gomes prova que não é apenas uma personagem, é uma escritora de imaginação delirante. Seus cenários podem ser vistos como o inferno para alguns, e o paraíso para outros. Para mim, foi uma delícia levar os seres deste livro para a cama. Quero um pouco do que ela está tomando.

Mas o livro da Mayra ainda está por sair, em agosto. Este mês, vocês podem conferir um perfil/entrevista que fiz com ela para a revista Joyce Pascowitch (Jesus Luz na capa). Gostei muito da inteligência e honestidade com que Mayra respondeu as perguntas. É uma menina que não faz tipo - até porque não precisa, é linda, descolada e louca como a gente.

Eu com Mayra Dias Gomes, mês passado.


E está começando outro SPFW. Eu vou estar lá... Mas não vou estar lá. Digo, estou novamente participando do Journal, editado pela Erika Palomino, mas desta vez minha participação vai ser mais pontual e remota. Entreguei uma série de pequenos (e divertidos) textos, que devem ser publicados diariamente, em algum cantinho do jornal do evento (que sai encartado no Estadão, em bancas). Ainda não sei quando vou estar efetivamente na Bienal - até porque estou no inferno astral das traduções aqui - mas apareço. Me convide para ir ao seu lounge, beber um prosecco.

ENTÂO VOCÊ SE CONSIDERA ESCRITOR?

Então você se considera escritor? (Trago questões, não trago respostas...) Eu sempre vejo com certo cinismo, quando alguém coloca: fulan...