27/10/2011

RESENHANDO OS BLOCKBUSTERS

Ano passado, com duas idas para a Europa e mais a viagem para o Japão, eu tive mais de sessenta horas de vôo internacional. Nunca consigo dormir em avião - viajar de ônibus ainda é muito mais confortável - então aproveito para ver todos os blockbusters, que hoje em dia chegam rapidinho à bordo (muitos até antes de estrear no Brasil). Assisti Avatar, Fúria de Titãs, Como Treinar Seu Dragão, Shrek Forever, O Imaginário Mundo do Dr. Parnassus, Minhas Mães e Meu Pai, Lua Nova, Iron Man 2, O Escritor Fantasma, todos assim, no avião.

Este ano achei a seleçãozinha da Tam mais meia-boca. Mas consegui me atualizar em alguns.

Para começar, Rio, aquela animação-peça-publicitária para vender a cidade maravilhosa. Apesar de ter sido dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha, fica claro que é uma produção americana (pelo lado bom - por ser profissional - e pelo lado ruim - por ser pausterizada), mas uma produção americana com um bom know-how de Brasil. É bem bonitinho, segue a cartilha Disney à risca com o mocinho, a mocinha, os vilões, os coadjuvantes engraçados e as músicas - que apesar de terem toques de sampa, sempre escorregam para o hip-hop americanoide. Eu gostei. É um ótimo filme para se ver no avião e é saboroso de ver essa coisa Disney focada no Brasil. Mas acho que para quem não é brasileiro o filme cai num limbo genérico, nada, nada de novo. Inclusive é incrível como o Jesse Einsenberg (a arara protagonista) só consegue fazer o papel de Jesse Einsenberg, não é? Tudo bem, ele é bom, e até bonitinho nesse estilo nerd - eu comeria com batatas. Mas é sempre o mesmo nerd verborrágico, seja em A Rede Social, seja em Zombieland, Amaldiçoados ou nesse aí. Ele não interpreta uma arara, a arara é que interpreta Jesse Einsenberg.

Ainda nessa pegada de animações de passarinho, vi outro dia num hotel aquele filme das corujas, A Lenda dos Guardiões, esse eu achei o contrário do filme Rio. É muito complexo, sério, uma guerra de corujas, metido a filme épico para "adultos." Não sei que público eles queriam atingir com isso, mas eu diria que não deu certo...


Voltando ao terreno nerd...

E na minha primeira noite em Helsinque fui assistir à continuação do filme Johnny English, que pretende dar uma nova carreira ao Rowan "Mr. Bean" Atkinson, transformando-o num agente secreto. Confesso que sou fã, fã do Mr. Bean, tenho a série completa. O primeiro longa (aquele do museu) eu acho uma merda, mas o segundo As Férias de Mr. Bean, eu vi em Florianópolis e acho lindinho-linho, parece uma comédia das antigas.

Johnny English Reborn lembra mais uma comédia dos anos 80. Ele é um espião tipo James Bond, bem canastrão, que só causa desastre por onde passa. Falta o nonsense de séries como Corra que a Polícia Vem Aí, mas é mais ou menos a mesma pegada. A melhor cena é uma longa perseguição, em que o bandido salta prédios, escala muros, foge em barco, enquanto Johnny o segue caminhando tranquilamente, pegando elevadores, abrindo portas e embarcando numa festa num iate. Diversãozinha inofensiva.


E para não ficar no besteirol...


Dos filmes que eu vi, o melhor com certeza foi A Viagem. Assisti no avião, não estava botando muita fé, mas é ÓTIMO. São dois atores britânicos quarentões decadentes que embarcam numa viagem pelo norte da Inglaterra, para provar restaurantes e escrever uma matéria. Um deles é um ator sério, mas que não consegue trabalho e recebe propostas para atuar em séries de TV nos EUA. O outro se tornou um comediante de sucesso, fazendo besteirol na TV. O filme não tem muito enredo, não acontece muito nada. Basicamente os dois ficam provando pratos, conversando e tirando sarro/fazendo imitações de grandes astros britânicos (Sean Connery, Michael Caine, John Hurt, Anthony Hopkins), mas tem um tom naturalista delicioso, é muito verdadeiro e um filme bastante masculino. Recomendo bem.

De resto... Estou na Rússia, São Petersburgo! Aproveitei só para atualizar o blog com os filmes, enquanto estou tentando entender isso aqui, tirando fotos e vivendo! Mas estou amando-amando esta cidade. Amanhã eu volto contando mais.


MESA

Neste sábado, 15h, na Martins Fontes da Consolação, tenho uma mesa com o querido Ricardo Lisias . Debateremos (e relançaremos) os livros la...