16/10/2015

FELIZ EM FRANCÊS

Com minha mãe, em Paris.
Há algo de melancólico em Paris. Para além do charme, da beleza, da comida divina, há um clima cinza que não vem só do frio (e da chuva) que estamos passando esses dias. Talvez seja exatamente isso, o cinza. Esse concreto envelhecido de cidade histórica, que pede por mais vida.

Estou aqui há três dias. Minha mãe chegou há dois. Estamos a caminho de Erevan, na Armênia, nossa primeira vez e meu 27o país. Foi minha ideia e meu convite. Aproveitei que foi um bom ano de projetos e encomendas para mim e decidi que era hora de conhecermos a terra de nossos antepassados, uma das nações mais antigas do Cáucaso, ex república socialista soviética.

Quis começar por Paris porque, apesar de diversas passagens pela Europa, há treze anos que não vinha aqui. Na primeira tinha vinte e quatro, começando um mochilão pela Europa que iria me levar a Londres, onde acabei trabalhando alguns meses como barman. Em Paris, foi quase um mês, basicamente sendo um "club kid"- os dois primeiros dias de Louvre e turismo, depois só vi e vivi a cidade de noite, nos clubs, nos afters, pastilhando-me em delírios. Eu era jovem e tudo era lindo.

Reencontrando o Gary, amigo de 2002, de quando éramos "club kids".

 Agora reencontrei a mesma cidade e adorei ter vindo. Mas serviu também para reafirmar a mim mesmo como essas cidades "cosmopolitas" me estressam. Como lugares tranquilos, de praia, de natureza, onde eu possa praticar atividades físicas intensas, e ao mesmo tempo manter um ritmo mais tranquilo é bem mais meu ideal de férias. "Paris é a sua cara", diz muita gente que me conhece, mas não me conhece tão bem assim (basicamente, todos os meus amigos); agradeço porque creio ser um elogio, mas eu sou paulistano, vivi quase toda a vida em São Paulo, não consigo me seduzir por ruas movimentadas, transporte lotado e filas para o caixa.

Assim, Paris ainda perde feio para Florianópolis como minha cidade favorita no mundo.

Partimos para Erevan amanhã cedo. Vamos ver o que (me) identifico na Armênia. Ainda terei mais um dia em Paris na volta, e quatro dias em Londres.

Prometo passar por aqui.


E renovando meu culto por Wilde, no Père Lachaise.

NESTE SÁBADO!