Com Nelson de Oliveira, em mesa hoje, no Emil. |
Novembro é sempre um mês intenso. Concentram-se os festivais literários, lançamentos, festas e eventos em geral. Todo mundo parece estar numa corrida frenética para não virar abóbora, e é por aí mesmo. Semana que vem, por exemplo, tem a Balada Literária, organizada pelo querido Marcelino Freire, e já perguntei há tempos por que ele não faz a Balada em outra época do ano, menos concorrida, tipo logo depois do carnaval. Mas o que acontece na prática é que os projetos, os patrocínios e tudo mais só conseguem ser viabilizados a partir do segundo semestre, então tudo se acumula, o calendário encurta e o povo se agiliza para realizar antes de o ano virar.
Assim, semana que vem estarei em mais uma Balada Literária, numa grande mesa com Paulo Lins, Marçal Aquino e Hermano Penna (sexta dia 20, 11h, na Vila da Fradique).
A Balada tem muito mais coisa legal, muito mais coisa melhor, homenageando Suzana Amaral, com show de Chico Cesar, autores como João Silvério Trevisan, Andrea del Fuego, Paulo Scott, Lourenço Mutarelli e tudo o que está aqui: http://www.baladaliteraria.com.br/
Daí, daqui a quinze dias, dia 28, tenho uma mesa também às 11h, na Biblioteca São Paulo, com mediação do divo Manuel da Costa Pinto. Aqui: http://bsp.org.br/1900/10/29/segundas-intencoes-25/
E HOJE, participei de uma mesa do Emil - Encontro Mundial de Invenção Literária (pomposo, o nome), que teve a mediação surpresa de Nelson de Oliveira, com um público reduzido... mas interessado (o que já é um alento, acredite); é sempre ótimo conversar de literatura com o Nelson. O evento continua até domingo com grandes nomes, em vários pontos de SP. Confira programação aqui: http://www.emil.art.br/
Esta semana TAMBÉM, começou o Festival Mix Brasil, no qual farei uma performance de pompuarism... Mentira! Mas sempre estou presente, seja como público, juri, palestrante, performer, até diretor de curta já fui nesses 23 anos de história. Estive na abertura na quarta e quero ainda conferir alguns filmes. A programação toda está aqui: http://www.mixbrasil.org.br/2015/index.asp
Meu sorriso sempre irresistível e meu "companheiro" mulato na abertura do Mix. |
E neste final de semana TAMBÉM estreou o slasher nacional de terror Condado Macabro, do Marcos de Britto e André de Campos Mello (que vi na pré-estreia na terça). Vale bem como exercício de gênero - gosto das homenagens aos clássicos, do gore, do flerte com o absurdo - mas tem uma montagem um pouco longa demais (115min para um slasher?!) e um humor que mira no trash e acerta no tosco. Enfim, são cineastas para ficar de olho:
Estreia também hoje, AGORA! o documentário "Vestidas de Noiva", das minhas queridas amigas Fábia Fuzeti e Gabriela Torrezani, sobre o casamento homoafetivo (gay!) no Brasil. Acabo de desistir (publicamente) de ir. Cheguei em casa correndo, achei que conseguiria fazer este post em 15 minutos e ir à estreia no Itaú Cultural, mas fui respondendo emails em paralelo e agora vejo que faltam quinze minutos para o filme começar e... Fica para a próxima. Estou cansado.
Confira o trailer abaixo e saiba mais sobre o filme aqui: http://www.vestidasdenoiva.com.br/
Nessa corrida desenfreada consegui até ir à Feira Escandinava ontem, arrastando o Murilo. Queria repor meus estoques de salmiakki, matar saudades dos sabores de lá, mas... chegamos um dia atrasado. A feira terminava na quarta. Fica para novembro de 2016, se eu não pousar por aquelas pistas antes...
Daí no meio dessa efervescência toda... recebo um email de Santo André... Tenho saudades de Santo André... Me lembro todo dia de Santo André... Estive em Santo André há três meses, na Casa da Palavra, numa mesa com o filósofo Brunno Almeida Maia. Me lembro bem da data, não por ter sido especialmente feliz, mas por estar HÁ TRÊS MESES cobrando o cachê por uma mesa lá. Hoje me oficializaram o calote, pelo menos em 2015. Fico especialmente irritado porque há algumas semanas recebi num grupo de email uma mensagem de outro autor cobrando uma mesa realizada em ABRIL. Ou seja, quando me contrataram já estavam devendo outros há MESES, já não tinham intenção de pagar.
Não tem dinheiro, amiguinho, abre o jogo; já fiz muita mesa de graça. O que não pode é combinar cachê, autor emitir nota, ficar esperando, se programar, PAGAR impostos e não ser pago. Resumindo PAGUEI para participar de um debate na Casa da Palavra em Santo André. Continuarei cobrando. Ficarei de olho na programação da Casa da Palavra em Santo André. Cuidado com a Casa da Palavra de Santo André. PREFEITURA de Santo André é caloteira.
Novembro passará e ficará só o marasmo, tenho certeza. Em janeiro, fevereiro, março, nada acontece no mundo mágico das letras. Para mim é sempre bom para escrever, para ler. Não entendo autor que vive numa eterna efervescência, festejando, rindo, viajando. Que horas ele lê? Quando ele escreve? Como ele SOFRE? Gosto de poder acordar (tarde) com uma longa manhã, ir tomando café e trabalhando num livro até a hora do almoço, daí migrar para as traduções. Para ler, preciso de madrugadas livres, preciso trabalhar junto com as cáries; sou mega ansioso, infelizmente não sou daqueles que consegue ler em qualquer lugar, em qualquer condição, qualquer coisa me tira a atenção. Mas também preciso comer. Tenho credores. O Itaú depende de mim. Também tenho a fraqueza de querer ser feliz. Oh! Maldito câncer que me faz sorrir!
Com Brunno Almeida Maia, em Santo André, ainda esperando... |