11/12/2015

O TERROR DE 2015



É Natal. Época de falar só coisas bonitas e alegres. Eu pouco a pouco vou me tornando um autor/roteirista de horror. Além do Biofobia e do livro novo, estou envolvido em outros projetos do gênero, que dependem sempre do resultado de editais. É o universo que mais me interessa, principalmente as coisas mais obscuras e psicológicas (menos "fantásticas") e eu e Murilo assistimos a uma quantidade absurda de filmes de terror todos os finais de semana.

A imensa maioria é tosca, descartável, embora alguns sejam divertidos. De muitos eu mal me lembro, tendo assistido em avançado estado alcoólico, em muitos nem chegamos até o fim. Mas puxando pela memória, dando uma olhada pelos sites, lembro os melhores (ou mais interessantes) filmes de terror que vimos este ano, mesmo com ressalvas e defeitos. 

Infelizmente, apesar de ser um gênero crescente no país, não consegui colocar nenhum título nacional entre os dez melhores. Bem que eu queria. (“A Bruxa” quase chega lá - a ser brasileiro, digo - tendo entre os produtores o Rodrigo Teixeira). Os exemplos abaixo mostram que nós ainda temos um longo caminho a percorrer...


FOUND



Ok, já falei desse aqui, é um filme que beira o amador, nas atuações, no roteiro, mas tem um argumento estranhíssimo e um desfecho ultra hardcore. Sobre um pré-adolescente que descobre que seu irmão mais velho é um serial-killer. Já gerou um spin-off – o filme que o personagem assiste neste filme foi transformado num longa próprio, “Headless”, graças a uma campanha do Kickstarter. (Esse acho que é exploitation total – daqueles filmes dirigidos por maquiador de efeitos especiais - mas ainda quero ver.)


THE WITCH


No século XVII, uma família isolada numa fazenda à beira da floresta começa a sentir a presença do mal rondando. Filme de arte que está sendo bem aclamado, com ótima atuações e um clima de tensão permanente. É um pouco "etéreo" pro meu gosto, mas não deixa de ser um filmaço. 


APOCALYPTIC



Um found footage bem convincente, sobre uma seita que vive isolada no meio da floresta. Uma dupla de repórteres fazendo um documentário descobre que só restam mulheres por lá, e um patriarca. “The Witch” me lembrou bem dele, mas esse é menos sobrenatural, mais sobre os horrores do fanatismo. Tem um clima bem creepy, e final excelente.

THE VISIT 


A volta do Shyamalan (“Sexto Sentido”) ao terror. Tem um argumento brilhante: um casal de irmãos pré-adolescentes vai visitar os avós maternos, que eles nunca conheceram, e se deparam com o “pesadelo da velhice”: demência, incontinência, caretice. Aos poucos vão percebendo que o terror não termina aí... É bem divertido, apesar de os dois atores mirins serem péssimos e o filme ser feito em found footage (whyyyyyy?!!).


THE BOY


Esse já é um filme de arte - lento, psicológico - sobre um garoto que mora num motel de beira de estrada, coleta restos de animais atropelados e começa a desenvolver instintos psicóticos. O final é meio pau-no-cu, muito didático, mas é um filme bem bonito e impactante.

HOWL


Filme de lobisomem. Bem descartável. Mas tem uma ambientação ótima e um belo clima. Um trem sofre um acidente, para no meio de uma floresta, no interior da Inglaterra, e os passageiros são encurralados por criaturas...


FLOWERS


Esse é outro que beira o amador, mais um projeto artístico do que um filme convencional, sobre mulheres aprisionadas num purgatório. Não tem diálogos e é bem asqueroso. Mas é uma “experiência” e tanto.


IT FOLLOWS


Outro dos mais festejados do ano, numa boa medida entre o indie e o comercial. Após uma transa com um desconhecido, uma garota passa a ser perseguida por uma “entidade” que caminha lentamente, mas nunca a deixa. Uma alegoria esperta de DST, que poderia ter um “monstro” de visual mais marcante.

A GIRLS WALKS HOME ALONE AT NIGHT


Filme iraniano que mistura máfia e vampiros.  Tem um roteiro meio sem sal, mas um visual lindo, preto e branco. Vale ver no cinema, se estrear.


GOODNIGHT MOMMY



É dos meus favoritos. Filme austríaco minimalista de dois irmãos gêmeos que desconfiam que a mãe – que voltou para casa com o rosto enfaixado, depois de um acidente – não é quem realmente diz ser. Tem uma “sacadinha” extremamente previsível no final, mas é um filme bonito, lento e com cenas bem corajosas. 



E para terminar o terror de 2015, vamos hoje ao show do HIM, banda de metal farofa finlandesa que eu ouvia bastante no começo dos 2000. Participei meio por acaso de uma promoção da Kiss FM e GANHEI dois ingressos para o show de hoje. Viu, quem precisa de Jabuti, Oceanos, Prêmio São Paulo quando ganha um prêmio da Kiss FM?



NESTE SÁBADO!