23/07/2017

COMEMORAÇÕES


Fim de semana em Maresias. 

A neve enfim chegou. Semana mais fria do ano no Brasil coincidiu com a publicação de meu nono livro, Neve Negra, pela Companhia das Letras. Nove livros é muita coisa, mas nunca é apenas “mais um”; cada livro é uma história dentro e fora das páginas, é uma conquista diferente, é um espaço físico que minhas ideias ocupam no mundo.


O romance nasceu de um convite do Joca Terron e da RT Features, que pediu uma história de terror e já comprou os direitos para cinema. Tive o privilégio de publicar sempre por grandes editoras, mas é um orgulho especial ser recebido com tanto carinho pela Companhia das Letras, fazendo o que faço, sem concessões....

...bem, talvez só a concessão do título. O título original era “Trevoso”, que se justifica bem para quem lê o livro, mas talvez não tivesse tanto apelo literário e comercial. A editora pediu outras opções. Eu mesmo vim com o “Neve Negra”, embora num Google básico já tivesse descoberto que havia um filme com esse título. Ninguém viu problema. Assim temos a minha Neve Negra.

O livro tem muito de neve, afinal. É um “raro registro ficcional da neve no Brasil” (na Serra Catarinense). Temos pouca neve no país, e menos narrativas que foquem esse contraste com o “sonho tropical”. Achei que essa noite tão única – anunciada por meteorologistas, esperada por turistas – gerava um bom cenário de terror.

O texto completo de orelha:

Na noite mais fria do ano, na cidade mais fria do Brasil, um pai de família volta para casa. Pintor de sucesso com uma arte de gosto discutível, passa boa parte do seu tempo em feiras e exposições no exterior. E ao chegar à sua cidade natal, na Serra Catarinense, tem início uma sequência de eventos que porão em xeque suas certezas.

Enquanto a neve cai lá fora e sua família dorme, um estranho ronda a casa e sua pastora-belga agoniza sangrando no quintal. Mas só quando seu filho de sete anos desperta é que de fato começa o pesadelo que acabará com o aconchego do lar.

Ambientado num raro cenário de neve no Brasil, este habilidoso misto de terror psicológico e drama familiar expõe paranoias ancestrais da paternidade: Não reconheço mais meu filho. O filho é mesmo meu? Há algo de errado com ele?

Nona obra de Santiago Nazarian, um dos autores mais originais da cena brasileira contemporânea, Neve Negra retrata a perturbadora luta de um pai contra os próprios demônios, num romance que mescla questões existenciais com o humor nego de que só Nazarian é capaz.

Para quem quiser um gostinho, as 20 primeiras páginas já estão no site da Companhia:



As noites de autógrafo começam em agosto. Dê uma olhada na aba “agenda”, aí de cima, que coloco tudo lá. Antes disso, já fui comemorar com marido, amigos e coelha.

Menu degustação de quarta passada. 

Quarta jantamos no Dom – Murilo ganhou de presente de onde trabalha; só tivemos de vender um rim para pagar as bebidas. Já comi em ótimos restaurantes pelo mundo, e consigo entender porque o Dom está lá no topo. É uma experiência gastronômica essencialmente brasileira, que gourmets e críticos internacionais não teriam em restaurantes estrelados em outros países. Pessoalmente, se eu fosse pagar aquele valor exorbitante, preferia estar comendo caviar, lagosta e foie gras a pirarucu, beiju e cumarú, mas vale como uma experiência para se ter uma vez na vida (tirando o pão de queijo; o pão de queijo é horrível-vergonhoso; colocaria a codorna como ponto alto).

Masterchefs na praia.  

Quinta já viemos para Maresias, onde Murilo participou com o Guató do Arraial  beneficente do Projeto Buscapé, junto a grandes chefs e Masterchefs. Recebemos um casal de amigos em casa e tivemos um ótimo fim de semana de solzinho de inverno.

Bárbara e Ambooleg, amigos das antigas. 

Passo a próxima semana aqui no litoral, já que temos uma casa grande e Murilo fica aqui por causa do restaurante. Como de costume não estarei na Flip, mas logo volto à estrada. 



NESTE SÁBADO!