02/04/2019

OS MELHORES LIVROS INFANTIS DA VIDA




Hoje é Dia Internacional do Livro Infantil - e eu, que começo nesse mercado, pensei nas obras que fizeram minha infância. Algumas ainda estão na minha estante, outras eu puxo pela memória, mas todas permanecem de alguma forma. Tive sorte de vir de uma família de leitores, minha mãe também trabalhou muito tempo em livraria (meu tio-avô é fundador da Argumento e foi editor da Paz e Terra), então comprar livros sempre foi uma atividade rotineira. 

Além da ficção infantil listada abaixo, eu era fascinado por livros de história natural - répteis, dinossauros, animais em geral - e de filmes de terror (que já era mais difícil de me darem); e não posso esquecer também os quadrinhos - principalmente Marvel; era fã do Hulk mesmo antes de saber ler (e hoje não posso deixar de acompanhar o universo no cinema, como marvete confesso). 

Mas vamos nos ater à literatura, coitada, sempre tão humilde e desprezada. Seguem dez dos livros que mais me marcaram na infância (não, não tem Lobato, nem Ziraldo): 



O Pequeno Vampiro - Angela Sommer Boderburg: Foi o Harry Potter da minha infância (quando ainda não existia Harry Potter); uma série de livros sobre um menino que fica amigo de um vampirinho, sai voando com ele pela noite e tudo mais. Tem vários volumes, "O Amor do Pequeno Vampiro", "O Pequeno Vampiro no Sítio", "As Férias do Pequeno Vampiro". Eu li e gostei de quase todos, quando eu tinha uns 10 anos e já era uma criança gótica. (Gerou um filme, que é ruim, e um desenho, que eu não vi). 

Contos de Fadas dos irmãos Grimm: Sem dúvida uma das maiores influências na minha escrita (e não só  da minha escrita para crianças). Gosto de ler até hoje. Tenho aqui uma edição portuguesa com desenhos lindos (do Benvenuti) - uns príncipes que parecem uns bonequinhos, que foram meus primeiros crushes da infância.



Marcelo Marmelo Martelo - Ruth Rocha: É um volume de contos bem divertido, que me fez rir muito na infância, principalmente a história título, de um menino esquizofrênico que quer inventar novos nomes para as coisas. Ruth depois se tornou amiga da família. 




A Árvore Generosa
- Shel Silverstein: Vi esses dias que há uma edição atual nas livrarias. É um livro triiiiiiiiste, melancóooooolico, sobre uma árvore que ama um menino e que se doa inteira para ele, até restar só o toco. É para a gente aprender desde pequeno como o amor é cruel.


Os Desastres de Sofia - Condesa de Segür: Herdei esse da infância da minha mãe - e li na pré-adolescência já com certo cinismo e consciência do universo absurdamente burguês e moralista. Sofia é uma menina de cinco anos que vive numa casa enorme, cheia de criados, pagens, amas e babás, e apronta as maiores traquinagens - como cortar os peixes da mãe em pedacinhos e jogá-los de volta no aquário; comer o pão dos cavalos até ter dor de barriga; raspar as sobrancelhas para se parecer com a amiga. Todas suas estripulias terminam com uma cruel lição de moral da mãe. É uma delícia. 




Will You Be My Friend? - Chihiro Iwasaki :É um absurdo de lindo esse livro, com ilustrações que parecem feitas direto no livro, com giz de cera. A história de uma menina que tenta fazer amizade com um menino da casa vizinha. Acho que nunca foi editado em português e deve estar há muito esgotado em inglês.




Eu Sou Construtor - Parick Mayers: Outro livro com lição de moral: o valor da perseverança na história de um guri que sofre sabotagens deste mundo cruel que nos cerca. Mas ele é construtor! E nunca desiste de seus projetos!









Grimble - Clement Freud: Grimble é um garoto de dez anos que é criado por bilhetes. Os pais nunca estão em casa e só se comunicam com ele através de mensagens espalhadas pela casa. Ligeiramente surreal, bem terno, um pouquinho triste. Escrito pelo "neto do homem".



Anita - Gilbert Delahaye: Essa é para crianças bem pequenas; uma série de livros com a menina Anita (no original em francês "Martine"). As histórias são um açúcar só, mas o traço (também mega açucarado) do belga Marcel Marlier é uma lindeza.


Sangue Fresco - João Carlos Marinho: Só com a morte dele, há alguns dias, me toquei que nunca o encontrei nesse meio literário. Pena, porque foi um dos autores da minha pré-adolescência, com essa série de uma garotada paulistana que tem de enfrentar vilões do cotidiano. Tem momentos de puro "gore", como quando uma jibóia esmaga um garoto e o transforma em purê. Um autor que respeitava as crianças e extrapolava os limites da literatura infantil. 



ENTÂO VOCÊ SE CONSIDERA ESCRITOR?

Então você se considera escritor? (Trago questões, não trago respostas...) Eu sempre vejo com certo cinismo, quando alguém coloca: fulan...