04/12/2004

O PROFESSOR DE ARTE

Hum, não falei do novo cd do Rufus Wainwright, falei? Baixei semana passada.

"Want Two" é mesmo um b-side de "Want One", o album que ele havia lançado no ano passado. Esse novo vem também com um DVD ao vivo, mas eu ainda não vi porque só tenho minha cópia em CD-R. Quem quiser me dar um oficial de Natal será recompensado com meus serviços... Ops! Mas aviso que o album não é barato... Meus serviços tampouco.

Enfim, "Want Two". Tem faixas ótimas como "The One You Love", "The Art Teacher" e "Old Whores Diet". Muitas delas eu já tinha em versões ao vivo, também baixadas da net. Destaque para "Little Sister", que no album ganhou arranjo "renascentista" de cordas.

A última faixa, "Old Whores Diet" tem praticamente só uma frase que se repete na música inteira (e a música tem uns 8 minutos). O arranjo lembra um pouco "David Byrne" (que ALIÁS, eu encontrei uma vez na rua, em Londres, quando eu estava quebrando o pau com o Patryk. Nós literalmente caímos sobre ele. Coisas de UK...).

Acho que minha favorita do album é mesmo "The Art Teacher", que ele já tinha lançado em single. A letra é bem Rufus, mas parece mais prosa do que poesia. Vai aí um trecho:

There I was in uniforms
Looking at the art teacher
I was just a GIRL then
Never had a love since then

He was not that much older than I was
He had taken our class to the Metropolitam Museum
He asked what our favorite work of art was
I never could have tell him it was him...

Professor de arte? Sei, sei...

Isso me lembra da Bienal, que eu fui semana passada, finalmente. Na verdade, ainda não vi nada direito. Eu estava num estado de perturbação mental – que seria descrita pelo meu professor de finlandês como possessão demoníaca – então varri o prédio inteiro em pouco mais de uma hora. Do que lembro? Um tigre subindo num elefante, tambores, a família do Chucky... Tinha também um professor de arte mostrando as obras para seus alunos, sim. Mas os alunos eram bem mais interessantes do que ele...

Ah... Ah...

Mas processando toda essa pós-modernidade no meu moedor mental, o saldo foi positivo. Eu sempre saía das Bienais tão deprimido, achando tudo tão perverso. Queria ver passarinhos voando - e dessa vez eu vi! Quero dizer, achei as obras menos perversas, mais doces, bem-humoradas. Será que isso significa que a arte moderna se curou do mal de século? Há esperança para nós? Os artistas (plásticos ou não) que me respondam.

NESTE SÁBADO!