10/02/2007

PADÊ VOCÊ?

Acabei de terminar a tradução de um livro delicioso para a Record. Tanto que se chama "Pão-de-mel" (bem, na verdade se chama "Gingerbread", mas estou sugerindo "Pão-de-mel" já que não temos o pão-de-gengibre por aqui). É um romance juvenil de uma garota ricaça de dezesseis anos que trepa com todos os caras que encontra, bebe, usa drogas e anda com uma boneca debaixo do braço. Ula-lá. Essas coisas que a petizada tem de ler. Fora que é ótimo traduzir um livro onde você pode usar expressões como "do além", "despirocado" e "surfista punk tesudinho".


Provavelmente o livro estará nas livrarias no final do ano.


Já o outro livro que estou traduzindo é um calhamaço dândi que faz questão de usar palavras como "amanuensis" (ou "amanuense") no lugar de "secretária" e que adjetiva tanto os substantivos que eles afundam para a linha de baixo. Esse ainda vai demorar para eu terminar. Oh, é um aprendizado doloroso. Mas sempre é bom aprender traduzindo, mesmo quando é ruim.

Inclusive a Geração Editorial me avisou que inscreveu "Maldito Coração", do JT LeRoy, que eu traduzi, no Prêmio Jabuti, como melhor tradução. Não sei se é pra tanto. Eu mesmo nem consegui ler o livro depois de publicado, tenho medo, tenho medo de ler minhas traduções. Cada livro que pego para traduzir, lamento as traduções anteriores. Mas o livro em si - e o trabalho de traduzi-lo - foi uma delícia. E já que o JT não existe, eu posso me considerar parte da peruca dele, não?



(olha o que eu achei: JT "Savanah" LeRoy, minha irmã Nina - de chapéu - e eu, ao fundo, quando "a figura" esteve aqui no ano passado". Ah, que pena que a foto não valorizou meu modelito. Tão bacana...)


Meus dias têm sido assim. Na frente do computador, traduzindo e escrevendo, ouvindo Prodigy para digitar mais rápido, me pilhando de café até não agüentar e ir para a academia, onde todos os trintões carecas, inchados e regatados (eu disse reGAtados, de regata) do bairro devem achar que estou padezado pelo excesso de cafeína nos meus fones de ouvido que me tira totalmente da sintonia da "dence miusique" desse tipo de lugar. Mas é preciso, do contrário acabo me tornando um trintão inchado e regatado como eles, não é? Ainda que não careca.

Oh, enquanto eu não ouvir Madonna, ainda tenho salvação...

E falando em audições, Le Kitsch C´est Chic da semana que vem é com Marcelo Callegaro, ator que está com uma série online - O Amigo do Rei - sobre uma banda tosca de rock e suas estripulias noturnas. Na programação musical: Tetê Espindola, Diana Ross, Debbie Harry, Mirelle Mathieu, Steve Wonder e muito mais...


(Acima, Callegaro. Vejam a série no www.amigodorei.com)


E o programa de carnaval já foi gravado, inclusive com a participação da Penélope, uma mocinha de 16 anos de São Bernardo, que ganhou a promoção do Zé do Caixão, ganhou um livro e foi conferir a gravação ao vivo. Esse vai ao ar no dia 20.


E qualquer sombra de inferno astral e crise balzaca é equívoco. Minha vida tem sido um pão-de-mel só....

NESTE SÁBADO!