08/10/2007

O AMOR ME ENTUPIU AS ARTÉRIAS





Ferrez, Marcelino, Nazarian. Olha o pé no sofá!


Acabo de chegar de Recife. A viagem foi inesquecível. Mesmo. Principalmente pelo público de lá. Não, nada de putaria, nada de pegação no box do banheiro (embora tenha feito esse convite no debate, hohoho. Inclusive, voltando hoje no avião, vi matéria no Jornal do Comércio, comentando minha participação lá e citando minha proposta indecente), mas o carinho e o comparecimento em peso dos leitores foi algo que não vou esquecer não. Muita gente querida apareceu com meus livros, para autografar, fotografar, fazer perguntas. Até na única noite que saí sozinho, encontrei por acaso leitores que me fizeram companhia (pare de pensar indecências...). Valeu muito.


Oh, linda!


Os jornais de lá também cobriram legal minha participação. As entrevistas que dei para Talles Colatino (Jornal do Comércio) e Rafael Dias (Diário de Pernambuco) foram muito bem formuladas, e deram uma prévia do que eu iria discutir nos debates. Vai aí uns trechos:


Rafael: Como é completar 30 anos de idade e encarar o desafio de manter o ímpeto e inventividade de sua escrita? Você ainda se vê como um escritor jovem?
Boa pergunta. Apenas na literatura pode se agregar o título de "jovem" a alguém de trinta anos, não é? Ninguém diz "um jovem ator de 30 anos", ou um "jovem músico"... De qualquer forma, ainda me vejo como um escritor jovem por ter uma faixa etária menor do que a média que escreve, ou publica. E tento aproveitar isso, trazer à cena o que um jovem escritor pode trazer, novas referências, novas estéticas, acho que essa deve ser a "missão" do jovem escritor, se é que se pode falar em missão. Não me preocupa escrever como um "autor maduro", tenho tempo para isso. No momento, me interessa mais refrescar a literatura (ou "afrescar a literatura"? Haha). Como você colocou, acho que ímpeto e inventividade são qualidades do jovem que podem e devem ser aproveitadas na escrita, enquanto ainda é tempo.

Talles: Você enquadra sua literatura como marginal e/ou underground?Muitos dizem que sua obra é uma obra jovem, de teor adolescente. Em contrapartida, outros destacam você como uma promessa. Como você lidacom essas visões sobre seu trabalho?
Como eu disse, não me preocupo em fazer literatura marginal ou underground porque acho que o ato de escrever já é suficientemente transgressor. Meus três primeiros romances ainda têm uma aura mais negra, eu buscava uma densidade mal-de-século, queria adestrar minhas influências nessa área. Com o tempo fui percebendo que poderia deixar a coisa fluir mais livremente, e surgiu "Mastigando Humanos", que tem esse lado negro, mas tem um lado bem mais pop também, que obviamente faz parte do meu repertório, faz parte do repertório de qualquer um. E acho sim que "Mastigando Humanos" tem uma pegada adolescente. Penso nele como um livro para jovens adultos, ou leitores de 16 a 30 anos, principalmente por causa das referências, embora não se restrinja a isso. Então acho que é possível ser um escritor sério, ou uma "promessa", como queiram, e ainda ter uma obra jovem. Afinal, acho que a obra jovem é que está trazendo a transformação da literatura brasileira.



Leitores fofos e o jacaré que comeu minha mão.


Além das entrevistas e debates, Pernambuco proporcionou ótimos passeios. Começou com Mirabilândia, um parque de diversões que fica na frente da Bienal (sacanagem... concorrência desleal...). Também fui conhecer Olinda, uma das cidades mais lindas que já vi. Meus pais chegaram a morar lá, um tempo, antes de eu nascer (hoje a casa onde eles moravam é do Alceu Valença, e parece que é um ponto turístico).

Porto de Galinhas, antes da chuva.


Domingo fui para Porto de Galinhas com o querido amigo André Fischer (Mix Brasil), que estava de passagem pela cidade para o lançamento da revista Júnior. André inclusive levou eu e Marcelino (Freire) para um forró gay em Recife! E olha, achei bem divertido... Guardem o nome de “Jorginho Batukada”, cantor e percussionista da banda que tocava ao vivo no lugar, esse cara vai infestar a mídia em breve...

Hum, que mais? Posso dizer que, para completar, li coisas maravilhosas durante os vôos, como contos de alguns autores latino-americanos que estiveram em Bogotá comigo. Cláudia Amengual e Pedro Mairal conseguiram me emocionar profundamente a bordo, e me senti honrado em estar numa antologia e numa seleção de escritores jovens ao lado deles.


A lindíssima uruguaia Cláudia Amengual e eu, em Bogotá.



Agora, bem que podiam lançar a antologia de contos dos autores do Bogotá 39 aqui no Brasil, né? Mas claro, claro, no Brasil ninguém está interessado na América Latina, que pelo visto fica em outro continente, selvagem e esquecido.

À bordo conferi também a nova edição da Key, revista da Erika Palomino, que tem uma crônica minha (sobre avanços e micos nos meios de comunicação – tema encomendado por eles).

Aliás, pouco antes de ir para o Recife, estive no coquetel de lançamento do reality show “Brazil´s Next Top Model”, do qual participam, além da Erika, meu querido amigo Pazetto.
(ai, tá todo mundo muito “querido” e muito “amigo” neste post, preciso resgatar o ódio em meu coração, tenho um romance para terminar...)

Marcos, eu, Pazetto e champagne. Muito champagne.



Falando em terminar (e começar) romances, eu e meu querido amigo (duh!) Guima aproveitamos o coquetel para lançar também nosso reality show pessoal: “Our Next Top Boyfriend”. Já está na hora de surgirem novos candidatos. Fotos são imprescindíveis. Escritores já estão desclassificados.




Nazarian e Guima: solitários e desiludidos.

NESTE SÁBADO!